Halley Steele é o tipo de garota mimada e problemática que não se importa com as consequências de seus atos. Acostumada com uma vida visivelmente perfeita, mas que na realidade é um poço de segredos.
Alguns problemas são fáceis de se resolverem, já...
Você não pode acordar, isso não é um sonho Você é parte de uma máquina Você não é um ser humano Com seu rosto todo maquiado, vivendo atrás de uma tela, com a auto-estima baixa, então Você funciona com gasolina
Halsey - GASOLINE
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Alguns segredos eram fáceis de se manterem enterrados com o passado, outros nem tanto.
E eu sentia que o meu segredo resumido a uma pessoa específica estava prestes a explodir na minha cara. Era como um pesadelo prestes a se tornar real. Entretanto, eu ainda implorava para isso não acontecer, ao menos não agora. Eu estava vivendo bem, eu estava seguindo, por qual motivo ele precisava voltar para me atormentar?
Eu precisava tirar isso da minha cabeça, mas a voz no fundo dela me lembrava a cada minuto que isso era só o começo.
Hoje deveria ser um dia normal, mas eu pressenti que não seria desde o momento que abri os olhos e bingo; meu pressentimento estava certo.
Enquanto eu encarava Emma, tentei digerir a notícia de que estava de recuperação, mas a verdade é que eu já tinha digerido tantas notícias que essa se tornava a mais difícil de engolir depois de toda a minha dedicação no decorrer do ano.
— Boa sorte, Halley — Emma, professora de matemática, desejou, esboçando nos lábios um sorriso cínico.
Minhas feições se reduziram a incredulidade e pisquei as pálpebras algumas vezes, tentando aceitar aquele seu boa sorte que me soava falso.
— Sorte? Eu estou de recuperação e a prova já é depois de amanhã! — O meu tom de voz ecoou alto e raivoso pela sala. Expressando a minha indignação, ergui a folha de papel, balançando-a de um lado para o outro.
— Por isso estou lhe desejando boa sorte, Halley — retrucou, desdenhosa, revirando os olhos teatralmente.
Emma de todos os professores sempre foi a mais debochada, a que gostava de provocar principalmente os mais mimados que imaginavam ter tudo aos seus pés, e eu me encaixava nesse grupinho assim como boa parte dos alunos do renomado Golden College.
— Você tem que adiar essa prova para semana que vem — ordenei, cruzando meus braços. Contrariada, Emma semicerrou os olhos castanhos, descrente que estava recebendo ordens.
— Primeiro; não é você, é senhora, não lhe dei intimidade — corrigiu e eu arqueei as sobrancelhas incrédula pelo o autoritarismo imposto no seu tom de voz duro e frio. — Segundo, eu avisei semana passada para todos estudarem para a prova e se você não estudou, eu não posso fazer nada, Halley!
