Capítulo 2

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-De jeito nenhum! - Gritei assustando minha família.

-Querido, é só uma garota, ela precisa de amparo-

Minha mãe tentou apaziguar a situação, em vão.

-Não, não, não, não vou cuidar de nenhuma criança, não sou pai e nem quero ser aos meus 25 anos!

Exclamei. O nervoso me tomou de uma forma repentina e forte.

-Ela precisa de qualquer coisa, menos eu! Como ele pôde fazer isso comigo?

Me levantei e passei as duas mãos no meu cabelo, desesperado.

Dar tchau a minha vida, minha liberdade, minha empresa, isso por causa de uma exigência ridícula do meu pai antes de morrer? Não era uma boa opção para mim!

-Tenha calma Chris, todos nós podemos ajudar você- Marrie disse calma como sempre.

-Vocês não podem...ficar com ela?- Perguntei encarando minha mãe de forma esperançosa.

-Na verdade não.

Paul interrompeu nosso momento de cumplicidade e desabando qualquer faísca de esperança que eu poderia ter.

-Não?

Perguntei irritado de forma desafiadora.

-Não senhor, no testamento está claro que você quem deve ficar com ela, Isabelle precisa ficar na sua casa e na de mais ninguém, caso contrário dê adeus a sua herança

Ele falou no mesmo tom sério de repreensão que meu pai usava comigo as vezes. Paul tinha, infelizmente moral para isso já que me viu crescer.

-MAS QUE DROGA!- Gritei batendo a porta atrás de mim.

Do lado de fora da sala de reunião eu andei de um lado para o outro nervoso e agoniado. Eu ia ter que cuidar dessa menina pelo meu próprio bem, mas como faria isso? Como iria explicar as pessoas, como tocar minha vida com uma criança nas costas?

- Chris?- Ouvi uma voz leve e feminina me chamar. Marrie me olhava com os grandes olhos verdes especulativos. Aliviei minha expressão na mesma hora. Como eu iria descontar minha frustração em minha irmãzinha mais nova?

- Marrie- respondi suspirando, tentando me manter mais calmo.

-Papai pensa em tudo que faz, nada é em vão, você sabe disso, não sabe?

Me perguntou com toda a razão.

Eu não sabia porque diabos eu, e qual era a intenção dele ao deixa-la comigo, mas eu teria que enfrentar isso.

-Eu não sei o que fazer- afirmei derrotado.

Marrie deu uma risadinha da minha cara.

-Eu vou ajudar você, tomarei conta dela sempre que você precisar, mamãe também estará a disposição, você tem a sua família, não precisa se preocupar.

Abracei minha irmã baixinha e inalei o cheiro de jujuba que exalava de seu cabelo ruivo e curto.

Ok, eu faria isso, vou cuidar da herdeira até que ela finalmente atinja a maior idade Já que eu não possuo opções.

No dia seguinte comecei a preparar minhas malas para busca-la na fazenda. Seria uma bela viagem de algumas horas de avião e mais outras de carro. Não levei muita coisa, não iria ficar muito tempo lá, apenas o suficiente para busca-la e voltar.

Quando eu estava chegando no taxi em direção ao aeroporto meu celular tocou.

-Pronto- Atendi sem olhar quem era.

A herdeira perfeita - DEGUSTAÇÃO! -Onde as histórias ganham vida. Descobre agora