Troy e Dinah puxaram-na para cima, segurando seus braços e costas como apoio para que a mesma não caísse. Allyson testou a força das pernas, mantendo-se meio cambaleante de pé, ainda insensível pelo tremor dos membros.

– Você está bem? – Normani perguntou, angustiada.

– Estou.

Allyson virou-se rapidamente para o espelho, em busca dos resquícios das imagens que assombravam sua mente. E se enganou. Se enganou porque absolutamente nada estranho se encontrava ali: apenas os reflexos de suas amigas e namorado. A pia estava limpa e sem a gosma escura e pegajosa de antes.

– Certeza? – Dinah arfou.

– O que aconteceu? Onde... Quem foi que gritou?

– Ninguém gritou, Ally. – Camila respondeu, franzindo o cenho.

A confusão fazia a cabeça de Allyson latejar e a quantidade de informações e pessoas ao redor de si não ajudava. Ela analisava o cômodo, ainda transtornada com as lembranças estranhas, ao mesmo tempo em que recebia olhares aflitos de Lauren, Dinah e Normani.

– Mas eu ouvi gritos...

Talvez tivera sido tudo um pesadelo, seu lado racional tentava justificar. Por mais que tenha sido terrível, por mais que tenha sido real, não passava de sua imaginação.

– Você tem certeza de que está bem? – perguntou Troy, tocando o seu rosto com cuidado. A mão do homem era delicada na medida do possível, quente e presente. – Meu Deus, você está congelando! – o loiro arfou ao apalpar os braços gelados da namorada. Rapidamente puxou o corpo dela, tentando aquecê-la. – Amor, o que foi isso? Eu sabia que devia ter ido para o quarto com você! Me perdoe, eu acabei pegando no sono durante o filme e fiquei por lá mesmo.

Ally piscava lentamente, à procura de sintonizar seus pensamentos. Lembrava-se dos ensinamentos da mãe: uma mente limpa e controlada é a chave para tudo.

– Vim aqui escovar os dentes porque os outros banheiros estavam ocupados. – Veronica começou, com uma expressão surpreendentemente calma no rosto. – Então encontrei você caída no chão e chamei os outros. Talvez os gritos que você tenha escutado fossem os meus.

Não! a mais baixa pensou, mais convencida do nunca de que os gritos que escutara não eram de Veronica, visto que não eram de alguém chamando e sim de uma pessoa desesperada que parecia sentir muita dor. E então, como uma névoa que se dissipa com o calor, aos poucos, a compreensão caiu sobre si e tudo começou a fazer sentido.

A bruxa.

Os flashes.

O tabuleiro Ouija...

– Quando chegamos aqui foi horrível! – Lauren entrou na conversa, ainda conservando no rosto uma expressão de pavor. – Você estava com o corpo todo duro, parecia estar paralisada.

Allyson balançou a cabeça para terminar de vez com a zonzeira e se desvencilhou devagar dos braços do namorado, piscando com força a fim de se livrar dos arrepios da nuca, que se encontrava quente. Sentia-se fraca e com o estômago revirando devido a uma ânsia de vômito, semelhantemente a uma recuperação lenta de uma gripe forte que sugara toda a sua energia e toda a alegria de sua alma.

E sua montanha-russa de sensações apenas se intensificava pela dúvida em contar ou não a verdade ao restante do grupo.

– Eu me senti esquisita. – disse ela, sacudindo os ombros, desconfortável.

– Mas o que está sentindo agora?! – Dinah questionou, medicamente falando, ao se aproximar o suficiente para encarar as pupilas pouco dilatadas, checando se as mesmas respondiam bem ao estímulo luminoso ao redor. – Você bateu a cabeça?! Sentiu vertigens?!

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