I - AWAKE

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— Ela acordou!

A ruiva piscou os olhos algumas vezes incomodada com a claridade. A voz fina, provavelmente de uma criança, continuava presente falando coisas que não faziam sentido em sua cabeça. Certamente não estava no céu, não acreditava que um anjo a incomodaria tanto assim. Na realidade, não acreditava em anjos, ou no fato de que era boa o bastante para ter um lugar no céu.

Já acostumada com a claridade, fez uma varredura rápida do perímetro, se assustando com um pequeno ser encarando-a sorridente. Natasha tentou se mover, se afastar. Estava confusa. Uma voz, dessa vez mais madura, e ainda assim suave, repeliu qualquer movimento da ruiva.

— Não faça esforço, Natalia. — Natasha franziu a sobrancelha ao reconhecer o sotaque, passou tanto tempo nos Estados Unidos a ponto de sentir que não reconhecia mais sua língua materna, apesar de falar e compreender perfeitamente. Será que sua profissão a fizera perder seu sotaque? —Yeva, se acalme! Você está assustando-a. — murmurando a pequena finalmente se afastou e Natasha conseguiu se sentar com a ajuda da mais velha. —Você se lembra de algo? Lembra seu nome? — ela perguntou entregando um copo com água para a ruiva. —Me chamo Olga.

— Natasha... Uhn... Natalia. Romanova. —Olga se levantou e caminhou até a cômoda na outra extremidade do quarto, tirando algumas peças de roupa.

—Você se lembra de algo? — questionou e Natasha a encarou, não totalmente certa se poderia falar alguma coisa. Dizer seu nome real já tinha sido o suficiente. Que Diabos estava acontecendo? Percebendo a incerteza e desconfiança da outra, Olga complementou. — Meu marido a encontrou desmaiada na estrada quando retornava do trabalho... Achou que estava morta, usava apenas um traje preto e estranho, não muito propício para o clima russo. Sem nenhuma identificação, quer dizer, além de um papel com o nome Natalia, isso não foi suficiente para que você pudesse ficar em um hospital, mas conseguimos fazer alguns exames. Eu sou enfermeira. — ela explicou — Não havia nada de errado, mas você estava em uma espécie de coma. — Natasha se fez ciente do tubo que a alimentava após essa declaração. Desejava saber quanto tempo passou desacordada, mas a garganta ainda doía por ter dito apenas seu nome. — Aproximadamente três meses. — Olga falou como se tivesse lido seus pensamentos. — Você ficou desacordada por esse tempo, tentamos encontrar familiares seus. Tivemos fotos suas espalhadas pela cidade, meio estranho, diga-se de passagem. — ela riu — Recentemente descobrimos que você viveu em um orfanato, não se tem informação de quando você deixou, fora isso houve algumas peças de ballet onde você se apresentou, sem mais informações também. Ah, e por último a compra de uma passagem para os Estados Unidos.

Natasha parecia exausta depois de tanta informação. Sua cabeça estava maquinando como aquilo tinha acontecido. Precisava de um computador urgentemente, mas antes queria remover aqueles tubos de seu corpo e tomar um banho. Percebeu que a mulher, Olga, a observava com curiosidade, provavelmente aguardando explicações ou perguntas.

HIATUS | Where I Wander ─ StevenatOnde as histórias ganham vida. Descobre agora