— Foi normal. — Falou sem olhar para mim.

— E como está se sentindo? — Me olhou.

— Sou maluca? — Franzi o cenho.

— Claro que não! Porque está perguntando isso? — Ela apertou os lábios.

— Uma menina na sala ontem, disse que quem vai no psicólogo é maluco, porque o tio dela era.

— Ela está muito errada, Mel. Todo mundo precisa de alguém que nos ajude a lidar com problemas internos, nos quais sozinhos não somos capazes de lidar.

— E por que você não vai em um? — Ri.

— Boa pergunta. — Molhei os lábios. — Eu deveria ir, todos deveríamos ir. Você não é maluca, ok? — Assentiu. — Agora vem aqui me dá um abraço e atenção. — Ela sorriu e veio até mim, me abraçando.

— Quando vamos sair com a Julie de novo? — Perguntou saindo do meu abraço.

— Não sei.

— Podíamos fazer um almoço para ela.

— Que ideia ótima. Quando quer fazer isso? — Se sentou ao meu lado.

— Que tal no domingo?

— Vou falar com ela. — Assentiu com um sorriso largo no rosto.

Ela ficou bem empolgada, deu a sugestões de pratos, pratos esses que nunca havíamos feito, as chances de dar tudo errado eram grandes, mas o que eu não fazia para manter a minha irmã contente?

***

A sexta foi corrida, houve atrasos de algumas encomendas e consequentemente atrasamos as entregas, passei o dia um pouco irritado.

— Até mais e desculpa outra vez. — Falei me despedindo de um dos nossos clientes.

— John. — Jeremy, o gerente, apareceu na porta do escritório. — Tem uma mulher procurando por você.

— Que mulher?

— Não sei, só falou que queria falar com você.

— Deixe-a entrar, por favor. — Assentiu.

Em frações de segundos a mãe de Hanna entrou na sala, era tudo o que me faltava.

— Olá, John.

— Sra. Lawrence, o que faz aqui?

— Sem formalidades hoje, me chame de Leila. — Sentou-se à minha frente, com uma cara enfezada. — Vim falar sobre a minha filha.

"Nossa que surpresa!" Pensei.

— O que é que tem ela?

— Nós, Lawrence, merecemos um tratamento respeitoso.

— Na verdade, todo mundo merece. — Rebati.

— Estou surpresa por saber que tem consciência disso. — Franzi o cenho.

— Por que está dizendo isso?

— Desrespeitou a minha filha, a dispensou de maneira indelicada e o pior, a bloqueou. — Falou indignada.

— Me perdoe, Leila, mas acho que a sua filha me desrespeitou. Ela não aceitou a minha decisão e não me deixava em paz, não tive outra opção. — Contei. — Ela me sufocou.

— Isso não vai ficar assim. — Ajeitou a bolsa. — Você é um monstro, despedaçou a minha filha, esperava mais de você. — Cuspiu as palavras, levantou-se e saiu.

Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now