Você nunca estará sozinha, espere eu voltar para casa.

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"Amar pode machucar, amar pode machucar às vezes."

O som dos soluços de Uraraka cortavam o silêncio da casa escura enquanto as lágrimas desciam.

Deku havia saído em uma missão há alguns dias e a falta de notícia deixou Uraraka ainda mais preocupada. Ele sempre dava notícias, mesmo não passando uma hora distante quando estava trabalhando. Ela não tinha nem noção de onde ele estaria. E também não fazia muito tempo que ele tinha se machucado, quando foi atacado por um vilão qualquer. O seu braço ainda precisava de descanso. Isso tudo só serviu para as preocupações se acumularem, e elas transbordaram no chão debaixo da janela da sala, por onde a única luz que ilumanava o ambiente entrava.

O silêncio estava sendo perturbador.

Deku sempre foi assim, sempre priorizou os outros antes de si mesmo, esse era o dever de um herói. Mas era exigido muito mais do herói número um e ele exigia mais ainda. Diante dos acontecimentos anteriores, tinha medo que ele acabasse se machucando mais.

Amar pode machucar, pode ser difícil. Você se preocupa com quem você ama. É inevitável.

"Nós mantemos esse amor em uma fotografia."

Ela mantinha uma foto deles dois apertada contra o peito, como se aquilo fosse amenizar um pouco da dor. Talvez fosse a melhor foto deles. Foi no dia em que ele havia se tornado o herói número um e o dia em que ele pediu ela em namoro.

Ele olhava todo bobo pra ela, enquanto ela girava reluzente em um vestido. E mesmo no meio daquelas pessoas, parecia que eles estavam no seu próprio mundo. Se aproximou dela e disse como num sussurro:

- Você está linda.

Depois a puxou festa a fora. Ela disse que ele tinha que aproveitar, ele disse que precisava respirar. Aquele momento era deles.

E então correram pelas ruas, sem saber ao certo onde iam, as risadas preenchendo o vazio delas.

- Obrigado por me esperar.– ele disse assim que pararam. As respirações irregulares e os sorrisos nos rostos.

No meio da noite, em uma rua vazia, sob o brilho das estrelas, ele se ajoelhou no chão. Talvez nunca tivesse visto Uraraka tão surpresa como naquele momento.

Desculpa se eu te fiz esperar muito tempo.– ele disse – Você aceita namorar comigo? Com esse idiota que fez essa garota incrível e linda esperar esse tempo todo?

E o sorriso que ela deu em seguida, dizendo vários sim, sim, sim, foi o que faltava para os olhinhos de Deku se encherem de lágrimas e transbordarem. Ele se levantou e trouxe ela pra perto em um abraço, tirando ela do chão e a rodando. Agora era os dois que giravam.

Quando pararam, ela disse:

Parabéns, herói número um.

E ali, naquela rua vazia e repleta de felicidade, com Uraraka em seus braços, eles se beijaram.

"Você nunca estará sozinho, espere eu voltar para casa."

Uraraka estava imersa nos próprios pensamentos e lembranças que não ouviu a porta sendo aberta e o garoto de cabelos verdes entrando e seu nome sendo chamado baixinho.

O som dos fungados levou os olhos dele até onde ela estava, e mesmo no escuro conseguiu ver bem. E com o coração apertado se guiou até a garota sentada de cabeça baixa no chão. Levou uma das mãos ao rosto dela, o levantando e aqueles olhinhos vermelhos finalmente o encontrara.

E talvez por alívio, as lágrimas dela voltaram a descer com mais intensidade. Deku a puxou pra perto, em um abraço, com a cabeça dela encostada em seu peito.

– Eu voltei. Tá tudo bem. Calma, calma. – ele dizia calmamente enquanto acariciava ela. Sabia que ela ficaria assim.

E quando ela se acalmou e levantou a cabeça pra olhar pra ele, ele deu um sorrisinho e levou uma mão ao rosto dela, limpando as lágrimas e afastado o cabelo da testa suada.

E ali Uraraka fechou os olhos e pôde finalmente respirar tranquila. Ele estava bem e havia voltado pra casa.

–Desculpa. – Deku sussurrou – Não queria machucar você.

–Você sumiu, eu não tinha notícias, e as coisas que aconteceram ultimamente... Fiquei com tanto medo de acontecer algo...

– Desculpa sumir assim e preocupar você. Não deixaram quem estava lá se comunicar, por ser algo sigiloso. Não vai acontecer novamente, prometo.

– Deku... – tocou o rosto dele e um sorriso surgiu nos lábios dela, ele realmente estava em casa. – você está bem?

– Estou bem.

– Bem vindo de volta.– se aconchegou mais nele – Eu senti saudades.

– Eu também senti, muitas saudades. – a mão dele passeava pelo cabelo dela – Uraraka... eu sei que você não é nem um pouco frágil, é uma heroína incrível, mas eu prometo que sempre vou cuidar de você.

– E eu irei cuidar de você.

Quando eles se afastaram por um momento, Deku viu que ela segurava algo e sorriu ao percebe o que era.

– Essa é a minha preferida. – ele disse – Você estava tão brilhante naquele dia, eu não conseguia parar de olhar.

Ela riu com a fala dele e se jogou nos seus braços. – Bobo. Essa também é a minha preferida, mas eu prefiro você aqui.

Deku retribuiu o abraço. E naquele abraço deles, cheio de sentimentos, eles sabiam o quanto se amavam

– Eu te amo tanto, obrigada por esperar por mim. Eu nunca vou deixar você sozinha.

– Ah Deku, eu amo muito você.

Amar pode machucar as vezes, haverá momentos difíceis, e quando isso acontecer, se manteriam próximos nas fotografias. Eles sempre voltariam um para o outro.

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