Capítulo 67

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Capítulo 67

Brooke

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    Aceitar Chuck passar a esponja em meu corpo foi um erro. Entretanto, um erro que não estou nem um pouco com a consciência pesada em ter cometido. Observá-lo atento e atencioso, me faz abaixar a guarda que sempre mantive levantada. É ridículo como me sinto estranhamente livre perto de Riston. Seus olhos encontram com os meus, no segundo em que a esponja alcança o pé da minha barriga e o sorrisinho diabólico que se projeta em seus lábios, é o suficiente para que eu segure seu rosto, o puxando para outro beijo. O choque iminente que ocorre no instante em que nossos lábios se encontram, é de todas as formas; explosiva. Sua língua abrindo caminho entre meus lábios; é explosão. O barulho da esponja caindo no chão; é explosão. Suas mãos cravando minhas cinturas, como se quisesse ter certeza que não irei fugir é; explosão. Seu corpo prensando o meu contra a parede gelada do box é; explosão. O calor específico que Chuck me faz sentir toda mísera vez que me beija é; explosão.

   *

Ainda me sinto nervosa. Inquieta e até mesmo brava, com o fato de ter tanto tempo livre. Até a noite anterior, meus dias eram cronometrados e regrados ao máximo. Agora... Estou sentada na cama de um mimado, o observando se vestir. Entretanto ainda não decidi se é uma decadência tão baixa assim. O sexo no banheiro ajudou a esquecer um pouco, mas os monstros sempre estão aqui, não importa o quão forte fechamos os olhos. Minha atenção passeia pelo físico de Chuck e acabo me perguntando se seria tão ruim assim, contemplar essa visão todos os dias? Sua proposta; de que eu venha morar aqui... Não cheguei a levar a sério no momento em que ele sugeriu. Mas agora, quero me estapear por realmente estar pensando que talvez, possamos fazer isso. Afinal, dividiríamos apenas uma cama, não é como se fôssemos morar juntos. Do que estou falando? É exatamente isso que faremos, caso eu aceite essa proposta impensável. E quando me refiro a ela como; impensável, estou falando sobre a instabilidade que somos nós dois. Afinal; duas bombas desarmadas são inofensivas, entretanto quando prestes a explodirem, podem fazerem um estrago imenso.

— Pronta para conhecer o pessoal? — Chuck passa uma camisa azul escura pela cabeça e se vira para mim, bagunçando ainda mais seus cabelos úmidos.

Respiro fundo. Não, não estou pronta. Por mais que Chuck tenha me "mostrado" o quão divertido pode ser, viver a vida de um mimado, ainda não mudei minha opinião sobre desconhecidos. Meu corpo todo se alerta na mínima menção de ter que enfrentar um cômodo com vários pares de olhos estranhos, me encarando, a fim de coletarem o máximo de informações possível. Meus dedos apertam a barra da camisa que Chuck me emprestou, para que eu não precisasse vestir aquele uniforme apertado novamente. Tento convencer a mim mesma que os amigos de Riston não são tão desconhecidos quanto penso, afinal, já sei que uma se chama; Gretta e tenho quase certeza que seu namorado se chama; Gregório. Acabo rindo de mim mesma mentalmente, já que não é o fato de não saber seus nomes que me deixa nervosa e sim o fato deles terem a sede de sempre fazerem milhares e milhares de perguntas. Me lembro do meu primeiro dia aqui em Uepplen, onde mais da metade da turma pensou que eu fosse muda, pelo simples fato de que quando o professor pediu para que eu me apresentasse, apenas soltei um murmúrio indecifrável. Levou quase um mês para que o professor parasse de tentar conversar comigo por libras... Talvez me fingir de muda hoje não seja uma má ideia. Não, não funcionará, afinal Gretta e Gregório sabem que consigo falar, graças à festa a fantasia onde só consegui me soltar — na medida do possível — por conta do álcool em meu sangue.

— Se eu disser que; não, fica para outro dia? — questiono erguendo uma das minhas sobrancelhas e paro de apertar o tecido da blusa, levando minhas mãos para trás das minhas costas, as apoiando sobre o colchão.

Talvez DesconhecidosWhere stories live. Discover now