┊ 𝟬𝟬. a explosão nas indústrias oscorp.

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━ Uau, Vicky, isso é incrível! ━ ela elogiou, elevando as sobrancelhas, e olhou para a máquina de bobinagem. ━ Quantas voltas aquilo ali tem que dar, você disse?

Orgulhosa, Victoire respondeu:

━ Vinte e seis voltas.

Os olhos escuros de Valerie foram arregalados de forma instantânea, e ela se levantou com cuidado, aproximando-se da irmã e soltando uma risada nervosa.

━ Então, por que a bateria já deu vinte e oito voltas? ━ perguntou, e Victoire arregalou os olhos, se virando para a máquina. Na pequena tela que fazia a contagem de voltas, ela viu que o número objetivo já havia sido ultrapassado. ━ Vinte e nove, agora.

Merda! ━ exclamou Victoire, aproximando-se da máquina e apertando incansavelmente o botão para desligá-la. ━ Isso vai estragar o meu projeto, Valerie! É tudo culpa sua, se não tivesse me distraído, eu teria notado o número de rotações!

Indignada, Valerie a olhou, cruzando os braços em frente ao corpo. Com uma sobrancelha arqueada e os olhos cerrados, ela se defendeu:

━ A culpa não é minha se você é uma matraca!

Victoire não se deu ao trabalho de responder, e apenas trincou os dentes, sem nunca parar de apertar os botões da máquina, que agora já dava sua trigésima segunda volta e não parecia estar disposta a desligar. Percebendo as dificuldades da irmã, Valerie suavizou as feições e se colocou à ajudá-la, apertando alguns botões enquanto a mais velha tentava configurar algumas coisas no painel exterior.

Após alguns segundos, Victoire desistiu, sem enxergar qualquer possibilidade de seu tão trabalhado projeto se salvar do desastre. Com um grunhido de frustração, descansou a testa contra o painel e fechou os olhos fortemente, despertando a preocupação na irmã mais nova, que a olhou em confusão, ainda tentando desligar a desconhecida máquina.

━ A bateria já é inutilizável, Valerie ━ explicou, com a voz baixa. ━ Eu vou ter que começar tudo do zero, não adianta mais. É inútil! Essa droga de máquina...

E se colocou a praguejar, praticamente se arrastando em direção à mesa de metal para reunir seus materiais e ir embora, levando junto o sentimento de fracasso e a raiva. Valerie permaneceu ao lado da máquina de bobinagem, que emitia um barulho cada vez mais alto e começava a preocupá-la; tentou abrir a porta algumas vezes, sem sucesso, e sentiu sua superfície esquentar rapidamente em sua última tentativa, fazendo-a pular para trás com o susto.

Encarou o objeto - que já começava a emanar calor - de cima a baixo, buscando uma forma de desligá-lo sem correr o risco de danificar sua formação. Àquele ponto, porém, Valerie duvidava que seu funcionamento estivesse realmente perfeito, e resolveu seguir os fios que o ligavam à tomada, para simplesmente puxá-lo como seu pai sempre dizia para não fazer com eletrônicos ligados.

━ Vamos, Valerie, você não estava com pressa? ━ Victoire a chamou, aproximando-se da porta do laboratório. ━ O que você pensa que está fazendo?!

Valerie bufou, recusando-se a responder a pergunta estúpida. Não era mais do que óbvio que queria desligar a máquina? Não precisava ter muito conhecimento a respeito da eletricidade para saber que seu funcionamento não estava normal; a máquina parecia puxar energia o suficiente para causar um curto-circuito em toda a sede das Indústrias Oscorp. Assim, caminhou até um aglomerado de fiações, e puxou todas de uma vez, ouvindo o barulho do zumbido da máquina se silenciar e vendo a lâmpada acima de sua cabeça piscar algumas vezes.

Por algum motivo, sentia que algo não estava certo.

Ao ouvir o barulho de palmas, virou parcialmente o corpo, o suficiente para encontrar Victoire com um sorriso de escárnio.

ELECTRIC LOVE | peter parker.Where stories live. Discover now