OneShot

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Publicando uma historinha que eu tinha meio perdida aqui pros fãs desse shipp maravilhoso. E tão escasso aqui no wattp. Boa leitura!

!Sem revisão!

***

A fila estava comprida e a cada poucos metros tinha um grupo de adolescentes saltitantes, rostos cobertos de pó branco e blusas pretas com maçãs aos montes. Todos impossivelmente animados pra estreia da série adolescente de vampiros.

Eram 5:00 da manhã, mal tinha luz do dia, mas lá estava ele, cansado, com fome, mal humorado. Com todo o ódio que era possível um ser humano sentir comprimido dentro dos seus 1,68 de altura. O policial, Daniel Williams, vulgo Danny, trabalhou por mais de uma semana exaustivamente em um caso, sem dormir mais de três horas por dia, isso em um dos dias bons, entretanto, ter uma filha entrando na pré-adolescência em conjunto com o lançamento de um filme adolescente significava absoluta tortura para o pais.

Usava seu melhor moletom, óculos escuros e tudo mais, não era que não amasse sua filha, pelo amor de Deus, se não amasse não passaria por toda essa espera, ouvindo gritos agudos irritantes, tendo que pagar uma fortuna em ingressos e pipoca, e ainda escutar mais gritos durante um filme adolescente que sabia que ia odiar. Nada disso, ele absolutamente amava sua filha e não tinha vergonha dela, o problema seria qualquer membro da equipe o vendo ali, o inferno nunca teria fim.

A verdade é que era o papel de Rachel levar Grace para o cinema na estreia, mas como sempre, ela lavou as mãos e jogou o serviço sujo para ele. No dia da estreia e da sua folga - vejam que coincidência- ela ia num "compromisso urgente" com Stan.

Apenas o pensamento de estar passando por isso para a sua ex-esposa ir a um encontro, fez outra onda de raiva surgir dentro dele. Suas bochechas com certeza estavam vermelhas apesar do sorriso que tentava forçar.

Ele provavelmente estava com cara de quem morderia a primeira pessoa que olhasse torto para eles, a qualquer momento.

Danny mais uma vez se lembrou que ir embora naquele momento deixaria sua garotinha bem triste. Imaginando os olhinhos de cervo bebê tristes, ele fortaleceu sua determinação e continuou na fila.

Depois de puxadas de tecido frenéticas e um olhar pidão, seu moletom tinha trocado de dono, indo para a pessoa que não escutou quando ele disse para pegar um casaco, enquanto saiam de casa em uma hora que absolutamente não era de Deus.

Ficou usando apenas uma camisa normal. Danny sentia a brisa fria, que apenas essas horas da manhã e dias de tempestade conseguiam trazer até mesmo ao calor infernal do Havaí.

- Será que poderia piorar? - Sussurrou para si mesmo.

Um grave erro ter proferido isso.

- HEY DANNO!?

Um idiota gritou alto o suficiente para chamar a atenção de muitos dos jovens alucinados na fila, infelizmente um idiota conhecido. Será que era tarde demais para ficar invisível? Danny considerou seriamente se ele seria capaz de matar Steve, se seria descoberto e se valeria a pena. Ele considerou os prós e contras por uns bons 10 segundos antes de sua filha desgrudar da sua mão e ir receber o bastardo calorosamente.

- Tio Steve! - ela disse indo para um abraço e ele respondeu também gritando seu nome, os dois se abraçaram e os planos assassinos que tramava foram adiados para futuras deliberações.

- Primeiro, não me chame de Danno Steven. Segundo, o que abóboras você faz aqui?

- Sério Danny, abóboras? - retrucou revirando os olhos, ainda com Grace que ria divertida nos seus braços fortes, a pequena traidora.

- Sim, abóboras. Sem xingamentos perto da minha filha seu neandetal! - ralhou sem nenhum calor real na voz. - O que faz aqui?

A grante estatura do marinheiro abraçava e cobria por completo a garotinha. Eles se pareciam bastantes, não era novidade estatura do outro homem dominar as coisas e nem o quando seu parceiro e sua filha se pareciam, as pessoas ate achavam que Steve era pai de Grace. Danny achava fofo como sua filha se perdia na estatura enorme e, talvez, também o sorriso bobo e brilho de adoração nos olhos do homem. Teria tido ciúmes de qualquer outra pessoa, mas não de Steve.

Ainda de sorriso grande no rosto Steve respondeu: - Eu estava indo surfar em um lugar diferente, até que senti de relance o cheiro do seu gel para cabelo.

Apenas agora notou as roupas do Neanderthal, sim, apenas um animal como Steve para estar acordado por vontade própria, sóbrio e animado, e sair pelas nas ruas nesse horário.

- Ha-ha-ha muito engraçado. Um piadista. Agora você pode ir embora. - Fez o gesto universal de 'xispa'. Ele tentou, mesmo sabendo que em vão, expulsá-lo.

- O que é isso amigão, assim você me magoa. Eu adoro esse filme, posso ver com vocês, certo Grace? - Steve se aproximou como se ao contrário de mandar embora Danny o estivesse convidando calorosamente.

Nesse momento Danny quase disse algo impróprio, ia dizer...mas Grace falou antes que pudesse.

- Claro que sim! Ele pode, não pode Danno?

Ignorando o jogo fofo da pequena manipuladora, que criava com muito amor e orgulho, obeigada, ele saorriu de lado.

- Você ama esse filme certo Steve?

- Claro... Mas... Que foi?

- Nada, é só que eu sempre soube que você gostaria de coisas assim.

***

Um fila longa, muitas brigas e provocações, reclamações pela comida cara e um filme adolescente onde eles receberam muitos "shiu" e olhares feios depois:

- Eles fizeram um vampiro que brilha no sol como se tivesse tomado banho de glitter, o que vem depois? Um vampiro que não bebe sangue? - Reclamou Steve.

- Ele pode beber suco de amoras, Babe. - Provocou. A experiência não tinha sido tão horrível afinal, não com a cara de desacreditado e pura confusão de Steve a cada cena.

- Calado Daniel, me lembre de nunca mais deixar você escolher o filme na próxima vez que formos ao cinema.

- Ei! A culpa não foi totalmente minha ok?

E eles continuaram na sua "discussão carinhosa", até Steve levar Danny e uma Grace sonolenta até o carro.

E se o policial passou o resto da noite pensando na "próxima vez que iriam ao cinema"? Isso nunca teremos certeza.

Mcdanno - ShortficWhere stories live. Discover now