Oneshot

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Where the stars rest


Havia feito um ano desde que seu permanente amor havia falecido. E aconteceram tantas coisas, tantas dores e faltas, presenças não garantidas em eventos que não ocorreram. Em um casamento que nunca aconteceu.

Mark era como um chocolate quente na véspera de Natal, como quando se sente a brisa do mar chegar em seu rosto com cuidado, que o faz respirar melhor e, principalmente, que o faz melhor. Talvez Mark fosse como uma forma de descanso para Yuta, que o fazia respirar melhor, admirar a paisagem, respirar fundo e voltar a andar. Uma forma de apoio que jamais teria de novo.

Todas aquelas paisagens tão bonitas apenas limitadas por um janela nada espessa, com uma leve camada de neblina e, que de algum modo, parecia tudo tão... Mark. O jeito colorido e misturado e bastante animado que Mark gostaria que o céu fosse, o jeito como o programa que passava na pequena tela à frente do Nakamoto o faria soltar gargalhadas histéricas e apenas aquilo, talvez fizesse o coração de Yuta se acalmar, pelo menos um pouco. Mas agora, tudo que tinha era um mensagem gravada no telefone que nunca ouviu, roupas novas que seu quase marido nunca chegou a usar, uma aliança brilhante que nunca sequer colocou e um último "eu te amo" gravado na forma de paisagem.
O Nakamoto sentia-se tão bagunçado e perdido, quanto mais fechava os olhos fortemente e focava em sua respiração, lhe vinham memórias com Mark. Sempre lhe vinha a memória dourada de quando os dois paravam tudo de uma importância maior lá fora, se entreolhavam bem como se dissessem num sorriso terno “acho que tudo bem parar um pouco”. De repente, o avião começou a balançar um pouco, remexendo e instável, assim como o japonês que ali estava. Seu coração era instável, pensar que, um dia este pulava e acelerava apenas com o sorriso do amor de sua vida, imaginar que um sorriso que um dia era o motivo do coração descontrolado do Nakamoto surrar o peito, agora estava tão longe. Parado, frio e debaixo da terra.
Durante um ano o japonês se isolou dentro de seu apartamento, que Mark havia jurado mudar-se para lá, num sorriso infantil e baderneiro que só ele tinha. Um ano inteiro afundado em luto, insuficiência e trabalho, que naquele momento parecia ser a cura de tudo. Por mais que o Nakamoto achasse que nunca mais seu coração bateria forte como antes, nunca mais respiraria a brisa do mar e jamais olharia a cor do mundo novamente.
Se tratava de uma questão de luto, de tudo que jamais poderia ser, jamais poderia ter de novo e nunca mais construiria. Naquele ponto, Yuta já chorava de um modo doloroso para quem o olhasse, as lágrimas salgadas corriam por seu rosto, tocando os lábios frios que se comprimiam, num movimento que parecia imitar o coração do mesmo. A garganta fechada que reprimia um grito, as mãos trêmulas que o limitavam de socar a própria coxa, como modo de se acalmar, os olhos que ardiam e tremiam, juntamente ao passarinho de ferro que riscava o seu naquele momento. O Nakamoto não poderia descrever em palavras a dor que sentia. Por mais que já tivessem lhe perguntado como ocorreu, e também já tivesse contado tantas vezes que parecia uma história decorada, ninguém jamais sentiria a mesma dor que ele.
Perdido em suas dores, Nakamoto nem sequer notou quando uma senhora ao seu lado que tocou o braço, alisando gentilmente como se quisesse transpassar carinho e calmaria, mas não soubesse exatamente como. Quando finalmente percebeu, e seus olhos se encontraram com o da gentil senhora, Yuta por algum motivo se permitiu chorar mais, apoiando a cabeça no ombro da mais velha. A senhora era tão pequena e delicada e seu sorriso passava um sensação de casa, de comida gostosa de vó e daquela felicidade da infância. Intocada e segura.
E o Nakamoto de repente lembrou da mãe de Mark.
Quanto mais o avião balançava, Yuta se agarrava à senhora, esta que intensificava o carinho como uma tentativa falha de o acalmar. Ambos tinham medo daquele avião que balançava e, tudo aquilo que o Nakamoto não conseguia superar parecia tocar fortemente a senhora. Ela conseguia identificar a dor do luto. Um choro contido e baixo, numa vibração de corpo apressada em busca de ar e o ar que lhe faltava. O ar que puxava como se buscasse ar e, ao mesmo tempo, trazer de volta quem havia deixado ir.
As luzes se apagaram e o tempo lá fora já não era tão aconchegante assim. Os trovões eram estalados e chegavam ao ouvido das pessoas dentro do avião sentiam uma tensão juntamente ao medo chegar, tudo havia mudado. Mark talvez não quisesse um tempo colorido. A voz do piloto era baixa e quase inaudível, sendo abafada pelo choro das crianças presentes no avião.
Neste ponto, os carinhos suaves foram substituídos por um abraço forte e uma mão que acarinhava as madeixas escuras e longas do Nakamoto. Uma voz baixinha, sussurrada numa canção bonita.
E Yuta reconheceu aquela canção.
Então, tudo começou a girar e daquela vez não era só com Yuta que acontecia. Por um momento, a voz do piloto pareceu gritar e as luzes se apagaram de vez, máscaras desceram e o Nakamoto sentiu-se sufocar pelo aperto da senhora. Os gritos eram altos e esganiçados, mas em algum instante, tudo pareceu parar. Não haviam mais gritos, nem a escuridão amedrontadora o afetava mais. Num feixe de luz, logo no fundo do avião, estava Mark. E Yuta não entendeu o que estava acontecendo.
Seu Mark vestia um terno azul claro, com uma pequena flor branca na lapela e um sorriso que rasgava o rosto. O japonês não soube distinguir em que momento aquilo havia acontecido, nem ao menos se, havia alguma vez acontecido. Yuta se permitiu sorrir verdadeiramente e, sem muita consciência de seu atos, ele pegou o celular e recorreu até as últimas ligações que tivera. Mark havia o ligado e ele não entendeu. Não deu tempo.
Tinha um áudio na caixa de mensagens, com olhos lacrimejantes e dedos trêmulos ele apertou o play.
“Ei Lion, a gente tá saindo agora do aniversário do Jungwoo hyung. Foi bem legal, mas eu senti sua falta e, também, Jungwoo hyung ficou muito bêbado e quase fez besteira. Ele subiu encima da mesa e gritou seu nome.” Mark deu um riso divertido, Yuta sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto mas não inibiu o sorriso.

“Enfim, eu senti sua falta Yuta. Eu só queria que você não estivesse tão ocupado, mas eu sei que você precisa...Yuta, eu te amo. Eu sei que demorei um pouquinho pra te pedir em casamento e em namoro e em tudo o mais, me desculpa. Você é tão grudento que agora eu não consigo me imaginar longe de você e, agora que a gente vai casar eu nem quero. Agora que eu lembrei Lion, eu sei que você detesta quando eu deixo a casa bagunçada, depois eu te compenso com um beijinho gostoso e um kit de panela antiaderente. Você provavelmente deve tá pensando que eu tô muito bêbado, e talvez eu esteja, mas tudo que eu mais quero agora é chegar em casa e te abraçar beeem apertado. Sei que você já aceitou isso antes mas eu só preciso perguntar pra ter certeza de que você é real. Nakamoto Yuta, você aceita ser meu até o infinito? Tão meu quanto eu sou seu? Meu presente da vida?”
Mark Lee, eu sempre fui seu.

“´É neném, eu sei. Logo logo a gente se encontra.”

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⏰ पिछला अद्यतन: Aug 19, 2021 ⏰

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