You can stand under my umbrella

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Lucius Pov

-Quanto tempo?

-Senhor Malfoy, não pense que isso é uma sentença de morte - as vezes o otimismo de alguns médicos consegue ser pior do que o diagnóstico em si. -Então não vamos agir como se você estivesse nos seus últimos suspiros ok?

Cissa não soltava a minha mão em nenhum momento, em sinal de apoio.

Ou me segurando para que eu não desaparecesse. O que era inútil.

Porque eu iria desaparecer.

Perder minhas memórias, perder a minha essência.

De certa forma isso era como desaparecer, não para os outros. Mas me perder em mim mesmo. Sem que eu possa notar.

Minha única esperança era tentar manter viva a lembrança do meu amor pela minha família. Minha linda mulher e meu filho, os únicos e donos totais e absoluto do meu coração.

-Claro Doutor - isso estava sendo mais doloroso do que pensei que poderia ser - Agora, quanto tempo até eu sucumbir a mim mesmo?

-Lucius amor...

-Está tudo bem querida - beijei sua mão - Doutor?

-Talvez 6 meses... Ou menos - então era esse o meu prazo de validade.

Há destinos piores do que a morte, tanto para mim quanto para a minha família.

Sentia como se a qualquer momento tudo ruiria, sabia que Cissa estava se mantendo firme para que eu não desmoronasse. E isso não é justo. Eu sou seu marido e pai do nosso filho, vou ser seu suporte até que deixe de existir.

Até sumir completamente.

-Estava pensando em um podrão - quebrei o silêncio sepulcral que pairava no carro na volta para casa.

-Um podrão? - finalmente uma ameaça de sorriso desde que saímos do consultório.

-As vezes eu me esqueço como você é refinada - seu sorriso se dissipou, estava falando em um dos nossos votos de casamento: não deixar de fazê-la sorrir por um dia sequer. -Não querida, não é por causa do Alzheimer, e sim porque você parece um perfume Chanel n• 5 de tanto que exala elegância.

E ali estava, o sorriso mais belo da mulher mais bela.

-Você tem o mesmo senso de humor azedo do Draco - concordei - O que seria um podrão?

-É tudo que há de mais gostoso dentro de um pão! - Cissa me olhava abismada - Você vai amar, vamos chamar Sirius e Remus também.

-Vai ser ótimo, faz tempo que Draco não vê os padrinhos. - ela puxou o celular e me mostrou uma foto - E nós precisamos ver Teddy, olha como ele está enorme! Já vai fazer 3 anos mês que vem...

-Sim - olhei para a foto do belo menininho no colo do seu padrinho, Draco. - O Draco é tão babão com ele - apontei o fato e Cissa riu concordando.

Draco. O amor que eu sinto desde o momento que ele chutou a minha mão que estava sob a barriga de sua mãe é tão forte que com toda certeza essa doença não iria me tirar.

-Querido... - ela pousou a mão na minha perna - Todos somos babões por Teddy - neguei veementemente.

-Não eu - mentira, pura mentira.

-Querido... - Cissa começou a rir - Na última vez que você viu Teddy e passou o dia com ele e Draco, você gastou mais de 20 mil em brinquedos.

Dei de ombros, o que eu poderia fazer?

UmbrellaWhere stories live. Discover now