Capítulo 13

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John

— Dois encontros na mesma semana? Estou surpreso! — Tyler falou enquanto acendia aquele maldito cigarro.

— Apaga essa merda, Tyler. — Atila reclamou. — No meu carro não. — Ele estava no banco de trás, estávamos indo para o bar.

— Seria um desperdício.

— Não me importo, já te falei para não acender quando estiver nele. — Tyler jogou pela janela.

— Ela é legal quando quer! — Comentei ignorando o episódio anterior.

— E Hanna? — Átila perguntou.

— Continua na mesma, não estou esperando que nada mude.

— Vou ser um dos fotógrafos do desfile na sexta. — Tyler comentou me lembrando do bendito desfile.

— Havia me esquecido desse desfile.

— Você vai, né? — Dei de ombros.

— Prefiro ir do que aturar ela e o melodrama dela.

— Vou levar Ana comigo, depois vamos sair para jantar.

— Não tem algo mais chato para levar ela não? — Atila perguntou.

— Ela folga pouco, tenho que aproveitar.

Assim que entramos no bar recebi o olhar de Julie, sorri e ela retribuiu.

Escolhemos uma das mesas e Ana logo veio nos atender, começamos a conversar e como já era de se esperar, comentaram sobre Julie.

— Bom... acho melhor mudarmos de assunto. — Atila avisou.

— Por que? — Perguntei.

— Veja com seus próprios olhos. — Tyler apontou com a cabeça para trás de mim, me virei no automático e me deparei com Hanna caminhando na nossa direção.

— Oi, meu amor. — Me deu um beijo rápido nos lábios.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei enquanto ela se acomodava na cadeira ao meu lado.

— Nossa, não está feliz em me ver?

— Perguntei primeiro. — Ela sorriu.

— Justo! — Assenti e esperei sua resposta. — Queria te ver e vi que Tyler postou uma foto marcando você.

Olhei sério para Tyler e ele sorriu fraco.

— Agora responda a minha pergunta. — Se apoiou na mesa, ficando com seu rosto próximo ao meu.

— Só não esperava te ver aqui. — Minha resposta pareceu convence-la, ela voltou a sua postura normal.

O álcool me ajudou a atura-la, conversamos e rimos muito, até eu pegar o olhar de Julie sobre mim, já estava bem alterado, então resolvi ir até ela.

— Vai para onde. — Hanna segurou meu braço.

— Já volto. — Ela me largou e eu saí.

— Oi. — Sorri, mas ela não.

— Oi, o que vai querer? — Sua voz estava em um tom um tanto irritado.

— Te fiz alguma coisa?

— Não. — Falou como se fosse obvio. — Já sabe para onde vamos no sábado? — Perguntou.

— Não, ainda não fui vê-la, tem algum lugar que queira ir? — Negou com a cabeça.

— Preciso voltar ao trabalho, licença. — Saiu.

Voltei para mesa, o olhar desconfiado de Hanna estava sobre mim, Tyler e Átila sorriam de maneira debochada.

Hanna não falou nada, mas sabia que hora outra teria que lidar com o seu ciúme.

— Quer ir para o meu apartamento? — Ela acariciava minhas costas e mesmo estando bêbado, eu não queria, só queria ir para casa.

— Não, hoje não. — A minha visão já estava meio turva e comecei a sentir desconforto aos toques dela. — Átila, poderia me levar para casa? — Ele era o que menos bebia e por isso quase sempre estava dirigindo.

— Vamos. — Ele se levantou.

— Já? — Perguntou Tyler com a voz embargada.

— Sim, vamos! — Me levantei e senti meu corpo pesado.

— Passa lá amanhã. — Pediu ela, segurando o meu braço.

— Vou ver a Melanie. — Ela assentiu.

Meu olhar se prendeu nos olhos escuros de Julie que, parecia me repreender por algo, não estava em meu estado normal então simplesmente ignorei.

— Tyler, que merda você tem na cabeça? — Perguntei já no carro.

— O que eu fiz? — Perguntou confuso.

— Seja fotografo apenas quando estiver sendo pago para ser. — Pedi.

— Ah, isso! — Gargalhou. — Foi mal.

— Não vamos dar certo nunca. — Comentei me referindo a Hanna.

***

Trabalhei a base de remédios, minha cabeça latejava, qualquer luz me incomodava, me arrependi de ter bebido na noite anterior.

No final da tarde fui ver a Melanie.

— Eu marquei um encontro com a Julie, no sábado, para onde quer ir? — Estávamos no jardim, um dos lugares favoritos da minha mãe na casa, ele estava precisando de um pouco de cuidado com a ausência dela.

— Eu vou? — Perguntou desconfiada.

— Sim, é a sua chance de pedir desculpas a ela. — Ela sorriu timidamente.

— O parque — Falou animada. — Aquele que está montado perto da clínica. — Só então lembrei do parque de diversões que estava montado na cidade.

— Tudo bem.

— E a Hanna? — Eu já estava ficando cansado daquela pergunta.

— O que é que tem ela? — Perguntei.

— Porque não convidou ela?

— Ah, Mel, não sei. — Apertei os lábios. — É melhor só a gente mesmo. — Ela assentiu.

— Gosto dela e você?

—Eu também. — Ela sorriu e logo estávamos em outro assunto. 

Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now