Promises

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Sete e meia da manhã, me levanto e me arrumo pro colégio. Acordo me sentindo cansada e querendo dormir por mais uma eternidade, olho embaixo da cama e pego meus tênis brancos sujos. Guardo meus cadernos e sigo em caminho a escola, afinal o 2° ano não é tão fácil como eu esperava.
estava na escola à mais ou menos 2 semanas, então estava meio tímida e sem ter formado eu meu grupo ainda.

- Quebra de tempo (uma hora depois)

- Certo Caroline?! - A professora me pergunta,me tirando do transe em que eu estava.
De repente toda a classe me encara, exceto um garoto que também parecia não estar na aula, David Scott. Salva pelo sinal do recreio, vou para a fila pegar meu lanche, uma maçã ou pizza seca com mostarda. Me viro a procura de uma mesa para sentar, quando vejo alguns garotos rirem e zombarem da cara do garoto de mais cedo.

> Mostarda kjjjkkkk - Brincadeira ridícula com o sobrenome mustaine do mesmo- O mostarda come pizza de?

> Mostarda kkkkk.

Saio em direção à mesma de David, e coloco minha bandeja sobre a mesa.

> Podem sair e me deixar comer a droga do meu lanche em paz, ou eu vou precisar retirar vcs? - Eles se afastam da mesa e continuam rindo do garoto, que não diz uma palavra.

> Posso em sentar? - Digo empurrando minha bandeja, que estava de frente pra ele, até o seu lado.

> Sim - Faz um movimento com a cabeça. - Esse piercing é falso,  como o bojo das garotas daqui? - Ele diz dando uma leve risada falando sobre o meu piercing no meu septo.

> Eu não brinco de fazer piercings falsos- Rio também- David né?!

> Pra você, Dave, garota! Ou melhor, Caroline!

> Por que te chamaram de Mostarda? - Digo dando uma leve mordida na maçã.

> Meu sobrenome é Mustaine, e eu como pizza de lanche. eles resolveram fazer uma brincadeira idiota.

> Não sei como consegue comer essa pizza ruim.

> Tudo aqui é melhor que comer maçã.

O sino bate novamente, e nós vamos pra sala novamente. Um bilhete é jogado na minha mesa, abro e me deparo com: "O que vai fazer depois daqui?"
" Provavelmente vou pra casa, a não ser que vc tenha planos"

Ele faz um sinal de depois com os dedos, me deixando curiosa. Espero, e finalmente o sinal me favorece batendo.
Dave, como eu o chamaria a partir de agora, me espera do lado de fora, encostado no muro.
> Gosta de rock? - Ele diz me dando um lado do fone. - Megadeth, minha banda. A tout le monde, pra você ouvir.

> Curti esse som, mas... Pra onde estamos indo? me sequestrando, por acaso? - Rio de leve.

> Provavelmente. Ele dá um sorriso de canto.

> Adorei!

Chegamos numa casa vazia de móveis, mas com alguns instrumentos e fios. Dave pega uma guitarra e afina um tom abaixo, e a deixa de lado. Pegando em seguida um violão e tocando um acústico lindo pra mim, promises, com um caderno perto ele vai escrendo a letra e o ritmo ali, sem se importar comigo olhando.

" Two hearts that shouldn't talk to each other become close

In a town much like a prison cell

People speak our names on the street in hushed tones"

Senti que aquilo fosse meio que, pra mim! Mas não seria, havíamos nos visto uma vez e nos falado agora, seria a tal de "Paixao a primeira vista"? Claro que não! Não acreditavamos nisso, éramos dois anarquistas, pirados.

Um cara chegou

> Eai, eu sou o David.

Fui apresentada ao baixista do Deth, de Megadeth. Pegou o baixo em forma de violão, e acompanhou Dave sem errar nenhuma linha. Eu gostava do que ouvia, que pensei que poderia melhorar, sai a procura de um lugar escondido, e achei o quintal, peguei um cigarro e estava fumando, jogando fumaça pro ar e pensando em promises, volto sem o cigarro e completo
" The wind sings our names in rebel songs"

Que faz Dave  me olhar e anotar a frase. Mais dois caras chegaram e trouxeram bebidas, uma caixa de cervejas de garrafa. Depois de me cumprimentarem, me dão uma garrafa aberta.

> Valeu - Eu agradeço e eles compõem o resto da música, até ela deixam de ser apenas um acústico romântico e virar uma balada thrash.

Eu estava curtindo, mas o tempo estava passando, e rápido. Quando me dei conta eram quase 8 da noite, disse que iria embora e me despedi dos meninos. Dave me acompanhou até fora,

> Vou te levar pra casa, vamos?

> Dave,... não precisa, vcs tem que tocar. Podemos nos ver amanhã?!

> Tudo bem, mas tome cuidado! - Ele me manda um beijo e me observa virar a rua.

Chego em cerca de 20 minutos, e Dave me liga.

> sentiu saudades? - Eu digo rindo

> infelizmente sim, mas tudo bem? Chegou bem ?

> Sim, sim.

> Então boa noite, Kira...

> Boa noite Dave....

Aquele dia vai ser pra sempre lembrado como um dos melhores dias da minha vida.

A tout le monde, DaveWhere stories live. Discover now