Bem vindos de volta - parte 1

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O peregrino da Alvorada estava a exatos 30 dias no mar, já haviam passado por muitas ilhas, mas por algum motivo sabiam que as maiores aventuras ainda estavam por vir.

Era uma manhã ensolarada, Mary estava no camarote olhando o mapa e pensando onde os lordes desaparecidos poderiam estar. Ela estava perdida em seus devaneios quando ouviu uma comoção vindo do convés. No início não ligou muito, marinheiros estão acostumados a falar qualquer coisa gritando, mas logo sua curiosidade venceu.

Ela abriu a porta e parou em cima da escadaria, no começo não viu nada demais, até avistar duas pessoas levemente familiares e completamente encharcadas.

- Eu não acredito. - disse ela com um grande sorriso no rosto enquanto descia as escadas.

Lúcia e Edmundo.

Eles voltaram!
Era um pensamento que ela tinha de vez em quando, mas já estava quase conformada que não os veria de novo.

- Mary! - Lúcia, que estava um pouco mais velha, veio de encontro ao abraço de Mary.

Edmundo, por outro lado, nada disse, não sabia muito bem o que dizer, mas claramente estava feliz.

Mary logo em seguida foi abraçar Edmundo, que retribuiu.

- Oi.

- Oi. - Edmundo não conseguia parar de sorrir, estava em Nárnia, era exatamente do que ele precisava. Sem falar que não parecia ter se passado 100 anos, Caspian e Mary ainda estavam aqui.

- Como chegaram aqui? - Mary perguntou, afinal estavam no meio do oceano.

- Não chamou a gente? - Ed perguntou olhando de Caspian para Mary.

- Não, não dessa vez. - Caspian falou.

- Bom, mas seja qual for o caso, é um prazer estar aqui.

- Ahhhhhh! - um grito estridente veio do outro lado do convés.

Edmundo quase havia se esquecido que seu primo irritante tinha vindo junto. Ele nunca se adaptaria a Nárnia, e pior, os faria passar vergonha.

- Tira esse bicho de mim! - Eustáquio estava se debatendo no chão com Ripchip.

- Quieto rapaz, parece até um bebê.

- Tira esse bicho de perto de mim! - Eustáquio finalmente arremessa o rato longe, que cai com elegância na frente dos reis.

- Ripchip! - exclama Lúcia.

- Oh, majestades. - o rato, surpreso, faz uma reverência.

- Oi, Ripchip. - Edmundo o cumprimenta. - É um prazer.

- O prazer é todo meu, senhor, mas antes, o que fazer com esse intruso histérico? - ele diz se referindo ao Eustáquio tossindo no chão.

- Esse rato gigantesco quase arranha minha cara toda!

- Eu só tentei tirar a água dos seus pulmões rapazinho. - Eustáquio quase caí para trás quando ouve o som saindo da boca de Ripchip.

- Ele falou! Vocês ouviram? Esse bicho falou! - o garoto apontava para o rato, desacreditado.

- Ele sempre fala, fazê-lo se falar é que são elas. -- Caspian provoca.

- Quando não tiver nada a dizer, majestade, prometo ao senhor que não direi nada.

- Eu não sei que brincadeira é essa, mas eu quero acordar, agora! - o garoto gritava no meio do convés.

- Por que não o jogamos de volta ao mar? - Ripchip sugere.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroWhere stories live. Discover now