𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁𝑜 𝒹𝑒𝓏𝑜𝒾𝓉𝑜

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— Eu vou sim, mande lembranças para seu pai e sua mãe. — concordo e saio da sala.

Agora eu só precisava colocar meu plano em ação. 

Sai da delegacia e fico o mais escondida possível. Eu sabia que JJ estar na delegacia era o menor dos problemas, o verdadeiro problema estava por vir, e era isso que eu precisava impedir.

Demorou alguns minutos, e o pai de JJ chegou. Assim que ele entrou na delegacia, eu me coloquei em posição. Poucos minutos depois vejo o senhor Maybank saindo com JJ, e só por seu jeito de andar, eu sabia que ele estava furioso. Eu apresso meus passos para chegar neles.

— Senhor Maybank, como está? — chego nele assim que ele está abrindo a porta do motorista. Ele me olha de cima a baixo por um momento e depois olha pro meu rosto.

— Você é a filha do Cris? — sua voz era de total surpresa, e eu apenas concordo. — Você cresceu. — senti repulsa assim que ele disse isso, eu sabia que era totalmente na maldade, mas apenas dei um sorriso fraco. 

— Oi, JJ. Quanto tempo. — sorrio pra ele que apenas me olha com a mandíbula cerrada. — O senhor está muito ocupado agora?— volto meu olhar para Luke.

— Eu preciso resolver uma merda agora. — ele olha para JJ e eu sei exatamente do que ele estava falando.

— O senhor pode me levar de volta para a periferia? Meu pai ficou de vir me buscar aqui, mas não apareceu. E eu não tenho dinheiro para voltar. — ele olha para JJ e depois me olha de novo, parecia estar me analisando. 

— Veio fazer o que aqui? 

— Vim entregar uns papéis da empresa do meu pai, estou trabalhando pra ele agora. — conseguia ouvir a respiração de JJ de onde eu estava, e eu tinha certeza que seus punhos estavam fechados.

— Sorte a do seu pai ter você como filha. — ele olha pra JJ. — Sabe o que esse merda me fez? — senti vontade de socá-lo, mas me manti no meu personagem. — Destruiu a porra de um Malibu 2019 de 30 mil. — olho pra JJ boquiaberta, eu não tinha noção de qual dano havia sido causado. 

— Eu já disse que vou pagar tudo. Eu juro, beleza? — a voz de JJ estava fraca. 

— Como? A única coisa que você faz é fumar maconha e ficar vadiando. — suspiro discretamente e toco no braço de Luke, mas me arrependo.

— O senhor pode me dar a carona ou não? Se não for, é melhor eu ir andando. — ele balança a cabeça rapidamente. 

— Não tem como eu deixar uma moça como você andar por aí sozinha, não é JJ? — ele nem mesmo tirou os olhos de mim. JJ não responde, mas sinto seu olhar queimando em mim. — Entra no carro. — sorrio pra ele e faço a volta. Antes de JJ abrir a porta pro passageiro eu o empurro.

— O que você tá fazendo? Vai embora! — JJ sussurra assim que eu chego perto dele.

A única coisa que eu faço é pegar em sua mão e dar um leve aperto.

Abro a porta do passageiro e entro dentro do carro, olhando pelo retrovisor e vejo que JJ estava ficando cada vez mais vermelho. Ele tinha sua mandíbula cerrada e suas mãos fechadas, e sua respiração estava ofegante. 

Luke deu partida no carro e seguiu viagem, o único som que podia ser ouvido era da respiração de JJ. Eu estava quebrando uma regra que ele havia feito desde que começamos a ficar juntos. Que era apenas eu nunca chegar perto do pai dele, e eu sempre soube o motivo. 

— Quer que eu te deixe onde? — a voz de Luke ecoa por todo o carro.
— Qualquer lugar que fique bom pro senhor. 

— Que tal lá em casa? — o olho assustada, desvio meu olhar pro retrovisor e vejo que JJ estava com sua testa encostada no vidro da janela tentando normalizar sua respiração. — Você bebe?— concordo. — É, nem todo mundo é perfeito. Vamos lá beber um pouco comigo e meu filho. Faz muito tempo desde que você foi lá. — a última vez em que fui, foi um dia que ele havia agredido JJ, ele teve a cara de pau de mentir que ele havia brigado na rua. Desde aquele dia JJ me proibiu de ir lá.

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