Prólogo

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Era madrugada quando a princesa Mary foi acordada pelo seu professor, inicialmente ela pensou que fosse para estudarem as estrelas como sempre faziam, mas pela expressão dele ela logo viu que se tratava de algo mais sério.

Ele diz para ela fugir para os estábulos enquanto acorda seu irmão. Ela obedece mesmo sem entender muito, pega sua capa vermelho vinho e desce pelas passagens secretas.

Enquanto esperava com os cavalos já prontos começa a ligar alguns pontos, sua tia já estava no final de sua gravidez e já esperava o pior se ela desse à luz um menino, seria um herdeiro para seu tio, mas ela e seu irmão Caspian ainda estavam na frente na linha de sucessão.

Ela ouve barulho de passos, mas logo avista Caspian se aproximando com o professor.

– Mary, você está bem? – seu irmão pergunta.

– Estou. – ela tenta tranquilizá-lo, parecia um pouco mais nervoso que ela.

Os dois irmãos sobem em seus cavalos enquanto o professor dá as instruções. 

– Devem se dirigir ao bosque.

– Ao bosque? – Caspian pergunta.

Os irmãos estranham pois os os bosques sempre foram temidos, nunca se sabe o que se pode encontrar lá. A mitos sobre antigas criaturas. 

– Não seguiram vocês lá. – ele tira do bolso algo enrolado em um pano e entrega para Caspian. 

– Levei muito tempo para encontrar isso, mas só usem quando estiverem em extrema dificuldade.

– Veremos o senhor novamente? – a princesa pergunta.

– Assim espero, ainda tenho muito o que contar a vocês. Tudo o que conhecem está prestes a mudar.

Eles ouvem várias vozes se aproximando, provavelmente os procurando, e começam a cavalgar para longe.

Ao passar pelos portões alguns soldados tentam impedi-los, mas Caspian, que está galopando na frente, consegue detê-los.

Quando já estão na ponte eles ouvem os fogos de artifício no fundo.

– Um filho! Esta noite deu a lord Miraz um filho!

As suspeitas de Mary estavam certas, o tio deles queria matá-los para ficarem fora da linha de sucessão e ele poder ser rei.

Eles não podiam ficar parados, tinham que continuar antes que os soldados os alcançassem.

Os irmãos cavalgam por bastante tempo até chegarem no bosque. Muitos soldados telmarinos param na entrada por medo, mas as ordens de Miraz eram claras, eles deviam continuar.

Na perseguição eles passam por diversos lugares, florestas amplas e fechadas, alguns riachos onde os cavalos cavalgam com mais dificuldades e por sorte consegue atrasar os telmarinos. Os irmãos continuam na floresta fechada e por enquanto sem sinal dos soldados, Caspian tenta olhar para trás para ter certeza, mas acaba não vendo o galho da árvore indo de encontro com sua cabeça.

– Caspian! – Mary grita preocupada.

O príncipe é derrubado ficando preso apenas pelo pé na sela do cavalo, ele é arrastado por um tempo até conseguir se soltar, mas o cavalo acaba correndo.

Sua irmã, que ao ver Caspian sendo arrastado, parou o cavalo e desceu para ir de encontro a ele.

Ela o encontra a alguns metros a frente deitado no chão, mas acordado. Ele se vira e suspira aliviado por não terem se perdido um do outro.

Mas o alívio logo acaba quando uma parte de um grande tronco de árvore se abre revelando duas criaturas que saiam de dentro.

Os irmãos se assustaram, mas sabiam o que era, eram anões. Mas deveriam estar extintos, assim como todos os narnianos.

– Eles nos viram. – diz um dos anões de cabelo preto.

Caspian, por instinto, olha pra sua espada não muito longe no chão, mas os anões parecem perceber e puxam uma faca também.

– Mary, fuja! – Caspian ordena, mas a princesa não tem tempo de fazer nada pois uma dor latejante passa raspando no seu braço.

Foi uma flecha dos telmarinos, que também se aproximavam. A princesa acaba desmaiando com a dor e por isso não percebe o que ocorreu a seguir, a única coisa que ela ouve antes da vista escurecer é o som alto de uma trompa.





Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora