62- Chocolate com pimenta

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- A senhorita quer uma carona? -Harry tirou os óculos escuros ao mesmo tempo fazendo uma voz sedutora.

- Você sabe que tá de noite né? -Ele assentiu. Revirei os olhos. -Porque um namorado tão maluco? -Me perguntei.

- Vamos pra minha casaaaa! -O idiota agarrou minha cintura e me prensou contra o carro

- Harry! Estamos na rua! -Coloquei minha mão no seu ombro.

- Eu sei do óbvio anjo. -Ele beijou minha bochecha demoradamente.

Anjo.

- E se aparecer alguém?

- Desde quando você se importa com isso?

- Hum... Nunca. -Ele abriu a boca para falar, porém eu continuei antes. -Porque nunca saímos na rua como namorados.

- Quando fomos para o hospital...

- Rua Harry. Ar livre

- Ah... Sério? Então que tal a gente ir jantar?

- Poxa eu nem tô arrumada. -Soltei um muxoxo.

Harry arqueou uma sobrancelha.

- E desde quando você se importa com isso? -Ele cutucou minha barriga.

- Argh. Ridículo, palhaço. -Bufei.

- Lola -Harry me chamou -Amor... -Sua mão foi de encontro ao meu queixo e ele me fez olha-lo. -Não precisa mudar por mim.

- E-eu não tô mudando. –Tentei me afastar.

- Ei calma. –Sua mão acariciou meus braços. – Eu só quero dizer que... Eu me apaixonei por Lola. Aquela Lola que era maluca, desastrada, que tem medo de formigas, adora ficar com a Ally mesmo que ela seja totalmente seu oposto e você adora odiar isso. –Ele suspirou –Eu amo você –Ele me deu um beijo no nariz. –Desculpa, acho que eu tô com saudade antecipada ou qualquer coisa do tipo. –Harry se afastou de mim passando as mãos pelo cabelo.

Fiquei um tempo processando tudo.

Bem... Isso é um pouco vergonhoso, não sei... Na verdade é estranho.

Timidamente eu cheguei perto do Harry e toquei seu braço, ele sorriu de lado pra mim.

- Desculpa?

- Naaah você falou o que pensava. Vem, vamos comprar chocolate.

Comecei a andar para uma loja de doces. Em segundo ouvi os paços rápidos do Harry e sua mão esquentar a minha.

- Ei, eu disse que estava com saudade, mas o romantismo pode ficar. –O olhei.

- Além de maluco é indeciso. –Balancei a cabeça negativamente.

- Maluco por você. Indeciso para saber se eu amo você mais que qualquer outra pessoa.

Não se se eu me arrepiei pelo vento quente saindo da boca do Harry batendo no meu ouvido ou... Não tem “ou” foi por isso mesmo.

Outra risadinha no meu ouvido.

- O chocolate. –Ele puxou minha mão e começamos a andar.

(...)

- Esse! Esse! Esseeeee! –Corri até o chocolate. –Meu lindo.

- Namorar é sentir ciúmes de objetos.

- Dependendo do objeto você pode substitui-lo.

- Como assim? –Harry franziu o cenho.

- Um vibrador. –Murmurei.

- Que safada! Não ando com esse tipo de gente. –Ele se afastou e pegou um chocolate na última prateleira. - Não sei por que eu gosto desse chocolate

Love changes peopleWhere stories live. Discover now