10. Oclumência

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Talvez fosse o dia ensolarado, ou a conversa matutina que tivera com Ronald, ou até mesmo o fato de ter sido acompanhada com o ruivo até a cozinha para roubar algumas tortinhas, mas Ophelia sentia que aquele seria um ótimo dia.
Sentados do lado de fora, Weasley terminava de devorar ferozmente a comida que haviam furtado, Hangford observava as nuvens e escutava atentamente cada som presente no ambiente.
- Sabe o que seria legal? - disse Ophelia.
- O que?
- Se pudéssemos voar como os passarinhos, entende?
A garota virou-se para encarar o ruivo, que agora a olhava confuso.
- Voar como os passarinhos?
- Liberdade, Ron, é sobre isso que eu estou falando! - respondeu entusiasmada- Poder ir para onde quiser, sem se preocupar com o resto, ser livre pra fazer tudo que quiser quando der na telha!
Ronald sorriu e concordou com ela.
- Tem razão, mas passarinhos uma hora param de voar livremente e montam um ninho, e então botam ovos e tem filhotes.
Ophelia deu de ombros.
- Eu sei, mas pelo menos eles não são cobrados pelos pais, e não tem deveres reais estúpidos...- falou bufante.
Ronald olhou carinhosamente para a amiga, sabia que havia muita pressão sobre ela. E sobre ele.
Quero dizer, um casamento arranjado, a possibilidade de se tornar um rei, a honra que aquilo traria para a sua família e o fato de também estar sendo observado com frequência; tudo isso era de mais para Ron.
- Eu sinto muito...- murmurou Ophelia.
- Que? Sente muito pelo o que?
- Pelo casamento...
Ophelia havia feito novamente, de alguma forma, havia lido a mente de Ronald.
- Você consegue ler mentes?
- Perdão?
- Eu estava pensando no casamento...
Hangford revirou os olhos e soltou um risinho nasalado.
- Não, eu não leio mentes se é isso que te preocupa tanto Weasley. Citei o casamento porque tenho noção do quão estressante deve ser para você saber que está comprometido com A Princesa da Londres Bruxa.
- Você não está errada, mas não precisa se desculpar por causa disso...
- Sim eu preciso, tem olhos em cima de você o tempo todo, você só não percebeu ainda - ele havia percebido- sei como pode ser incômodo ser observado o tempo todo.
- Não é culpa sua, é culpa dessa tradição idiota da monarquia. Quero dizer, temos quinze anos, não deveríamos estar noivos!
Ophelia assentiu e se recostou sob a árvore atrás deles.
Ronald respirou fundo e se aproximou da garota, segurando sua mão ele disse:
- Podemos romper o noivado se isso for te dar alívio.
A garota o encarou, estava fazendo aquilo de novo, lendo cada linha presente no rosto dele, com aqueles olhos frios que penetravam a alma de qualquer um que os encarasse por muito tempo.
- Eu adoraria, mas sabe que se fizermos um anúncio público, meu pai irá me tirar da escola e eu amo estar em Hogwarts.
- Não precisamos fazer um anúncio público, estando claro entre nós que não temos nada além de amizade, e isso inclui um casamento arranjado, então ninguém mais precisa saber!
Ophelia concordou sorrindo, agora estaria com os ombros leves sem o peso de estar puxando Weasley para o abismo junto de si.
- Vamos para a aula - ela disse.

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A primeira aula era defesa contra as artes das trevas, graças a professora Dolores, aquela havia se tornado a aula mais odiada pelos alunos não sonserinos daquela escola.
- Eu tenho medo dela...- sussurrou Neville.
- Acho que todo mundo tem, Nev. - Ophelia sussurrou de volta.
Os dois voltaram-se para a frente e ficaram encarando a lousa, a voz esganiçada de Umbridge causava dores de cabeça em todos os alunos, Ophelia poderia facilmente fazer com que ela calasse a boca, mas não queria arriscar seus estudos em Hogwarts.
- Senhorita Hangford, está escutando? - a professora chamou.
- Para a infelicidade de meus ouvidos, sim.
- Pois bem - a professora começou zangada- Me diga, qual o nome da habilidade utilizada na hora de proteger sua mente?
- Oclumência.
- Certo, agora me responda, caso você não seja um oclumente e esteja duelando contra um bruxo legilimente, o que ele poderia fazer com você?
- Ele poderia invadir minha mente e me controlar através dela.
A professora sorriu cinicamente e voltou com a ladainha "e é por isso classe...", aquela poderia ser a aula mais demorada de todas, mesmo que tivesse o mesmo tempo de duração das outras.

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- Não me diga que teve visões novamente. - Hermione falou.
- Fala baixo - Harry respondeu- sim eu tive, não sei o que Voldemort quer e nem como ele invade minha mente a vontade, mas sei que a ocluêencia seria necessária caso eu quisesse dormir bem novamente.
- E quem poderia te ensinar?- falou Ron.
- A Ophelia talvez saiba, ela é boa em muitas coisas e eu duvido que um membro da família real não saiba dominar a arte da oclumência. - Hermione respondeu indiferente.
Os garotos se entreolharam, era a primeira vez desde a chegada de Ophelia em que Hermione elogiava a nova amiga. Talvez milagres realmente acontecessem.

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Olá meus caros leitores, quanto tempo!!
Espero que vocês estejam bem, se cuidando nesses tempos difíceis e etc.
Desculpem-me pela demora para atualizar a fic, sinceramente eu estava desanimada sobre ela e pensando em desistir dela pq não estava com ideias de como continuar... Mas, eu percebi que muitos amam essa fic e é muito bom saber que vocês se sentem felizes ao ler ela.
Pretendente ainda terá o mesmo rumo, mas com leves alterações (na escrita principalmente) e fiquem tranquilos que eu não vou matar nenhum personagem queridinho de vocês, ok?
se divirtam com o capítulo pois a autora vai dormir (afinal já são 03:18 da manhã)
beijinhos e se cuidem!!

PRETENDENTE- Ronald Weasley Where stories live. Discover now