Avistei a mesma já do outro lado do portão, na esquina, andando em direção a sua casa, provavelmente. Não fui em sua direção, por incrível que pareça, acho que vou optar mandar uma mensagem mais tarde. Ainda tenho medo de ela não ir estudar comigo. Apesar de eu querer voltar a falar com ela, preciso de sua ajuda para estudar.

Já em meu apartamento, almoçando, decidi mandar uma mensagem para Mary.

👤 Princess Mary

Mary... tudo bem?

Olha, me desculpa por ontem.

Você ainda vem hoje?

Visto que ela ainda não visualizou, decidi me preparar para estudar sozinho. Depois de algumas, já cansado de ler tantas páginas, fui pegar algo para comer na cozinha. Foi quando ouvi a campainha, abrindo a porta e vendo Mary, dessa vez sem o sorriso, mais séria.

- Você veio... -- foi a primeira coisa que disse vendo ela passar por mim e entrando na minha casa.

- Pois é. Não ia vim, mas disse que ia te ajudar, e irei cumprir com minha palavra. No seu quarto? -- ela continua séria e eu apenas assinto, começando a me sentir mal novamente.

Ela anda até meu cômodo, logo tirando os materiais da mochila e se sentando na cama. No total silêncio, eu pego meu caderno e alguns livros que já estavam abertos antes.

- Preparei alguns cartões com palavras chaves do conteúdo da prova ou perguntas. E você precisará explicar ou responder cada um deles -- ela diz quase nem olhando na minha cara.

- Mary...

- Cartão 1: -- ela me interrompe -- uma causa da Revolução Russa.

- Eles tinham dinheiro? -- chutei.

-Não! -- ela finalmente me olha -- quem começaria uma revolução se já tem dinheiro?

- Ah...

- Uma das causas foi a fome, pobreza e insatisfação social-- ela explica e eu anoto -- catão 2: quando começou a Revolução Russa?

- 1917?

- Isso! -- e como é o natural de Mary, ela sorriu pela minha vitória e olhou para mim, mas logo coçou a garganta e continuou -- Cartão 3...

Continuamos assim por um bom tempo e depois, enquanto Mary fazia algumas anotações em meu caderno, decidi começar nossa conversa pendente.

- Mary.

- Hm? -- ela pergunta focada no caderno provavelmente achando que seria uma dúvida do conteúdo.

- Olha, me desculpa por ontem.

- Vinnie...

- Não, deixa eu terminar. -- interrompo ela mantendo o tom de voz adequado -- ontem não queri te deixar brava muito menos chateada. É que com o tanto de coisas que ouvi sobre Payton, achei melhor falar.

- Achou errado.

- Eu sei.. tá legal? Me arrependi logo que te vi cruzando minha porta, entrando naquele elevador. Não quero que pare de gostar dele. E se namorar ele ou algo do tipo, não vou te impedir. Mas saiba Mary, que se ele fizer algo com você, estarei aqui, ok? -- ela fica em silêncio mas parece desistir de ser durona.

- Ok, tudo bem Vinnie. Eu te perdoo. E me desculpa também por gritar. Eu... agi por impulso -- ela sorri tímida.

- Então... estamos bem?

- Sim, estamos bem.

Nos abraçamos e eu estava mais que aliviado de ter a amizade dela de volta.

- Não sabe quanto é difícil pra mim ficar brigada com um amigo. Não consigo ser durona e não gosto de brigar por besteiras -- ela diz no abraço enquanto solta um riso fraco -- me desculpa -- me aperta mais.

- Tudo bem May, estamos bem agora. Isso que importa.

- É, isso que importa.

Nos desfazemos do abraço e continuamos a estudar. E sinceramente, acho que me darei bem dessa vez.

•○•○•○•○•

- Obrigada pela ajuda Mary, de verdade.

- Sem problemas V, sabe que não ia ficar tranquila se não te ajudasse. E sei que irá se dar bem amanhã -- ela diz dando um soquinho em meu peito -- quando fará a prova? De manhã?

-Acho que a tarde -- ela afirma com a cabeça.

- Nos vemos amanhã V! -- ela me abraça se despedindo -- tchau -- ela se distancia indo em direção ao elevador e ao fechar a porta me permito pensar.

Mary é uma garota simplesmente incrível. Mesmo brigados, ela veio aqui me ajudar com os estudos, como tinha dito e isso prova que além de inteligente ela é sincera e cumpre com o que diz. Ela é perfeita. E além disso, é especial. Ela merece coisas boas, pessoas boas. E sim, estou voltando ao assunto "Payton" de novo. Eu não confio nem um pouco nele e se dependesse de mim, ele estaria no hospital agora, apenas por ter beijado Mary a força. Babaca! O pior é que Mary não entende que foi grave, talvez pelo fato de ela estar gostando dele e ter gostado do beijo.

Enfim, o máximo que posso fazer é ficar de olho nesse sem noção e proteger Mary. Se necessário.

- Filhão! Como está? -- meu pai diz entrando em casa junto a minha mãe.

- Bem e vocês?

- Bem também filho! O que fez de bom? -- minha mão pergunta.

- Estudei -- digo cansado -- com Mary.

- Hmm, com Mary.

- Não começa pai! Ela insistiu em me ajudar. E ela é inteligente, então acho que me darei bem.

- Queremos conhecer essa garota. Chame ela algum dia para comer com a gente! O que acha?

- Ok, se insistem... -- me rendo.

- Cuide dela filho, meninas assim são raras -- meu pai diz.

- Com certeza...

CONTINUA...

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Eu quero guardar a Mary em um potinho 🤏🥺

Não esqueça o voto! 😘

The Intruder • Vinnie HackerWhere stories live. Discover now