Mas aí os olhos dele ficaram calmos e a sua respiração voltou ao normal. Ele estava ajeitando o casaco, sua expressão mudou.

— É melhor eu ir.— diz caminhando até a porta.

— Eu sei que tá escondendo algo de mim, Quanty.— digo.— Você sabe que eu faço tudo pra conseguir o que eu quero. E se você estiver no meu caminho pra que eu consiga, não vou me importar nem um pouco em eliminar você. Irmão da Safire ou não, você é um peso.

— Boa sorte com isso.— diz.

Quanty some pelo corredor. Olive aparece logo depois de ele ter ido embora.

— Você ouviu?— perguntei a ela.

— Sim.

— Até que parte?

Olive caminha até mim. Seu rosto estava preocupado.

— Eu ouvi tudo, Vlad.— diz passando a mão pelo meu cabelo.— Sinto muito que ainda não podemos voltar.

Eu me afasto.

— Isso não faz sentido. Porque o meu pai me manteria aqui todo esse tempo se a Jean já está em Savannah com a família dela? Se passou meses! Eu já devia estar em casa.

— Vlad, eu sei que você nem sempre concorda com o seu pai, mas devia escutar ele sobre tudo isso.
— Olive argumenta.— Aposto que ele só quer o seu bem.

Eu me viro para encará-la.

— Você defende muito o meu pai.— observei.

— Ué, ele é o seu pai.— diz contra-argumentando.— E ele me trata bem.

— Eu não sei se já se esqueceu, Olive. Me deixe lembrar você de novo. O meu pai mandou o Quanty ir atrás de você, eles destruíram a perna do seu namorado e te trouxeram contra a sua vontade.— digo em um tom indignado.— Eles quebraram o seu braço fazendo um osso seu sair pra fora do seu corpo. E depois como se já não bastasse, o meu pai decidiu me torturar me obrigando te transformar.

Olive permaneceu imóvel, apenas me olhava com frieza e sem reação alguma.

— Isso ficou no passado.— diz ainda o defendendo.— Estamos em um novo capítulo agora.

— Sabe por que eu transformei você?

— Pra me salvar.— diz sorrindo.

— Pra salvar a Jean.— digo friamente.— Foi por isso que eu te transformei. Para salvar a vida da pessoa que mais importa pra mim.

O sorriso de Olive se desfaz. Eu conseguia sentir o ódio dela.

— O que você disse?

— Você me ouviu, Olive.— digo me afastando.

Eu caminhei pelas ruas novamente na esperança de encontrar Quanty pelo caminho. Eu o conhecia bem, ele não iria embora sem encontrar uma boa presa para o jantar. Ainda mais no território dele, pois Quanty e a família dele eram da Itália.

Eu andei bastante até parar em frente a um bar pequeno com luzes amarelas penduradas em fileiras. Para um lugar pequeno até que era bem arrumado.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now