Após a morte dos pais, Angel Swan, uma garotinha de apenas 9 anos, passa a morar no Orfanato Wool, onde conhece seu melhor amigo; Tom Riddle. Os dois vivem uma amizade saudável e bela, mas que muda drasticamente assim que Tom descobre ser um bruxo e...
Eu entrei no chuveiro e liguei a água no quente, vendo o vapor encher o banheiro e sentindo minha pele se esquentar rapidamente. Eu abracei meu próprio corpo e fiquei assim enquanto a água escorria por mim, sem querer me mover. Eu só queria que nada disso estivesse acontecendo, queria que Tom nunca tivesse matado alguém apenas para ser imortal, que ele não tivesse mentido para mim sobre a câmara e quebrado suas promessas. Eu também havia prometido uma coisa e estava quebrando nesse exato momento; Eu me afastaria de Tom caso ele estivesse mentindo para mim. E ele mentiu. Eu deveria me afastar? Ele desconfiaria de algo e provavelmente descobriria que eu não perdi as memórias. Eu devo fingir que estou apaixonada por ele e viver o resto da vida ao lado de um... assassino? E se Tom me chantagear e fazer eu matar alguém apenas para ser imortal com ele? Eu aceitaria isso ou fugiria para longe?
Fugir...
Eu deveria fugir na primeira oportunidade que eu tiver, nem que isso leve anos. Talvez seja melhor se eu e Tom ficarmos longe um do outro, nem que ele não aceite isso. Está decidido, eu fugirei para longe no exato momento em que surgir uma oportunidade perfeita. Mas, primeiro, eu precisaria me formar. Eu posso, facilmente, arranjar um emprego longe daqui, quem sabe em Nova York. Trabalhar no Ministério da Magia Americano, conhecer novas pessoas e novos tipos de feitiços, seria incrível. E eu nem precisaria me preocupar com Tom, ele nunca descobriria onde eu estaria, seria impossível.
Sorridente e feliz com as novas ideias, eu peguei o sabonete e comecei a esfregar pelo meu corpo, me limpando. Após estar completamente limpa, eu desliguei o chuveiro e saí do box, me secando com a toalha. Eu nunca poderia deixar que Tom lesse meus pensamentos, já estava na hora de aprender a ser uma oclumente poderosa.
Coloquei minhas roupas rapidamente e saí do banheiro, observando Tom na poltrona. Ele estava com as mãos fechadas em punho e com o maxilar travado, ele parecia irritado com algo. Seus olhos logo pousaram em mim e me analisaram por um instante, seu olhar vacilando levemente. Eu pigarreei e continuei meu caminho na direção da cama, me deitando ali após pegar um livro de magia. Discretamente, eu abri na página de Oclumência e comecei a estudar, minha visão periférica sempre atenta caso Tom olhasse para cá. Por um segundo, pude jurar que ele balançou a cabeça em negação, desacreditado com algo. Mas logo descartei essa ideia quando ele se levantou e foi para o banheiro, tirando sua camisa no meio do caminho antes de entrar. Porque você tem que ser tão lindo? Eu pensei, juntamente com um suspiro baixo, enquanto observava suas costas nuas. Podia jurar que vi Tom segurar a risada antes de fechar a porta, o que me deixou desconfiada.
Aproveitando que Tom estava longe, comecei a ler e anotar mentalmente os tributos que um oclumente precisa ter. Eu precisava "limpar a mente", deixando ela vazia. Isso requer muita força de vontade e disciplina, eu precisava suprimir meus sentimentos e pensamentos por completo, assim, a pessoa legilimente não veria minha mente. Eu precisava treinar isso com alguém, talvez com Dumbledore. Sei que ele é um legilimente profissional, seria bom treinar com ele.
Após um longo tempo lendo, eu ouvi a porta do banheiro ser aberta e logo mudei de página, indo para uma qualquer. Meus olhos subiram e olharam para Tom por cima do livro, eu senti meu coração acelerar violentamente ao vê-lo sem camiseta, apenas com a calça de pijama. Eu sabia o que ele estava fazendo, mas eu não poderia cair. E se ele desconfiasse caso eu negasse algo? Ele perceberia que eu estou estranha e logo descobriria a verdade. Mas talvez seja o momento perfeito para começar a demonstrar que eu não amo mais ele, eu poderia fingir que estou apaixonada por outra pessoa. Talvez Ethan... mas isso seria algo horrível de se fazer com ele, ainda mais depois de perder a própria irmã. Eu precisava me apaixonar por outra pessoa, ficar com outra pessoa, pelo menos. Assim, eu teria uma desculpa para recusar as seduções de Tom. Eu sorri, pensando no quão boa eu era para ter ideias.
Tom pigarreou e mexeu em seus cabelos, o que me trouxe borboletas no estômago. Ele foi até a lareira e lançou um feitiço de fogo mais forte, tornando o cômodo ainda mais quente. Eu guardei o livro na cômoda e puxei as cobertas até meus seios, me virando para o lado oposto de Tom e forçando um bocejo.
- Ma Belle? – Eu travei quando ouvi ele me chamar.
- Sim?
- Boa noite. – Ele sorriu levemente e se sentou de volta na poltrona, pegando seu diário. Eu achei aquilo estranho, porque ele não estava tentando me seduzir? Bem, me senti aliviada do mesmo jeito.
- Boa noite. – Eu suspirei baixinho e deitei a cabeça no travesseiro novamente, o sono ainda estava longe de mim, mas eu precisava dormir para me preparar para amanhã. Meus ouvidos ficaram atentos em saber o que Tom estava fazendo, pude ouvir apenas que ele estava escrevendo em seu diário com a pena. Ele, realmente, estava estranho. Tom, normalmente, me provocaria até acabarmos... nus, um em cima do outro. Eu apenas fechei meus olhos e esperei que o sono viesse, o que demorou muitos minutos.
Não, Angel, você NÃO É boa tendo ideias. Tom sabe de tudo e você nem sabe. Ai jesus, que ansiedade.
Aliás, como estão agora? Contem pa tia Coulson
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