Pertencemos a um futuro incerto.

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— Tá tudo bem.

— Não... é sério.— diz me olhando nos olhos.— Tenho os meus motivos pra não confiar nessa gente.

— Nicholas, eu também tenho.— concordo.— Acha mesmo que eu ia abrigar todos eles sem me preocupar com a possibilidade de não estarem a falando a verdade ou de que estão aqui a serviço de outra pessoa pra nos matarem?

— Devia ter pensando mais a respeito.

— Preciso deles, nós precisamos.— eu me aproximo.— Vai por mim, não sou do tipo que confio muito.

— Se você não confia muito, imagine eu... que não confia em ninguém.— diz rindo.— Apenas em você.

— Não deveria confiar nem em mim, Nicholas.

— Mas eu confio.— diz se aproximando.— Depois da morte do meu pai, nunca senti de verdade confiança em alguém. Até mesmo entre parentes e conhecidos no solar Dracula, todos se tornaram estranhos para mim. Mas agora eu sinto que devo sempre confiar e contar com você.— diz se aproximando ainda mais.— Não sei explicar o que eu sinto vindo de você, mas é como se fosse uma aura... mesmo depois de tudo isso, você ainda ascende.

— Como uma fogueira?— perguntei sorrindo.

Ele sorri junto.

— Como um incêndio.

— Ah mas... incêndios fazem estragos.— digo fixando os meus olhos nos dele.

— Eu gosto de estragos.

O sorriso dele foi se desfazendo e uma expressão mais relaxada surgiu no rosto dele. O mesmo aconteceu comigo, meu coração ficou nervoso, parecia que estava até errando as batidas de tão descontrolado que estava.

Ele tava se aproximando demais e...

— Eu tô atrapalhando alguma coisa?— pergunta Lorelei na varanda.

— Não, tá tudo bem!— digo me endireitando.

— Só estávamos nos acertando.— explica Nicholas, ele estava calmo.

— Sei...— diz Lorelai desconfiada.

— Precisa da gente?

— Não exatamente.— ela segura no deque da varanda para se apoiar.— Temos que nos reunir para discutimos a respeito dos nossos... convidados inesperados.

— Desculpa. Mas eu não sabia muito o que fazer na hora, não podia mandar eles voltarem.

— Eu sei disso, mas agora temos que lidar com a situação e resolver o mais rápido possível. Porque parece que estão vindo mais alcateias.

Eu olho para Nicholas, a expressão calma de seu rosto desapareceu.

— como assim mais alcateias? De onde estão vindo?

Ela suspira e aperta os lábios.

— De todos os lugares.

***

Enquanto eu respondia as cartas de alguns clãs que irão se juntar a mim contra esses rebeldes e insurgentes, fiquei pensando em como eu me livraria dessas coisas que não paravam de crescer no meu corpo.

Aquilo doía, não muito mas doía. Eu sentia elas crescendo lentamente como se quisessem por vontade própria me consumir até eu parar de respirar.

A porta é chutada com toda força e largo rapidamente a carta do clã mais poderoso depois do meu.

— Eu sei de tudo.— Vlad diz com sangue nos olhos.

— Como ousa me desobedecer vindo até aqui sem minha permissão?— digo me levantando da cadeira.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now