LIBERTINA [M] - LEONINA

04

Ret 🍁

Sai da boca e fui direto na casa da minha coroa.

Carmem: olha quem lembrou que tem família.- ela falou assim que eu entrei e fui abraçar ela.

Ret: também te amo velha.- ela me deu um tapa e eu ri.

Carmem: não quero papo contigo não, some e aparece assim do nada. Fico preocupada porra.

Ret: fica sussa mãe, eu tô bem, notícia ruim é sempre a primeira a chegar, sem falar que minha casa não é tão longe assim.- ela murmurou um "hm" e voltou pra cozinha.

Vi a Manuela entrar em casa toda feliz sorrindo até pro vento e gargalhei.

Ret: iih alá, tá drogada é doida?- ela me mandou dedo.

Manu: cê passa semanas sem dar as caras e já chega me tratando assim? Lamentável.- neguei rindo e ela veio me abraçar.

Ret: tá tudo bem com vocês aqui?

Carmem: tá sim meu filho, não se preocupe. Venham almoçar.

Ret: oba, comida da coroa, tava com mó saudade.

Carmem: porque quer né, sabe que pode vim quando quiser.

Almocei com elas e depois passei um tempo conversando.

Ret: vou vazar, prometo que vou aparecer mais vezes.

Carmem: vê se larga essa vida meu filho...- suspirei levantando e dando um beijo nelas.

Ret: amo vocês. Aparece lá no churrasco que eu vou fazer amanhã Manu, mas juízo ein.- ela riu fazendo joinha e eu saí.

Minha coroa nunca aprovou a vida que eu levo, e é bem óbvio né, qual mãe quer ver seu filho assim?

Mas depois que você entra não dá pra sair, todo mundo sabe que quem entra nessa vida só tem dois destinos, cadeia ou morte, e eu sei que é difícil de aceitar.

Nossa, por muitos anos ela mal falava comigo, a tristeza consumia ela, mas com o tempo ela foi aceitando, a vida tem dessas né pô...

E me machuca muito saber que isso machuca ela...

Mas não dá, é difícil.

Quem sabe um dia...

* * * 

Acordei cedo pra preparar a laje pra fazer o churrasco e quando deu umas dez horas da manhã o povo já tava chegando.

É só falar que tem qualquer bagulho que brota gente de Nárnia.

VN: e aí gostosão, cheguei cedo pra aproveitar né pai.- neguei rindo.

Ret: chegar cedo pra ajudar ninguém quer né?

VN: óbvio que não. - mandei dedo e fui até a churrasqueira colocando a carne.

Ret: alá o Souza boladão.- falei rindo e o VN gargalhou.

VN: já chegou com a dona amarrando uma coleira, papo reto não sei como ele aguenta essa mina, não assume e nem larga o osso, se fuder ein.

Ret: 2 anos essa palhaçada, mó tóxico isso aí.

VN: papo reto.- ele falou dando um gole na bebida dele.

Natália: duas Maria fifi.- ela chegou falando e a gente riu.

VN: com orgulho.- ela riu e sentou com uma bebida.

A Natália é uma amiga minha de infância, já rolou algo a mais entre a gente, mas o nosso lance mesmo é só amizade, é só o que dá certo entre nós.

Nat: mó gostosão tu tá ein VN.- ele sorriu se achando.

VN: pai tá chato pô.- ele passou a mão no corpo e eu gargalhei.

Olhei pra entrada da laje e vi a Manu entrando com a mina do baile, a dos olhos chamativos.

Tomei mó susto que até derrubei a carne.

VN: ô porra viu a Rihanna foi? Derrubou a carne pô.- neguei.

Ret: vem aqui, sou empregado de ninguém não.

VN: mas cê tá bravo? Calma amor, que eu já tô indo.- neguei rindo e ele veio olhar a carne.

Me sentei com uma Skol beats na mão e nossos olhares se cruzaram, ela ficou um pouco surpresa, mas soube disfarçar enquanto eu lancei um sorrisinho de lado pra mesma que sorriu e desviou o olhar.

Nat: hm, senti um clima aqui ein...- neguei rindo e dei um gole na cerveja e vi a Manu vindo com ela na minha direção.

Manu: olha Anna esse aqui é meu irmão. Ret essa aqui é a Anna.- sorri de lado me levantando.

Ret: ah então é Anna?- ela sorriu fraco.

Manu: vocês já se conhecem? Ou é impressão minha?

Anna: quê? Não, a gente não de conhece. Prazer, Anna.- ela apertou minha mão sorrindo simpática.

Ret: satisfação, pode me chamar de Ret. - sorri cínico e ela negou - ah, e prazer é só na cama.- pisquei saindo de perto dela.

Fui na cozinha pegar mais bebida no freezer e quando cheguei lá vi a emocionada da Karine.

Karine: tava te esperando.- revirei os olhos.

Ret: o que tu quer?- falei indo pegar as bebidas.

Karine: saber quando vai ser a próxima vez... tô com saudade...- ela falou se aproximando.

Ret: não vai dar gatinha, tô sem saudade e sem vontade.- toquei no queixo dela e sai da cozinha voltando pra laje.

Fiquei com essa maluca duas vezes e ela emocionou querendo mais.

Nem vai rolar, não tô afim.

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