62 - Não nos cansemos de fazer o bem.

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- Se levarmos em conta que você estava no útero dela por causa dele, não vejo a associação! - Disse Jéssica tranquila, as três olharam para ela de olhos arregalados, ela apenas olhou de uma para a outra, deu de ombros e entrou no carro.

- O que deu nela? - Perguntaram as três se encarando. Naquele momento um carro parou ao lado delas.

Claudia apertou a mão de Mariana que estava ao seu lado, três pessoas saíram do carro, um senhor e dois jovens, para surpresa geral, principalmente de Claudia, a garota correu e a abraçou.

- Eu sou Lorena sua irmã, estou muito feliz por você ter vindo, esperamos convencer vocês a ficarem lá em casa.- Disse a garota extremamente excitada.

- Também estou feliz por ter vindo. - Respondeu Claudia emocionada.

- Você vai assusta-la, ela deve estar pensando que somos loucos. - Resmungou o garoto com um sorriso radiante aproximando-se das duas.

- Olá Claudia! Eu sou o Lucas, é uma honra te conhecer. - E a puxou para um abraço. Ela estava engasgada, temia falar alguma coisa e começar a chorar, não esperava por essa recepção. 

- Oh, minha filha! - Disse o pai aproximando-se e abraçou-a carinhosamente. - Se eu soubesse, se eu não tivesse sido tão tolo, perdoe-me minha filha. - Os dois permaneceram abraçados por algum tempo sem dizer nada, cada um perdido em suas próprias emoções. Afastou-se do pai constrangida, os irmãos biológicos e as irmãs conversavam alegrementes como se fossem amigos de longa data.

- Fiz as reservas no hotel como vocês pediram, mas nós gostaríamos verdadeiramente que vocês ficassem lá em casa. - Dizia Lucas.

- Não queremos dar trabalho ou sermos inconvenientes. - Respondeu Carla.

- Será um prazer receber minha filha e as irmãs na minha casa. - Ele encarava Jéssica com um olhar sonhador, Claudia suspirou ao se dar conta do que ele estava vendo.

- Algum problema? - Perguntou Jéssica constrangida.

- Incrível o quanto você se parece com a Ângela. - Disse emocionado.

- É, minha mãe está sempre me falando isso, principalmente quando eu faço coisas que a desagrada! - Retrucou revirando os olhos, todos riram.

- Compreensível, a Ângela tinha uma personalidade forte e difícil. - Sussurrou confuso. - Justamente por isso é tão difícil aceitar que ela sucumbiu à depressão. - Lucas passou o braço no pescoço do pai.

- O senhor sabe que depressão não é tão simples assim papai! - Disse carinhosamente. - Vamos tomar alguma coisa, enquanto vocês decidem se querem ficar conosco? - Todos assentiram.

- Sorvete? - Perguntou Lorena animada.

Todos concordaram, Claudia não saberia dizer se era pelo nervosismo, mas parecia que estava mais quente que em Palmas. Respirou fundo e acompanhou os outros, conforme a conversa fluía ela foi relaxando e começou a aproveitar verdadeiramente a companhia dos irmãos e do pai, Lucas e Lorena eram bem-humorados, e o pai tinha um humor reservado, o que fazia com ela lembrasse de si mesma.

Quando ela comentou com a mãe que achava a irmã parecida com sua mãe biológica, ela rira e dissera-lhe que as semelhanças entre as duas ia muito além da aparência física, ela ficara um pouco enciumada, ela queria ter herdado os cabelos negros da mãe, o tom moreno da pele e os olhos curiosamente em tom de âmbar, o que segundo a família aquela peculiaridade era herdada da avó do seu avô, e era raro, assim como seus olhos verdes esmeraldas também eram raros, ela não tinha nada da mãe, nem física, nem no comportamento, e teve um momento em que ela se perguntou porque não tinha nada da mãe, para que de algum modo se sentisse próxima dela, no entanto conforme se sentia mais próxima de Deus, mas se aceitava e se amava, e naquele momento estava feliz por parecer com o pai, e com os irmãos, Deus sabia o porquê de ter escolhido aquelas características para ela, e estava feliz por ser quem era.

Deus também estava lá.Where stories live. Discover now