Chapter 19 - Carta

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- Abusada? – Eu franzi a testa. – Eu não estou "mais abusada", eu continuo normal. – Dei de ombros e me encostei no sofá quando Angel pulou em meu colo. Fiz carinho atrás de sua orelha e sorri ao ver ela ronronar e fechar os olhos, agradecendo o cafuné.

- Ma Belle, você está vendo essas marcas de unha e hematomas em meu pescoço? – Eu tirei meus olhos de Angel e olhei para o pescoço de Tom, assentindo. Ele realmente estava cheio de marcas. – Você fez isso enquanto me beijava. Deixou diversas marcas e chupões em mim. – Eu corei violentamente ao perceber que nós íamos um pouco além quando nos beijávamos na casa onde passamos nossas férias, muitas das vezes eu estava tão... eufórica que esquecia das coisas que estava fazendo.

- Desculpe por isso. – Eu disse, baixo, e peguei minha varinha que estava presa em meu cabelo. Me sentei ao lado de Tom e me aproximei de seu pescoço com a varinha, vendo ele ficar nervoso com isso. – Episkey. – Observei os pequenos machucados prazerosos causados por mim sumirem lentamente, deixando a pele bela e macia como antes, o que me deu vontade de mordiscar e beijar novamente. Afastei esse pensamento da cabeça e me levantei para voltar ao meu lugar, porém Tom segurou minha mão e me fez olhá-lo nos olhos.

- Fica aqui do meu lado. – Ele exigiu, com uma pitada de pedido no fundo. – Preciso de algo para me apoiar e poder dormir. – Ele desviou os olhos de mim, não querendo admitir que apenas queria poder ficar junto comigo. Eu segurei um sorriso enquanto me sentava ao seu lado e observava ele colocar a cabeça em minhas coxas, colocando sua mão abaixo da bochecha e deixando ela em contato com minha perna, me deixando nervosa. – Me acorde quando chegarmos. – Ele murmurou e se ajeitou para ficar mais confortável. Eu coloquei minha mão em seu cabelo e fiquei acariciando com cuidado, mas logo enfiei meus dedos por entre seus fios sedosos e puxei delicadamente, percebendo que ele estava gostando do carinho.

Longas horas depois, a escuridão já tomava conta do céu e Tom ainda estava dormindo. Eu estava impressionada com a quantidade de horas que Tom era capaz de aguentar dormindo. Ele não parecia cansado, mas, sim, parecia estar dormindo apenas para ter energia o suficiente para a noite, o que era estranho para mim, visto que de noite ele também dormia. Pelo menos é o que eu penso.

Enquanto eu estava em uma luta interna se deveria passar a madrugada dessa noite acordada e ver se Tom estava tramando algo ou não, um barulho peculiar me chamou a atenção. Observei um bilhete ser jogado do lado de fora para dentro da cabine por baixo da porta, parando em minhas mãos por meio da magia. Eu franzi a testa e abri o bilhete, vendo que a pequena carta continha apenas a palavra "banheiro" escrita. Logicamente, eu fiquei curiosa e gerei outra briga interna para decidir se eu deveria ir ou não até o banheiro, onde, possivelmente, estaria a pessoa que escreveu esse bilhete.

Se a pessoa não estiver lá, eu volto para cá e finjo que nada aconteceu. Pensei, chegando à conclusão de que eu iria, mas voltaria caso não descobrisse nada sobre o responsável por esta carta.

Eu, cuidadosamente, tirei a cabeça de Tom das minhas coxas e coloquei no assento, fazendo silêncio para sair da cabine. O trem estava assustadoramente silencioso e vazio. A luz escassa que iluminava o local não era suficiente para ver mais do que 2 metros à frente. Eu, com cuidado, fui na direção do banheiro e empunhei minha varinha, preparada para qualquer coisa.

Um barulho atrás de mim fez com que eu me virasse rapidamente e apontasse minha varinha para a origem do som. Senti uma pressionar minha boca, me impedindo de gritar e proferir feitiços, e outra mão puxar minha cintura, colando no corpo da pessoa responsável por isso. Eu me debati, tentando sair, mas foi inútil. Antes que eu pudesse usar uma de minhas técnicas de luta, o que provavelmente derrubaria a pessoa por trás disso, uma voz conhecida sussurrou em meu ouvido.

Possessive || Tom RiddleWhere stories live. Discover now