_ É sobre isso que eu queria falar. Pai preciso resolver uma coisa no litoral, mas volto no mesmo dia. Tem como o senhor ficar de olho na Ravenna pra mim?

Ele diz e vejo Vanessa se mexer, inquieta. Aí tem coisa.

_ Claro!
Digo.

Ele se vira para Vanessa.

_ Vanessa eu sei que você não gosta de mim e tem seus motivos pra isso. Mas preciso da sua ajuda.
Ele diz.

_ Se estiver ao meu alcance irei ajudar.
Ela diz seca.

_ Preciso que você monte um quarto para Ravenna, não tivemos tempo. E ela não vai demorar muito pra sair do hospital. Compre tudo o que você achar necessário, e não se preocupe com o dinheiro. Irei lhe dar um cartão para comprar as coisas.

Ele diz e Vanessa assente.

_ Mais alguma coisa?
Ela pergunta.

_ Só isso mesmo!

_ Ok. Irei dormir, estou cansada.

Ela diz, mas sabemos que ela não suporta a presença de Esdras e ela tem os seus motivos.

_ Ela não me suporta!
Ele diz.

_ De um tempo também né, você queria o que? Que ela te idolatrasse depois de tudo o que você fez? Ah me poupe né Esdras.

Falo irritado. Esdras tem que entender que tudo o que ele faz tem consequências. Esdras não passa de uma pessoa mimada.

_ Não pai! Mas queria um pouco mais de compreensão.
Diz.

_ Meu filho, você não pode simplesmente fazer as coisas e achar que as pessoas vão ficar bem com você. Elas não vão, Esdras, elas tem sentimentos. Nem todo mundo foi criado para ser frio e calculista como você. Entenda isso!

Digo isso subindo para o meu quarto. Passo pelo quarto de Vanessa e tento entrar, mas a mesma trancou a porta.
Amanhã falo com ela.
Vou para o meu quarto, preciso de uma boa noite sono.

[...]

Acordei com o alarme do meu celular tocando. Levantei, tomei banho e desci para tomar café.
Quando cheguei na sala, só encontrei a Vanessa. Fui até ela e lhe dei um selinho.

_ Está tudo bem?
Perguntei.

_ Você acha que está tudo bem?
Fala com ironia.

_ Vanessa eu sei que você não gosta do Esdras e não está feliz por está aqui o ajudando. Mas por favor tenta não ser rude e arrumar confusão por nada.

_ Por nada Lorenzo. Você sabe o que o seu filho foi fazer no litoral?
Pergunta.

_ Não!
Falo.

_ Ele foi atrás da Elena! O seu filho não sabe o que quer. Quando a minha amiga precisou dele ele preferiu aquela puta da mulher dele. E bem feito pra ele.
Só que agora ele acha o que? Que pode estalar os dedos que Elena vai voltar correndo pra ele. Quem ele pensa que é? O rei de sabá?

_ Vanessa.
Tento falar mas ela me interrompe.

_ Não, agora você vai ouvir. O seu filho é doente. Ele acha que pode usar as pessoas, jogá-las para escanteio e depois ir buscar como se nada tivesse acontecido. E os sentimos da minha amiga, não valem nada?
Ela faz o que com tudo o que passou? ENFIA NO CU?
Ela fala alterada.

_ Eu acho bom você dá um jeito no seu filho. Até porque ninguém muda do dia pra noite. E você sabe muito bem disso. E se ele tentar alguma coisa contra a minha amiga, ele vai se ver comigo.
Eu já estou cansada dessa merda. Ele não pode deixar ela em paz, e simplesmente ir seguir a vida dele?

_ Esdras não é uma pessoa normal Vanessa. Ele tem seus demônios. Suas feridas, ele não foi criado para mostrar os sentimentos dele. Então o modo como ele faz é errado. Entenda isso.
Digo.

_ Meu Deus Lorenzo. Você está se escutando? Você está mais uma vez defendendo ele. Justificando uma coisa injustificável. Esdras errou e ele tem que pagar por isso.

_ Eu sei!
Digo passando as mãos no meu cabelo.

_ Ele tem que entender que na vida, quando fazemos escolhas consequentemente, abrimos mão de alguma coisa. E ele abriu mão de Elena.
Agora ele não pode simplesmente voltar como se nada tivesse acontecido.
Ela diz.

_ Irei conversar com ele quando ele voltar.
É a única coisa que digo.

_ Acho bom. Agora preciso ir.
Ela sai e me dá um selinho.

Querendo ou não Vanessa está certa. Esdras fez as escolhas dele. Ele não pode simplesmente voltar e reivindicar algo do qual ele já abriu mão.

E meu irmão que não fique sabendo dessa história.








Dom D'AngeloWhere stories live. Discover now