3 - Vou viver você

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Quando Baekhyun chegou na faculdade passou a ser o assunto número um; ele tinha uma voz espetacular, muito talento e facilidade para ensinar. Era esperto e dono de um humor raro, e claro, era bonito e jovem.

Taeyong era tímido e medroso, ao encontrar uma personalidade tão diferente da sua, ficou deslumbrado.

Dia e noite, o seu assunto passou a ser o professor: "Baekhyun hyung isso, Baekhyun hyung aquilo".

Os amigos perceberam antes dele, que ele estava apaixonado.

Doyoung ficou cada dia mais protetor e as brigas entre eles começaram.

Ele gostava de Doyoung, mas Baekhyun era tão.... único.... Qualquer um perto dele se tornava sem graça.

Toda a turma admiravam o professor e suas ideias modernas, seja sobre economia ou sexo, suas opiniões eram inusitadas. Baekhyun se tornou próximo dos alunos, formaram até um grupo para cantarem em um bar renomado, cujo o dono era amigo do professor.

Baekhyun era a favor de amor livre e relacionamentos abertos, e até essa ideia pareceu incrível aos olhos docês de Taeyong.

O professor também notou o menino, mas evitou aproximar-se até o momento que arrumou uma nova oportunidade de emprego; seria professor de canto em uma agência renomada na formação de artistas.

Na festa de despedidas que os alunos da faculdade deram para ele, pensou que já não era errado e beijou Taeyong.

Baekhyun era um espírito livre e Taeyong se fascinou com um novo mundo que se abria para ele.

O professor sabia como deixa-lo feliz.

Não se importou em começar um relacionamento onde a palavra fidelidade não existia. Baekhyun podia ser qualquer coisa; menos fiel.

No começo parecia legal, mas Taeyong era carente, inseguro e ciumento; prezava exclusividade. Vieram as primeiras decepções e o ciúmes passou a ser seu constante companheiro.

Este relacionamento conturbado com Baekhyun, o afastou de Doyoung dia após dia. Logo que, para ele, Doyoung era seu equilíbrio.

O professor considerava Taeyong diferente dos outros. Realmente gostava dele, era quase perfeito: dócil, amoroso, gentil e lindo. Cogitou ir além no relacionamento entre os dois, já não se interessava mais por outras pessoas; chegou até mesmo chamar Taeyong para morar consigo. Vendo Taeyong em uma situação delicada em seu apartamento e sofrendo com isso, decidiu fazer o convite; o garoto rejeitou.

Doyoung por sua vez, sempre foi um bom aluno, reservado e talentoso. O pouco de tempo que foi seu professor, pode perceber que ele teria um futuro brilhante. O que percebeu também foi que mesmo sendo educado com ele, o menino o olhava estranhamente; como não era criança, soube logo de cara, que Doyoung nutria um amor reprimido pelo amigo de infância. Taeyong parecia não perceber e ele também não contou.

Havia as diferenças que os separavam. Baekhyun não entendia algumas particularidades do outro, como, o fato de Taeyong conversar com animais, passar horas olhando as estrelas, colecionar pequenos insetos, detalhes infantis e ingênuos; essa é a parte da alma do garoto que ele não podia tocar, ele não podia sequer se aproximar.

Os medos de Taeyong eram incontáveis e nestas horas, ele se fechava como um pequeno caramujo em uma concha; por mais que Baekhyun tentasse, não conseguia furar esse pequeno bloqueio para ajudá-lo.... Nestas horas, somente uma pessoa tinha acesso a sua fragilidade e era por ela que Taeyong buscava; Ele buscava por Doyoung.

Ele estava com medo agora, ele se sentia miseravelmente só, e Doyoung não estava ali, Doyoung não voltaria para cuidar dele como sempre cuidou.

Baekhyun era quem estava parado na porta, Baekhyun que enxugou suas lágrimas, Baekhyun que o levou para a festa de Mark, Baekhyun que repetiu que Doyoung ficaria bem mesmo longe dele.

Se ele amava Baekhyun, por quê se sentia infeliz?

Quando o professor o levou de volta  para a casa, quando o beijou na sala, pareceu algo estranho. Ficou pior quando Baekhyun o conduziu até o quarto. O quarto era dele, mas também de Doyoung, o cheiro de Doyoung estava ali, se ele  fechasse os olhos, podia vê-lo sentado de pernas cruzadas na cama, usando óculos e lendo algum livro.

Ele não podia se deitar com Baekhyun e tentar esquecer o amigo.... Ele nem ao menos queria. Aquele quarto era sagrado.

Baekhyun não deveria estar aqui

De repente, houve um estalo em sua mente.

Baekhyun não deveria estar aqui. Tudo aqui pertence ao Doyoung


Afastou-se do professor.

- Baekhyun hyung, eu não posso continuar - Disse em voz baixa.

- Tudo bem. Eu entendo que você não está bem. Conversaremos amanhã - Ele beijou sua testa.

Taeyong mudou sua fala:

- Baekhyun hyung, eu não posso continuar com você; você é incrível, eu realmente adoro estar com você.... Mas.... - Ele chorou e Baekhyun sorriu.

- Mas eu não sou o Doyoung; não entendo de peixes e nem de estrelas, e não posso afastar os seus medos. Certo? - O professor era sábio.

- Certo - Taeyong concordou.

Se despediram ali. A amizade entre eles continuaria mas Taeyong sabia que havia confundido muitas coisas.

Como ele poderia amar Baekhyun se seu coração já havia escolhido Doyoung?

Ele não poderia esquecer Doyoung porquê Doyoung vivia dentro de si. Há muito era hóspede de seu coração, há muito havia fixado residência em sua alma.

Ele estava com medo de ficar sozinho naquele quarto, ele estava com medo da noite que cobriu toda a sua existência. Ele estava com medo e Doyoung não estava ali para segurar sua mão e lhe garantir que tudo ficaria bem.

Como ele podia estar tão longe e viver dentro de si ocupando todo o seu ser? Como?

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Olá florzinhas! Esta é a minha primeira nota em um capítulo, só quero dizer que se você estiver gostando, por favor dê estrelinhas nos capítulos. Isso me ajuda a ter um feedback a respeito da história. Me ajudaria mais ainda, se você pudesse deixar seus comentários também! Só assim saberei se quem está lendo, está interessado na história e na minha escrita.

No mais gerais, é isso. Até a próxima atualização.

Beijos de luz!!!

O garoto do porta-retratoWhere stories live. Discover now