capítulo treze;

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Eram nove da noite e Doyoung estava sentado na cadeira vermelha confortável da estação de rádio, com um copo de café na sua mão.

As entrevistas de rádio eram suas favoritas, elas eram rápidas e, normalmente, eles focavam na sua música, e não na sua vida pessoal; ele apreciava isso.

O entrevistador continuou fazendo questões sobre as suas últimas colaborações e a data de lançamento do seu álbum, enquanto Baekhyun e a esquipe técnica (com várias pessoas que ele não conhecia) ficavam atrás do vidro transparente, observando Doyoung como se ele fosse o maior peixe de um aquário.

— Você mencionou um trabalho com Bumzu, certo? — O entrevistador perguntou, mexendo a caneta nas suas mãos.

— Sim... sim, eu escrevi duas músicas com ele. Ele também canta em uma delas. Ele é um cara fantástico e eu sempre admirei ele e a música dele. Fico feliz que a gente conseguiu se conhecer e trabalhar em algo. — Doyoung mordeu seu lábio olhando para trás do entrevistador, onde Baekhyun estava lhe mostrando os dois polegares para cima e um grande sorriso.

Ultimamente, Doyoung entrou em algumas brigas verbais com entrevistadores por várias razões, então era importante para ele tentar se manter calmo e evitar causar outra cena.

— Agora, você esteve em Roma há alguns dias, certo? Como foi? Você foi sozinho ou...?

O Kim sabia o que o entrevistador estava tentando fazer e ele sabia que, infelizmente, ele tinha que lhe dar o que ele queria. É bobo, mas ele não queria tornar a sua relação com Jaehyun pública. Não fazia sentido, já que o objetivo do relacionamento era ser público e não era sequer de verdade.

— Hm, sim, Roma foi muito bom, eu estiva lá algumas vezes em tour mas nunca tive oportunidade de explorar, sabe? Eu fui com meu namorado e a gente passou um ótimo tempo.

— Sobre seu namorado...

Lá vem.

— Não tínhamos conversado sobre ele, pois não? Ele é modelo, certo? Nos fale um pouco sobre ele.

Doyoung estalou a língua, deixando uma lufada de ar sair antes de olhar para trás do entrevistador, apenas para ver Baekhyun com olhos suplicantes. Ele conhecia aquele olhar, significava "por favor, não foda com tudo".

— Bem... Jaehyun é... interessante. Sim, ele é modelo, nós fizemos uns trabalhos juntos, e temos um vindo por aí em breve, eu acho. Ele é ótimo no que faz, eu o admiro muito.

Ele ia continuar mas o entrevistador o interrompeu.

— Você lançou um cover de Mine, de Bazzi. Se você não se importa que eu pergunte, pensou no Jaehyun? O que você mais gosta nele?

Sim, eu me importo de responder, era o que o de cabelos roxos queria responder, mas ele decidiu que seria melhor manter o pensamento apenas para si.

— Hm, o que eu gosto no Jaehyun? — O Kim estava esperando conseguir encontrar algo que ele realmente gostasse no Jung, mas ele acabou por não conseguir escolher apenas uma. — Eu gosto... eu gosto quando o cabelo dele está molhado e liso, ele parece ridículo. Eu gosto quando ele enrola os dedos do pé nos meus, eu sempre falo que odeio isso porque os pés dele estão sempre frios, não sei porquê, mas agora meio que gosto. Eu gosto da voz matinal dele e da sua voz exausta e... e da voz de bêbedo dele. Eu também gosto do jeito que ele ron-

Ele tinha se esquecido que estava numa entrevista de rádio.

— Sim, eu gosto dessas coisas. — Ele falou rapidamente antes de limpar a sua garganta e se sentar na cadeira.

— Aí está, pessoal, Kim Doyoung! Voltaremos em minutos.

Jaehyun mordeu o lábio ao ouvir a voz dos entrevistadores soarem pelos autofalantes do seu carro.

Ele sabia que tudo o que Doyoung tinha dito sobre ele, provavelmente, tinha sido ensaiado, ou combinado de última hora, mas ele não poderia evitar em pensar em como o Kim tinha reparado em todas aquelas coisas sobre si.

Ele levou a mão ao seu cabelo, agora tingido de preto, enquanto saía do carro, fazendo seu caminho até casa de Krystal, tocando à campainha. A porta foi aberta por uma Amber em pijama, com uma caneca de café na mão.

— Hey, Jae... Krystal tá fazendo chá, você quer? — Ela falou com um bocejo.

— Não, obrigado. — Ele entrou em casa e se sentou no sofá.

— Hey, Jaehyun! — Krystal se sentou do seu lado.

Ele suspirou.

— Você ouviu aquilo no rádio?

— Sim... ouvi.

— Isto não é justo, caralho. Ele não pode brincar com meus sentimentos desse jeito.

A Jung afagou a mão do amigo com um bocejo, antes de bebericar seu café.

— Você sabe que ele está confuso. Lhe dá um tempo.

— Que seja. Se nada disto funcionar, eu caso com você.

— Fica na sua! — Gritou Amber da cozinha. 

FOR THE SAKE OF FAMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora