Capítulo 10

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Leonor

Resposta que a minha cabeça tem para isto: cortes, morte, suicidio.

Mas o coração pensa:
"Não quero que fassas isso, ainda sou teu melhor amigo"- Ruben
"Não vais desaparecer pois não?" "Não te aleijes para não ires embora"- Lara
"Amo-te minha gatinha"- João Pedro
"Estou aqui para tudo, aforo-te"- Rui
"Isso passa. Foi mais um"-Mãe

Tou cansada, não durmo, como pouco, tenho fraquezas, estou a entrar em depressão e os meus braços estão cortados e cheios de sangue.

A minha prima entrou no meu quarto. Levou-me dali e fomos ao parque. Eu adoro andar de baloiço mas nem isso me apetecia.

Ela tirou-me o telemóvel onde tinha tudo o que fez parte do passado como fotos do Ruben e mensagens que um dia me fizeram sorrir. Apagou tudo!

Durante a tarde toda ela fez-me chorar, sorrir, morrer de riso e comer. Nesssa noite fui dormir a casa dela porque pelo que ela diz se eu adormecesse ela ía estar ali e caso não fosse dormir ela também não ía.

Melhor prima do mundo!

Estava a tentar dormir e recebi uma mensagem.

"Desculpa por tudo mas sinto saudades tuas. Ainda queres ver filmes comigo nas tardes livres? Ass: Ruben"

Eu não estáva a acreditar! Isto pos-me um sorriso enorme no rosto! Pedi o telemóvel da minha prima porque já não tinha dinheiro.

"Não sei. Somos amigos mas é difissil aceitar isso. Ass: Leonor"

"Olha decide-te e por favor não mostres isto a ninguém. Ass: Ruben"

"Ok e acho que posso tentar ver-te como amigo e estar contigo a ver um filme uma tarde toda. Ass: Leonor"

"Ok então xau e não contes nada a ninguém nem mesmo á tua prima. Ass: Ruben"

"Ok xau. Não te preocupes que naão conto nada Ass: Lenor"

A minha prima reparou na minha felicidade mas eu disse que apenas o Ruben me desejou boa noite. Ela acreditou e eu apaguei as mensagens para ninguém saber.

Acabei por adormecer a pensar como ía ser aquela tarde livre com ele. Ía ser a oportunidade de o conquistar.

Como passei a noite toda a dormir a minha mãe pediu a minha tia pra me deixar dormir com a minha prima. Isso deixou-me melhor porque se não conseguisse dormir ía desabafar com ela e não me ía cortar.

Durante o dia fui andar de bicicleta, cantar, andar de baloiço e sempre com um pequeno sorriso que havia dentro de mim a razão dele. O Ruben tem saudes minhas e parece querer voltar. Isso deu para passar umas semanas com um sorriso verdadeiro na cara e não aquelo sorriso falso que era a minha pequena mascara para o mundo.

Tudo estava a correr bem. Finalmente!

(...)

A minha prima foi se embora. Já estavamos em Setembro quase o início das aulas. Fiquei um pouco triste por saber que ía estar longe dela mas a final de contas tenho o Ruben e o Rui. E o Rui quer o mesmo que eu, que o Ruben volte para mim.

Mas ainda tinha namoarado, o João Pedro. Ele já fala em vir de Cascais até aqui para estar comigo. Ele é maluco! São 3 horas de viagem de carro e ele não tem carro, nem mota nem nada.

O Ruben está bem comigo e agora que está em casa dele e tem internet e fala comigo todas as noites.

Com a correria de aprontar as coisas para a escola fui me distraindo dos problemas e especialmente das lâminas. Não me afastava delas porque uma ainda estava na capa do telemóvel mas não pensava em fazer asneiras. Talvez a pequena anja suícida que nasceu dentro de mim tenha morrido ou adormecido. Talvez volte ou talvez não.

Primeiro dia de aulas!

Fui de manha a uma reunião da turma e vi uma amiga que já tinha andado comigo na escola primária. Era a Daniela e estava com uma rapariga também muito divertiva e simpática que era a Inês.

Como estava sozinha fui psra ao pé delas e logo na reunião fizeram-me morrer de riso. Se fosse sempre assim acho ía andar sempre a rir-me!

Tocou pra sairmos. O entrevalo de 15 minutos e depois começavam as aulas a sério. Curso proficional de Termalismo foi o que escolhi.

Fui com elas as duas dar uma volta e passei pelo Ruben. O meu coração parou. Congelei sem saber o que fazer. Ele sorriu e eu também sorri. Não dissemos nada um ao outro. Nós sabiamos bem que era uma situação complicada por isso: para que as palavras?

A primeira aula correu bem, conhecemos o professor e a aula a seguir a mesma coisa. Só falaram dos módulos e do que iamos fazer ao longo do ano e as piadas da Daniela que punha toda a turma a rir e muitas vezes o professor também.

Na hora de almoço fui comer com a Daniela, a Inês e outra rapariga chamada Adriana que tinha sido da minha turma o ano passado.

Logo ao fim de comer vi o Rui e fui ter com ele, abracei-o e dei-lhe um beijo na cara. O Ruben também lá estava na mesma mesa.

Rui: Então estás boa?

Leonor: Mais ou menos e tu?

Rui: Eu estou bem mas porque só mais ou menos?

Leonor: Porque tudo está diferente. E sabes bem do que estou a falar.

Olhei para o Ruben e ele baixou a cabeça.

Rui: Fogo voces são os meus melhores amigos e quero que se entendam por isso levantem-se e vão os dois resolver as coisas.

O Ruben levantou-se. Olhou para mim e com os olhos chamou-me. Fui com ele e fomos para o nosso sitio. Tantas recordações! Olhamos um para o outro e eu não resisti. Abracei-o e comecei a chorar. Ele abraçou-me forte e disse: "Eu estou aqui".

SuicidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora