𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓉𝓇𝑒𝓏𝑒

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— E eu vou trabalhar na minha dissertação da bolsa e tentar não cometer crimes. — JJ revira os olhos assim que Pope começa a falar. 

— Dá pra calar a boca? — dessa vez sou eu quem reviro os olhos.

— Nós podíamos treinar.— Pope me olha e concorda. 

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Já fazia alguns minutos que John B e Kiara haviam subido, eu e Pope já havíamos treinado bastante palavras, que fossem úteis em sua entrevista. 

Estou sentada no chão encostada  em uma árvore, enquanto olhava Pope e JJ brincar com uma bolinha. Ouço o barulho de uma sirene e olho pro lado e vejo o carro da polícia, eu e os meninos começamos a correr em direção ao carro de John B. 

— Devemos ir?— JJ gira a chave no carro.

— Claro que sim, cara! Não posso ser pego aqui. — Pope diz em total desespero e JJ da partida no carro.

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Acabou que John B e Kiara não apareceram, pois acabaram sendo pegos pela polícia. E o pai de Kiara teve que ir buscá-los e ficou furioso.

Eu estou sentada na mesa da cozinha, estudando novas palavras em polonês. Mais uma língua que minha mãe inventou que eu deveria aprender. Ouço a buzina do lado de fora e minha mãe automaticamente sai na porta antes de mim.

— Nem pensar, podem ir embora.— suspiro e coloco as mãos na cabeça.— Acha que eu não sei, que você foi detido ontem? Não quero minha filha andando com você! — paro atrás dela e JJ me olha com atenção. Fiz um sinal com a cabeça e JJ sorri pra mim, pelo jeito ele havia entendido.

— Desculpe incomodar, senhora Mancini. Voltamos outra hora. — JJ grita e minha mãe bate à porta.

— Volte a estudar, agora! — concordo e espero ela sair de perto. Dei uma última olhada nela e saio pela porta da cozinha que também tinha acesso aos fundos. Pulo a cerca de casa e avisto JJ.

— Essa é a minha garota. — ele me dá um beijo e nós corremos pra Kombi. 

— Como que seu pai deixou você sair? — pergunto rindo quando vejo Kiara.

— Quem disse que ele deixou? — eu e ela rimos.

— O nosso dia foi muito longo e eu quero apenas relaxar, posso dar um trago? — JJ chama a atenção de todos nós. — Quer dar um trago? — Pope recusa instantaneamente.

— Cara, você entende que seu problema é que você não é criativo? — reviro os olhos e tiro a maconha da mão de JJ. — Uau, você vai fumar comigo?

— Claro que não. Nós não vamos fumar. — JJ franze a sobrancelha pra mim. — Eu tenho 99% de certeza que você já fumou hoje, então está ótimo. 

— Olha gente, eu sei que eu estava errado sobre o farol, mas eu tinha razão em uma coisa.  Meu pai realmente está tentando me dizer algo. 

— Tá brincando com a minha cara. — falo assim que vejo John B estacionado na frente do cemitério.

— Relaxa, baby. Estou aqui pra te proteger. — JJ pisca pra mim e eu dou uma risada baixa.

Nós começamos a andar pra dentro do cemitério, conforme andávamos eu me arrepiava mais. 

— Esse lugar é assustador. — concordo com Kiara. — John B, o que a gente tá fazendo?

— Sabe quando quer se lembrar da música, e não lembra quem canta? — eu e Kiara falamos um breve "sim" e John B continua. — Esse tempo eu pensava que Redfield fosse um lugar, né? Mas não é um lugar. É uma pessoa! — nós paramos em frente a um túmulo. — Minha trisavó, Olivia Redfield. Esse era o nome de solteira dela. Me ajudem com essa porta. — pego a lanterna da mão de JJ e dou alguns passos pra trás. 

John B, Pope e JJ começaram a empurrar a porta, enquanto eu e Kiara apenas iluminamos. A porta de concreto não mexeu nenhum centímetro. A única coisa que eles conseguiram, foi arrancar uma enorme cobra. Eu e Kiara nos afastamos mais ainda, enquanto os meninos gritavam e se afastaram também.

— É uma mocassim d'água. — Pope grita enquanto tenta desviar da cobra.

— Sai de perto dela! Ela é venenosa! — elevo meu tom de voz, enquanto os meninos se afastam mais ainda. JJ começa a latir pra cobra e eu fecho meus olhos e suspiro. — Dá pra parar?

— Elas têm medo de cachorro. Todos sabem disso. Se tem uma, deve ter um monte aí dentro. — ele volta a latir perto da porta.

— Dá pra parar de latir pras cobras?! — Pope revira os olhos.— John, não vamos entrar ali, beleza? Ela não está mexendo. É melhor irmos embora, antes que alguém nos pegue.

— A May passa por essa fresta. — John B diz e dá de ombros.

— Ah, não mesmo! Passo essa pra Kie.

— E eu tenho outra opção? — ela diz enquanto vai até a fresta da porta e começa a se espremer. — O que exatamente eu tenho que procurar? — ela grita de dentro do túmulo. 

— Quando você achar, vai saber. — John B fala enquanto roe as unhas. 

— Eu preciso de mais luz. — entrego a lanterna na mão de JJ que se apoia na entrada, enquanto ilumina pra Kiara.

➮ O meu sol • Outer Banks Where stories live. Discover now