Chapter 45 - Morte

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Então é essa a sensação que alguém tem antes de morrer? Esse vazio... esse sentimento de inutilidade. Após tantos anos lutando para viver, eu morreria desse jeito? Dando minha vida para que Amber pudesse viver. Eu não fiz isso por Ethan, muito menos por ela. Eu fiz por mim mesma. Não conseguiria passar o resto da eternidade sabendo que estava vivendo a vida de outra pessoa. Consegui enganar Tom tempo o suficiente para bolar um plano inconscientemente e salvar a vida de Amber. Infelizmente, não pude contar nada à Dumbledore. Nem para Theo. Eu realmente vou morrer sem me despedir deles? O que se passou pela minha cabeça? Tudo está acontecendo tão rápido. À essa altura, meu feitiço já deve ter sido anulado em Tom. Me pergunto se poderei ver sua face mais uma vez antes de ir. Eu o perdoava por tudo. Certamente, não foi culpa dele. Os sentimentos de Tom por mim eram completamente possessivos e egoístas, mas era o jeito dele de amar. Eu fui a única pessoa que o aceitou de verdade e que esteve com ele nos piores e melhores momentos. Eu era sua única figura familiar e amorosa na vida, entendo o sentimento dele me querer para sempre, literalmente. Mas o meu sentido estúpido de bondade gritou mais alto. Eu poderia estar junto com Tom agora. Mas eu dei minha vida por alguém que roubou meu vestido de um baile idiota e agiu de maneira falsa comigo. A irmã do cara que gostava de mim, mas que eu dispensei porque amava outra pessoa. Porque eu fiz isso, então?

Ah, aí está ele. O rosto preocupado e arrependido de Tom em cima de mim. Ele estava agachado ao lado do meu corpo, me olhando com tantas lágrimas caindo de seus olhos que me senti preocupada. Mas esse sentimento logo se foi, porque eu já não conseguia sentir absolutamente nada. Nem dor, nem tristeza e nem remorso. A única coisa que sobrou dentro de mim, antes que se esvaísse, foi o amor que eu senti por Tom a vida inteira. Todas as vezes que eu fechei meus olhos para sua arrogância e hipocrisia, as vezes em que eu fingia que ele era uma pessoa bondosa e caridosa. Mas ele era bom para mim, me fez feliz e fez eu me sentir amada e protegida.

Obrigada, Tom. Meu Tommy.

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- NÃO OUSE ME DEIXAR! – Eu gritei com todas as minhas forças, minhas mãos tentando reviver o coração de Angel. – MA BELLE, VOLTA PRA MIM! – Eu implorei, soluçando de uma maneira que eu nunca pensei que soluçaria. – Por favor... - Um soluço cortou minha frase. Soltei um grito de dor quando vi que ela já não iria mais voltar. Um grito que ecoou por todo o local por longos segundos. Um grito que transmitia tudo o que eu já senti por Angel nessa vida, inclusive toda a dor que eu estava sentindo nesse momento.

- Eu... - A voz de Amber soou falhada. Sei que ela estava sem entender absolutamente nada, mas pude ver que ela estava chorando pela morte de Angel. Amber olhou para a varinha de Angel caída no chão e correu até ela, pegando-a e sacudindo. Ela havia aparatado.

Eu pouco me fodia para o que estava acontecendo ao meu redor. Eu soquei o chão ao lado do corpo de Angel com tanta força que pude ter certeza que quebrei o pulso. Mas nenhuma dor se compararia ao que eu estava sentindo agora. Olhar seu corpo gelado e acinzentado, sem vida, me deixou mais morto por dentro do que nunca. Isso tudo era culpa minha. Angel disse que não, mas era culpa minha. Eu devia saber que Angel descobriria tudo uma hora ou outra e daria um jeito de reverter toda a situação. Eu subestimei ela. Subestimei seu poder, subestimei sua inteligência e sua bondade.

- Por favor, não me deixa...- Eu sussurrei, com dor. – Eu te amo. – Um soluço escapou de meus lábios. – Eu te amo tanto... - Me curvei diante do corpo dela e deixei que minhas lágrimas molhassem seu rosto cinza. Seus olhos ainda estavam abertos, mas sem aquela cor vibrante que me trazia alegria todas as vezes em que eu os olhava. Angel era minha luz, meu sol, o motivo de eu querer viver e o motivo de eu tentar ser bom com as outras pessoas. Mas eu nunca consegui agradar ninguém a não ser ela. Eu só queria o sorriso e a risada dela, a risada que fazia meu coração bater mais rápido e o sorriso que me deixava desnorteado e bagunçava meus sentimentos. Eu a amava tanto que doía. Eu precisava dela mais do que de qualquer coisa no mundo inteiro. Angel era a minha vida e a minha morte, Angel era parte de mim. E agora, eu sentia como se tivesse perdido minha outra metade, perdido o sentido da vida. Eu não queria sair de perto dela, queria ficar ali com ela pra sempre, mesmo que isso significasse morrer com ela.

Possessive || Tom RiddleWhere stories live. Discover now