Arrumamos tudo em uma mesa grande, que já estava repleta de outras coisas. Perto da parede, que dá para a varanda, tem uma mesa comprida com bebidas de todos os tipos, além de copos e uma máquina de gelo, e claro, sua geladeira repleta de cervejas.

Depois de tudo que aconteceu com Jackson, ele envolve o mínimo de pessoas possíveis em sua vida particular; por isso, decidiu ele mesmo arrumar as coisas para essa reunião com os amigos, em vez de contratar alguém para organizar. Apareceu na porta da minha casa com a cara mais lavada do mundo, me pedindo ajuda; eu jamais negaria. Admiro muito o fato de que, por mais que ele tenha muito dinheiro, não é desses que depende de terceiros para fazer tudo, sempre se virou muito bem sozinho, em quase tudo.

Seguimos em direção a mesa de bebidas. Jack prepara um copo de gin com especiarias para mim, e pega uma cerveja. Brindamos e nos sentamos no sofá. Dou um gole no meu drink e sinto o meu corpo arrepiar ao sentir o sabor do álcool.

— Isso está perfeito — digo, tomando outro gole.

Ele sorri e bebe sua cerveja.

— E, como vai o seu processo contra a Alex? — pergunta.

Suspiro e fico olhando para o copo.

— Está indo — olho para ele — Noah é excelente e muito atencioso, conversamos quase todos os dias. Eu ajudo a esclarecer pontos confusos, passo mais algumas informações e, ele diz estar montando um quadro com informações promissoras. Não vejo a hora de conseguir limpar meu nome na mídia — desde que Alex começou com essa história, perdi alguns contratos e, dificilmente, alguém me procura para um trabalho novo.

Já se passaram duas semanas desde a última vez que o vi pessoalmente. Aparentemente, ele está focado apenas em meu caso, mas teve duas audiências de outros clientes e, por isso, precisou ficar um tempo à disposição deles. Marcamos uma reunião para a segunda-feira da próxima semana, e então, iremos dar início ao processo em si. Estou muito ansiosa e com medo ao mesmo tempo.

Jackson me observa com um olhar diferente, balança a cabeça e sorri.

— Entendi... Então, vocês conversam todos os dias. Sobre o caso... — pressiona um lábio no outro, segurando uma risada. Suspiro e mostro a língua para ele, que não se controla e dá uma risada. — Não estou falando nada. Não precisa ficar na defensiva, gatinha – pisca e se levanta.

— Você e minha mãe devem estar de complô, não é possível — acabo entrando na dele e rio. Me levanto, vou até a JBL dele e ligo. Conecto ao meu celular e coloco em uma playlist pop, que começa por Montero de Lil Nas X.

Começo a cantar junto e mexer um pouco o corpo no meio da sala.

Eu entrei bem nessa hoje

Você me ligou para ir até sua casa

Não tenho saído muito de qualquer forma

Esperava que eu pudesse te encontrar sorrindo para mim

Canto um pouco mais alto, desencaixo o meu salto dos pés, o deixo próximo ao sofá e, logo depois, subo no mesmo. Fecho os meus olhos, dou um gole na bebida e rebolo um pouco, descendo o corpo enquanto isso. Após, subo bem lentamente a mão livre pela lateral do meu corpo até parar em meu pescoço.

Eu quero vender o que você está comprando

Eu quero sentir sua bunda no Havaí

Eu quero aquele jet lag de tanto transar e viajar

Cuspir uma criança na sua boca enquanto estou dirigindo

Mistaken (FINALIZADO)Where stories live. Discover now