- Você conseguiu morrer -- dessa vez ele estava rindo de verdade. Alto.

- Não. Eu morri porque você pediu para eu entrar na rua errada!

- Se você não entrasse ia dar de cara com a polícia -- ele continuava rindo. Não pude deixar de apreciar seu sorriso e seu riso. Que coisa gostosa de ouvir. 

- Mas pelo menos era o caminho certo... -- encosto na cadeira cansando de argumentar com ele.

Foi quando olhei para o relógio de seu computador. E me assustei.

- Aí meu Deus V! Já está tarde! Nem vi o tempo passar! Vou ligar para meu pai -- digo pegando minha bolsa.

- Não precisa! Posso te levar!

- Não quero atrapalhar Vinnie! -- digo simples já riscando o número de meu pai.

- É sério -- diz vindo até mim e abaixando o celular em minha mão fazendo eu o olhar.

Ele estava perto, bem mais perto do que esperava. Acho que nunca ficamos nessa distância antes.

Os olhos dele eram perfeitos, cor de mel. E alguns de seus cachinhos rebeldes estavam tampando parte de seus olhos.

Eu os afastei rindo fracamente. Ele soltou um sorriso também. Um sorriso sincero.

- Eles sempre ficam caindo no meu rosto.... muita beleza para uma pessoa só. -- ele se gaba jogando seu cabelos para trás apenas mexendo a cabeça. Logo, passou a mão por eles também.

- Posso prender?

- An?

- Seus cachinhos! Por favor — abro um sorriso ladino.

- Annn... — ele resmunga — não sei se é uma boa ideia...

- Vaiii, por favor. — imploro com minhas mãos juntas. Estava parecendo Bella pedindo comida fora de hora.

- Os elásticos estão na gaveta do banheiro — ele aponta.

Comemorei indo até o local. Logo, quando abri a primeira gaveta, dei de cara com uma foto de Vinnie. Mas ele não estava sozinho, havia uma menina morena ao seu lado. Eles estavam abraçados de lado sorrindo em frente uma roda gigante. Pareciam felizes. Vinnie parecia feliz.

- Achou? — ele veio até mim logo parando ao ver que achei a foto. Ele parecia sem graça vendo eu observar aquele momento na foto — está na segunda gaveta. — pega a foto de minha mão colocando na gaveta de volta e a fechando — os elásticos.

- Sim, claro... desculpa. — fiquei envergonhada.

Ele pegou os elastiquinhos e voltou para sua cama se sentando de costas a mim. Percebi que ele estava sem o que falar. Então decidi perguntar:

- Aquela garota da foto. Quem era? — perguntei começando a puxar seu cabelo para prender.

- Ninguém importante...

- Era a tal da Nailea né? — insisti, fazendo ele ficar quieto. Continuava com os movimentos em seu cabelo.

- Gosta de perguntas, não?

- D-desculpa Vinnie, não foi minha intenção.

- Relax princess. Estou brincando.

Continuei em silêncio agradecendo mentalmente por ele estar de costas a mim.

- É ela sim. Nailea. — diz.

- Pareciam bem felizes, na foto.

- Estávamos mesmo. Nesse dia levei ela para um parque de diversões. Ela adorou. — sorriu triste.

The Intruder • Vinnie HackerDove le storie prendono vita. Scoprilo ora