Chapter One

652 71 75
                                    

Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.

-Clarice Lispector.

...

Louis Tomlinson point of view:

-Louis Tomlinson! - abro os olhos e vejo o professor Paul jogando o caderno na minha mesa. Levanto a cabeça e olho em redor, vendo várias pessoas rindo, outras apenas me olhando estranho.

-Desculpe - sussurro.

-Sempre a mesma coisa, sempre dormindo na minha aula! Você não dorme, não?! - não respondo, fecho os olhos com força por leves segundos e os abro de novo. - Quer que eu te mande para casa?

-Sinceramente, quero - respondi encarando o professor.

-Então vá! - abre a porta e aponta para fora. - Vamos, garoto, ande!

Me levanto, pegando na mochila e vou saindo da sala. Antes de sair da sala, olho para trás e vejo todos rindo, mostro o dedo do meio para eles e apenas saiu da sala. Foda-se.

Caminho até casa, recebendo algumas olhadas na rua, pessoas que sabem meu currículo na escola mas nem me conhecem. Passo a vida escutando coisas como 'uii, rebelde' e sinceramente, eu não ligo.

Chego em casa e entro, vejo minha mãe, Johanna, no sofá, em cima de Troy. O meu 'padrasto'.

-De novo, Louis?! Sério mesmo? - ela me diz e eu apenas ignoro, subo as escadas correndo para evitar qualquer tipo de conversa ou briga que possa surgir.

-Você não pode fugir sempre garoto, sabe que um dia teremos de ter essa conversa - Troy grita.

Entro no quarto e bato a porta com toda a força que me resta, milhões de pensamentos dentro da minha cabeça e eu simplesmente perco o controle contra eles. Pego meus fones de ouvido e coloco a primeira música de rock que aparece no máximo máximo. Minha cabeça está girando, sinto que vou enlouquecer.
"Você não pode fugir sempre", eu sei, eu sei que não posso...

Pego o celular e vejo várias mensagens de Niall.

"[Gazela loira] Louis?
Onde você tá?
Porquê fez isso?? Pelo amor de Deus, me deixou preocupado"

Eu: Oii
Tô bem
Não precisa ficar

Certeza? Se precisar tô aqui

Eu: Absoluta

Desligo o celular e fico encarando o teto do meu quarto, falam que olhar para um ponto em específico na sua parede ou teto ajuda a dor de cabeça ou a acabar com tontura.
Resolvo tomar um banho, mecho dentro das gavetas e pego qualquer moletom que esteja lá e uma calça larga azul. Entro no banheiro e ligo a água no mais quente possível, tiro o moletom e o casaco, as calças, até estar completamente nu olhando eu mesmo na droga de um espelho.

Passo os dedos nas cicatrizes, quatro dias sem fazer e ainda não cicatrizaram. O que posso fazer além de tentar vencer isso?

Entro dentro do box, água caindo lentamente sobre meu rosto e meu corpo arde ao entrar em contato com a água por conta das cicatrizes. Me arrepio com o ardor e logo tiro a franja que caía em meus olhos e apenas ignoro a dor e começo a me lavar.

Termino meu banho e pego na toalha vermelha, me esfregando e depois colocando ela na cintura.
Vou rapidamente até o quarto da minha mãe e pego a base mais parecida com meu tom de pele que tem, vou para o quarto e com cuidado, passo base nos machucados, numa tentativa de esconder as marcas.

...

Oiooi
Como vocês estão?

All Against Us [larry stylinson]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora