"Claro" - Eu e o de olhos azuis concordamos.

 Levantei e sai da sala indo diretamente para a minha, queria estar livre da papelada logo e conseguir descobrir algo sobre o Sr. Santorini, seu nome me era familiar.

"Deixei os documentos na sua mesa, como pediu" - Lizzie falou sorrindo minimamente - "E você tem recados do seu irmão, ele quer jantar com você essa semana e também de um cara chamado Richard"

"Confirme o jantar para sexta e se esse Richard ligar, diga que eu sofri um acidente e morri" - Respondo o mais rápido que posso.

"Encontro ruim?" - Lizzie perguntou e eu ri.

"Sexo ruim e ele é chiclete" - Suspiro - "Era pra mim gozar e esquecer do trabalho, ao invés disso, eu fiquei frustrada"

"Vou ser uma babaca então" - Ela diz e eu sorrio agradecida enquanto entro na minha sala e me jogo na cadeira.

Começo a trabalhar, fazer ligações, olhar as plantas, confirmar números e quando me dou conta já é hora do almoço. Ouço minha porta abrir e estranho ao vê a figura alta aparecer na minha frente.

"O que perdeu aqui Hastings?" - Pergunto vendo os olhos azuis se encontrarem com os meus castanhos - "Mais alguma piada sobre atrasos?"

"Vim chamar minha colega de trabalho para almoçar comigo" - Estreito os olhos, algo estava errado, ele jamais fez essa gentileza antes e quando tentou foi assim que cheguei aqui, o que não aconteceu já que eu neguei.

"A sua colega de trabalho tem medo de comida envenenada" - Digo e ele ri, fazendo as covinhas aparecerem - "Sabe que eles vão saber que foi você que me matou né? Dois arquitetos concorrendo a uma vaga que te torna um deles sócio do escritório... Você será o principal suspeito"

"É realmente uma pena, você vai ficar decepcionada quando eu for escolhido" - Ele diz parecendo triste e então sobe o olhar novamente para o meu - "Vamos lá, temos uma coisa mais importante que nossas disputas e rivalidade saudáveis no momento"

"Saudável? Uma vez você me deixou trancada numa sala só para quase perder a reunião de uma conta" - Digo o lembrando do ocorrido de duas semanas atrás.

"Só fiz isso porque acidentalmente você deletou a minha planta do hotel da Hilda" - Ele explica e dá de ombros - "Agora deixe de ser teimosa, vamos"

"Sobre o que se trata?" - Pergunto firme, levantando e vou pegando meu casaco e bolsa.

"Paolo Santorini" - Diz e eu assinto então saímos do prédio em direção a um restaurante.

Anthony Hastings:

Assim que ouvi o nome sabia que se tratava de um italiano, não demorou até conseguir suas informações. Rico do tipo que provavelmente não sentiria falta de sua melhor Ferrari, mas, com uma família aparentemente sólida e muito apegada.

Passei a manhã pensando nisso, se quisermos mesmo a conta só o melhor planejamento não vai ajudar, toda empresa faz isso, oque Paolo vai buscar é a familiaridade que nosso projeto, empresa e funcionários tem com ele e quando me dei conta disso acabei pensando em algo que antes me era louco, mas agora me parece a chanceperfeita.

Foi isso que me levou à sala do raio de sol mais conhecido como Amélia Parker, apesar de talentosa, bonita e dedicada todos do escritório não tem certeza se ali dentro realmente batia um coração e por isso a tornava perfeita. Nesse instante mesmo, ela está comendo enquanto lê sobre nosso possível contratante.

"Certo, você sabe coisas sobre ele" - Ela diz após avaliar os papéis - "Mas aqui só tem mais sobre sua família, não me parece que vai ajudar muito no projeto"

"Estamos procurando pontos em comum Amélia" - Digo e ela me olha confusa, os olhos cor de mel perdidos - "Ele vai escolher a empresa com base em como se sente, ele me parece mais emocional que racional"

"Certo, digamos que sim" - Ela diz e então leva uma batatinha frita até a boca - "O que isso tem a ver? Temos que chorar ou algo assim?"

"Não, mas ter isso em mente faz com que vejamos o tipo de projeto que vamos criar e como vamos nos portar com ele" - Explico e ela assente, crio coragem para falar do plano em minha cabeça então comecei devagar - "Ele é um homem apaixonado, casado mais de 20 anos com filhos e netos. Vai me achar maluco pelo que vou dizer agora..."

Amélia tinha o rosto impassível, os lábios cheios e rosados estavam tensos, seus olhos mais confusos ainda e sua testa franzida era o indico óbvio que ela estava intrigada.

"Vamos lá, se sabe como conquistar o cliente ou pelo menos acha que sabe, podemos conversar sobre isso e vê se é uma boa ideia" - Ela me encoraja e eu suspiro.

"Se ele achasse que somos um casal apaixonado, criando um projeto para ele isso poderia aumentar nossas chances. Não acha?"

" O quê?" - Amélia gritou atraindo a atenção para nossa mesa.

Oioi! Estou tão empolgada de começar a escrever sobre a Amélia e o Anthony, espero que gostem tanto quanto vou gostar de escrever. 

Obrigada por lerem, não esqueçam de votar, comentar e recomendar para as amigs! Um beijo.


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