"Posso tocar?"

Xiao Zhan agora estava ao lado dele.

"Claro." Respondeu ele com um sorriso.

Yibo cuidadosamente pegou a pequena, garrafa grosseiramente envidraçada, admirando-a quando virou-a em suas mãos. Era branca/marrom e parecia que uma criança tinha feito na escola na aula de arte.

"O que é?"

"Isso é uma garrafa de veneno maia."

Yibo piscou.

"Oh." Ele mudou a forma como a estava segurando, como se ela fosse mordê-lo.

Xiao Zhan sorriu.

"O ano era 821. Jodis e eu fomos mal recebidos lá. Não consigo imaginar o porquê."

Yibo riu e revirou os olhos.

"Não, eu não consigo imaginar o porque também."

"Um feiticeiro nos ofereceu uma bebida." Xiao Zhan disse, apontando   para a garrafa. "Muito cortês."

"Bem, teria sido rude recusar." Yibo acrescentou sarcasticamente.

"Sim, bastante." Xiao Zhan disse, divertido. "No final, ele bebeu, em vez de ter o seu fim com um de nós."

"E esta?" Yibo pegou o que parecia ser uma faca de osso.

"Ah, isso é uma varinha de osso de um tecelão peruano."

"Claro que é."

Xiao Zhan riu.

"É de 1288. Uma velha me apunhalou com isso."

A boca de Yibo caiu. "Ela o quê?"

"Ela me apunhalou, apenas um pouco." Xiao Zhan ainda estava sorrindo. "Eiji e Jodis acharam engraçado o fato que uma mulher humana idosa poderia fazer uma coisa dessas. Ela não era mais alta do que um metro e trinta."

"Eu creio que você a matou."

Xiao Zhan soltou uma gargalhada.

"Uh, não. O coração dela desistiu antes que eu tivesse a chance de fazer algo."

Yibo voltou-se para as prateleiras e pegou um metal de comprimento de um pino com joias no final. Parecia caro.

"E isso?"

"Isso é um broche de xale francês do século XVII." Xiao Zhan disse, quase melancolicamente. "Um homem tentou me apunhalar com isto. Eu acredito que pertencia a sua esposa."

"O que há com você sendo apunhalado?"

Xiao Zhan fungou, indignado.

"Deve ser minha personalidade encantadora."

Yibo bufou.

"Se por personalidade encantadora você quer dizer vampiro prestes a matá-los, então sim, eu também penso assim." Mas a verdade era, Yibo sabia de anos de trabalho policial, que apunhalar alguém era um crime íntimo; o agressor estava bem dentro do espaço pessoal da outra pessoa. Ele franziu a testa. "Eu não gosto da ideia de você estar perto o suficiente para morder alguém. Ou que você tenha a boca na pele deles... Ou seus dentes."

Xiao Zhan pegou o broche de Yibo e colocou-o de volta na prateleira.

"Não te incomoda que eu mato pessoas, somente que tenho os meus lábios sobre eles, quando eu os mordo?"

Yibo olhou para o chão e balançou a cabeça.

"Você chega perto, toca-os, coloca seus lábios sobre eles." Disse ele. Ele sabia que estava fazendo beicinho, mas não conseguia impedir a si mesmo. "Não é justo."

Sweet Blood ‧ YizhanWhere stories live. Discover now