capítulo vinte e três;

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NOTAS INICIAIS: último capítulo, tudo pronto? segura o coração, amo dojae

***

Doyoung respirou fundo e abriu seus olhos.

Tudo estava bem.

A sua nova casa era grande, maior que a última, tão grande que Jaehyun e ele decidiram adotar uma cachorra, Bella, e um gato, Louis. As paredes eram brancas e as janelas grandes, tão grandes que quase dava para ver toda a cidade.

Naquele momento era cedo, tão cedo que parecia que as únicas pessoas acordadas em Seul era Jaehyun e ele.

A cama em que ele estava deitado era enorme, e dividiu-a com o Jung, a noite toda. Naquele momento, este estava brincando com os cabelos tingidos de Doyoung conforme examinava a sua expressão.

— Quer levantar?

O Kim lambeu os lábios antes de limpar a garganta.

— Ainda não.

— No que você tá pensando?

Doyoung virou o rosto da janela para o outro e esperou um pouco antes de responder.

— Tudo na minha vida está ótimo agora.

Jaehyun sorriu pelas palavras.

— Tudo na minha vida também está ótimo.

Era durante aqueles momentos de paz que Doyoung percebia o quão sortudo era por se descobrir, mesmo que tivesse demorado mais de vinte anos. Ele percebeu que levava tempo para as pessoas se aceitarem e chegarem a um acordo com quem realmente são. Algumas pessoas se descobrem na adolescência, outras em criança, outras lá pelos cinquenta anos, e outros, infelizmente, nunca.

Pensou no quão sortudo era por ter os seus amigos, que sempre o iriam apoiar, não importa o quê e fariam qualquer coisa para que ele estivesse bem.

Era tão sortudo por ter sua família, que o apoiava tanto, era carinhosa e amorosa.

Era sortudo porque tinha Jaehyun. Jaehyun que ficou consigo durante momentos ruins, que o ajudou a sair do seu vício das drogas completamente, que o amou incondicionalmente.

Doyoung era umas das pessoas mais sortudas do mundo e, pela primeira vez em vinte anos, ele sentiu que pertencia a algum lugar.

Pertencia à sua enorme casa, pertencia aos braços de Jaehyun, pertencia a uma comunidade de amor, pertencia ao suéter de Jaehyun, pertencia ao palco, pertencia aos seus amigos, pertencia ao mundo louco e absolutamente insano que ele aprendeu a amar.

— Tenho vontade de tomar sorvete.

— Acabou. Amber e Krystal tomaram tudo ontem.

— Acho que vou ter que sair e comprar mais.

— Agora. São cinco da manhã.

Jaehyun sorriu enquanto esfregava os olhos e colocava um suéter.

— Nunca é cedo demais para um sorvete.

A memória dele e de Jaehyun comprando sorvete às cinco da manhã quando estavam fingindo namorar atravessou sua mente. Muita coisa mudou desde então, menos a obsessão nada saudável de Jaehyun com tomar sorvete tão cedo.

— É, acho que você tá certo.

O outro garoto jogou um suéter para Doyoung e pegou suas chaves.

— Vamos pegar nosso sorvete então, pretty boy.

E talvez Doyoung não se importasse em fazer isso tão cedo, não se importava em ir a lugar algum, desde que fosse do lado de Jaehyun.

FIM.

agradecimentos »»» 

FOR THE SAKE OF FAMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora