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Voar nunca tinha sido uma problema para Manon

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Voar nunca tinha sido uma problema para Manon. Desde quando era uma bruxinha, a vassoura era sua melhor aliada.

Porém voar nos braços de um macho alado estava longe de ser algo comum para a bruxa.

Nas horas que se seguiram depois de deixarem a cabana para trás, Azriel carregou Manon pelos ares até os limites de Forte da Fenda, onde os dois encontraram Edda e Briar. A líder e o illyriano foram atualizados de tudo que as duas bruxas tinham encontrado em suas buscas pela cidade, que consistiu basicamente em informações e teorias incertas.

Manon não se deixou abalar pela falta de perspectiva de sucesso do grupo na busca de uma resposta para Azriel. E também fingiu não notar que o illyriano se fechou dentro de si depois do relatório das irmãs sombrias.

O primeiro sinal que a herdeira Bico Negro percebeu em Az, foi o sumiço repentino de suas sombras. Quase parecendo que elas também haviam desistido de voltar para casa. Manon queria dizer para Azriel que tudo ficaria bem e daria certo, com ele voltando para sua família logo.

Contudo bruxa não poderia mentir tão descaradamente, já que nem ela tinha essa certeza.

Então os dois caíram em um silêncio mútuo nos dias que se seguiram de viagem.

Era quase palpável a tensão entre os dois, com o vento sendo o único som ao longo de todo o voo até Eyllwe.

Manon focava na sensação nova de estar voando nos braços de alguém,  e como aquilo era inusitado e maravilhoso,  para não deixar sua mente girar em torno da situação dela com Azriel. Parecia que tudo que eles tinha vivido e compartilhado nos últimas semana tinha sido um sonho.

A bruxa não sabia se deveria tentar conversar com o illyriano ou deixá-lo em sua introspecção.

Porém ela se irritou e cansou de se manter passiva nisso tudo, dispensando suas sentinelas assim que pousaram nas terras de Eyllwe - depois do terceiro dia de viagem. Ela teria uma conversa particular com o illyriano, por bem ou por mal.

— E então? — Manon puxou assunto, cruzando os braços sobre o peito.

Ela tentou não pensar na blusa de Azriel que ainda vestia, mas o cheiro do macho subiu de encontro ao seu nariz imediatamente. Com um suspiro impaciente, ela afundou o sentimento.

Eles tinha montado acampamento nas reentrâncias de uma colina, próximos a um rio, que caía em uma cachoeira logo à frente, fazendo o som da queda d'água preencher o ar em meio às árvores ao redor deles. Azriel estava de costas para a bruxa, olhando ao longe, o horizonte abaixo.

- Azriel - a bruxa o chamou, sem se aproximar.

O leve movimento das asas de Az, seguido de um suspiro pesado foi o único sinal de que ele havia escutado Manon.

O illyriano falou algo, mas o vento vindo do vale abaixo abafou qualquer que fosse a resposta de Azriel. Manon se aproximou com passadas largas, mas manteve-se a uma distância segura, quase hesitante com a tensão notória no corpo de Azriel.

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