Capítulo 14

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Manuela:

- Já contou a sua mãe? - Pietro me pergunta assim que entramos no quarto.

eu o olho e respiro fundo.

- Tirando David, você foi o primeiro saber. - Digo. - E eu não tenho nada para contar, ela deixou de fazer parte da minha vida e você sabe disso.

Pietro não discute comigo quanto a isso, ele sabe que estou certa e que qualquer relação que eu tinha com a minha mãe acabou quando ela me expulsou de casa. eu tinha só 17 anos e se não fosse por Ella, Pietro e Corbyn eu provavelmente teria ficado na rua.

- Você está certa, está com fome? quer dormir um pouco? - piretro me pergunta mudando de assunto.

- Eu estou bem, só quero descansar um pouco. - Digo e sei que ele entende que quero ficar sozinha.

- Vou lá para baixo no escritório, se precisar me chame. - Ele diz e sai do quarto depois de me dar um abraço carinhoso.

tiro meus sapato e me encolho na cama de Pietro, deixo que algumas lagrimas de desespero escorra.

sinto que estou dependendo de Pietro e me odeio por me sentir assim. sei que tudo o que ele faz é para me apoiar, mas ainda assim, não consigo, por mais que eu queira aceitá-lo.

É mais que obvio que eu sempre o amei e depois que entramos na faculdade ele passou a demonstrar isso também, então o que me impede? oque me trava toda vez e faz com que eu tenha medo e fuja? nada tem explicação.

a muito tempo as pessoas falam mal da minha relação com ele, e talvez o medo de isso refletir nele em algum momento ou a possibilidade de ele passar do limite outra vez por minha causa, não posso deixar isso acontecer, muito menos deixar que ele assuma uma responsabilidade que não é dele.

choro por um tempo com os pensamentos a mil e acabo sendo vencida pelo cansaço e adormeço, mas um cheiro delicioso me acorda e em uma pequena mesa que tem no quarto do Pietro vejo uma bandeja, olho em direção as janelas do quarto e apesar da cortina estar fechada, não vejo claridade nenhuma vindo de fora e chego à conclusão de que já esta noite.

caminho até a mesa e vejo um jantar maravilhoso e que ainda está quente, Annie provavelmente deve ter trazido a pedido de Pietro.

como tudo lentamente e assim que acabo, arrumo tudo na bandeja e vou para o banheiro na intenção de tomar um banho, não sem antes de ir para o closet e pegar uma peça de roupa de Pietro.

tomo um banho quente deixando que meu corpo relaxe sem molhar meus cabelos. assim que termino me visto e volto a me deitar na cama, segundos depois a porta se abre e Pietro entra no quarto, por eu ter apagado as luzes do banheiro e do quarto, tudo está escuro então eu finjo está dormindo e não me mexo, nem mesmo quando Pietro se deita ao meu lado na cama e fica em silencio por momento.

ouço ele bufar e mexer em seu travesseiro várias vezes, mas ele não aquieta. fico em silencio só sentindo ele se mover para lá e para cá, e quando estou pronta para mandá-lo aquietar o cu sinto seu braço passar por debaixo da minha cabeça e o outro rodear a minha cintura.

- Bem melhor. - Ele diz baixo, quase como um sussurro perto da minha orelha e sinto minha nuca e braço arrepiarem, assim como também sinto o cheiro de bebida.

sinto um aperto no peito em pensar que ele pode ter bebido por minha culpa.

- Você e meus pais são meus maiores tesouro, por favor, nunca se esqueça disso. - Pietro sussurra com uma voz chorosa e me pergunto se ele sabe que eu estou acordado. - Nunca, Manuela. eu jamais te perdoaria se me obrigasse a viver sem você. - Ele diz com sua voz manhosa que aos poucos vão ficando fracas.

sinto sua respiração pesada em meu pescoço e sei que ele pegou no sono.

Eu jamais seria capaz de afastá-lo dessa maneira, não importa a situação e quanto eu sofra, ter ele por perto acalma minha alma. Independente do amor que sentimos, Pietro é o meu amigo, o mais importante na minha vida.

Isso nunca aconteceria, penso ao terminar de encaixar em seus braços.

sr. Carter - HerdeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora