Possessive || Tom Riddle

Chapter 23 - A dama de vermelho

- Não fizemos nada. – Ele leu meus pensamentos, algo que me deixou irritada. – Bem... ela não fez. – Talvez Tom tenha... não, Angel, não pense! Ele vai ler seus pensamentos. Não pense, não pense, não pense! – E você? O que está fazendo aqui?

- Eu estava te procurando. – Olhei para o presente de Ethan em minha mão e engoli em seco, guardando-o no bolso da minha capa. – Você não comeu nada ontem no jantar, nem tomou café da manhã hoje ou almoçou. Não fique sem jantar, ou vai parar na enfermaria. – Eu disse, me virando de costas para ele e começando a andar de volta para meu quarto.

- Ma Belle. – Tom me chamou, já longe de mim, mas apenas fingi não ter ouvido e continuei rapidamente na direção do meu quarto.

Assim que entrei, fechei a porta e respirei fundo, me dirigindo, lentamente, até a cama. Me permiti pensar algo que não pude enquanto Tom estava perto de mim; E se ele fez com Amber a mesma coisa que fez comigo? Tocou e beijou ela... será que ela se sentiu da mesma maneira que eu me senti? Tom se excitou ao ouvir ela gemendo da mesma forma que se excitou comigo? E se eles... transaram? Amber era uma garota experiente, Tom deve ter adorado ficar com ela.

Sem que eu me desse conta, uma lágrima escorregou pela minha bochecha e parou em meus lábios, fazendo com que eu percebesse que estava chorando apenas após sentir o gosto salgado da lágrima. À quem eu quero enganar? É óbvio que eu irei chorar, eu não consigo imaginar Tom com outra pessoa.

Sem deixar que as hipóteses que criei me afetassem, me levantei e peguei a varinha em meus cabelos, deixando-o solto. Comecei a pegar alguns tecidos de seda do meu guarda-roupa e algumas agulhas e linhas. Coloquei-as na cama e parei para me olhar no espelho, imaginando qual cor ficaria melhor em mim.

- O presente que Ethan me deu é prata, então acho que um vestido verde ou vermelho combinaria bem com isso. – Eu pensei alto, vendo Alface e Angel me olharem sem entenderem nada. – Ah! Já sei, como eu não pensei nisso antes?! Branco! Essa é a cor ideal! – Eu mordi o lábio inferior, animada, e transformei a cor da seda em um branco levemente brilhoso. Me despi, sem me importar em trancar a porta do quarto, e fiz o tecido voar para meu corpo, me cobrindo do busto para baixo. Pensei em fazer ele com finas tiras prateadas nos ombros e com pequeninos detalhes prateados na saia. Coloquei uma linha prateada, também fina, delineando minha cintura em formato de V e deixei um decote ousado, mas também comportado, que realçava meus seios medianos. Pela primeira vez, me senti sensual e linda. Eu estava divina e com um aspecto angelical.

Eu suspirei e lamentei por ter que tirar o vestido logo. Coloquei-o em um cabide na porta do guarda-roupa e alisei cuidadosamente, orgulhosa do resultado. Deixei o presente de Ethan na cômoda, ao lado da cama, e peguei um uniforme novo e roupas íntimas para tomar banho, colocando as roupas já usadas no cesto mágico.

Tomei um banho rápido e quente, tentando não martelar na minha cabeça a imagem de Tom e Amber juntos, mas era quase impossível. Coloquei a toalha ao redor do meu corpo e suspirei enquanto ia na direção do quarto, me assustando ao ver que meu vestido não estava no cabide.

- O quê?! – Eu abri o guarda-roupa e procurei por ele, mas ele havia sumido. Procurei no chão, na cama, na cômoda e até no banheiro. Alguém, certamente, havia roubado meu vestido. Eu me sentei na cama e coloquei as mãos na cabeça, nervosa. Comecei a balançar minha perna, despercebidamente, e a respirar ofegante. A festa seria amanhã, eu não tinha ideia para fazer outro vestido. Tudo bem, Angel, respira. Você pode ir à Hogsmade comprar outro amanhã.

Eu respirei fundo, mas não estava satisfeita. Eu deixaria para descobrir a ladra depois. Destemida, eu levantei da cama e peguei outro tecido, agora de algodão fino. Mudei a cor para bordô e tirei a toalha do meu corpo, colocando o tecido no lugar. A cor bordô caia tão bem em mim quanto branco, mas me deixava extremamente sensual. Um tipo de mulher que eu não sabia se estava preparada para ser.