Fechei os olhos apertando o celular em mãos e olhei pros lados. A sensação no meu estômago ainda estava lá e aquilo me incomodava. Logo o medo surgiu, a insegurança, tudo o que ele conseguia despertar de ruim dentro de mim começara a surgir aos poucos invadindo cada parte do meu corpo. Eu tinha que atender mas se não atendesse, o que poderia acontecer? O celular parou de vibrar em minha mão e olhei para o mesmo e acendi a tela. 

Katherine, atenda essa droga de celular! 

Onde você está? Está com aquela Brooke de novo? 

Katherine, eu juro que eu vou achar você! 

Eu sei onde você está. Eu tenho olhos pela cidade inteira, você sabe disso. 

Respirei fundo sentindo o medo surgir me deixando mais nervosa então levantei do banco e corri até o banheiro onde Sebastian estava. Abri a porta bruscamente e o mesmo virou desligando o celular, seu semblante era de confuso.

— O que aconteceu? Está tudo bem? — Ele perguntou se aproximando. Respirei fundo e neguei com a minha cabeça. 

— Eu acho que ele me encontrou. — Ele franziu o cenho. 

— Quem? Seu pai!? — Sem que eu respondesse ele segurou em minha mão e saimos as pressas dali. Sua mão segurava firme na minha e apertei a mesma tentando me manter calma. Estar perto dele me trazia certa segurança que eu não sentia com mais ninguém. 

Nós passamos pelo bar tentando passar pelas pessoas que estavam dançando por todo o lugar. Passamos por algumas mesas e algumas pessoas que estavam caídas no chão e olhei para trás a procura de alguém. Vasculhei o local enquanto Sebastian me arrastava para fora do lugar mas não conseguia ver ninguém que eu conhecesse. Eu lembrava do rosto dos seguranças e dos empregados do meu pai e sabia que ele colocaria algum deles para me seguir. 

Saímos do local e alguns carros passavam pelas ruas. Havia restaurantes e bares ainda abertos aquela hora da madrugada. Caminhei as pressas ao seu lado ainda segurando em suas mão e olhei para trás uma última vez mas sem ver ninguém que me lembrasse algum dos seus homens. Nós caminhamos e ao chegar até a esquina toquei o braço de Sebastian olhando para o outro lado da rua da esquina. Avistei um carro preto e vi um homem escorado no mesmo olhando diretamente para nós dois. 

— O que? — Sebastian perguntou me olhando e em seguida olhando para frente. 

— Ali. — Apontei com a cabeça para o homem que me reconheceu e começou a andar em nossa direção. Demos alguns passos para trás. — Porra, corre! — Gritei chamando atenção de Sebastian e retirei meus sapatos ainda sem tirar meus olhos do homem que começou a correr em nossa direção. 

Nós dois começamos a correr juntos na direção contrária. Em uma mão eu carregava meus sapatos e minha bolsa enquanto a outra mão apertava a de Sebastian enquanto corriamos. Nós passavamos pelas pessoas e esbarrávamos sem querer e sem olhar para trás. Atravessamos duas ruas e olhei para trás ainda o vendo correr em nossa direção. Ao atravessarmos um sinal que estava fechado e havia alguns carros parados, passamos pelos mesmos e o sinal logo abriu. Sebastian se atirou na minha frente erguendo suas mãos para os carros pararem. 

Voltamos a correr pela calçada e Sebastian olhou para trás para ver se ainda estávamos sendo seguidos. O homem estava longe mas ainda corria em nossa direção. Nós continuamos correndo até entrarmos em outra rua. Puxei Sebastian pela camisa e seu corpo seu chocou contra o meu quando o puxei para um beco escuro da rua. Meu corpo seu chocou contra a parede e suas mãos estavam de cada lado do meu rosto tocando a parede. Nossos rostos estavam próximos o suficiente para sentir o cheiro de bebida em seu hálito. Pude ver seu peito subindo e descer por dentro de sua camisa. 

Ouvimos passos pesados e olhamos em direção a rua e vimos o homem passar correndo direto pelo beco. Permanecemos na espera e Sebastian foi checar se o mesmo já não estava mais ali. 

— Ele já foi. — Ele ergueu sua mão para mim e a segurei saindo do local. 

Encostei meu corpo na parede do prédio e fechei os olhos tentando recuperar o fôlego. Ele se aproximou e segurou meu rosto com suas duas mãos me checando. 

— Você está bem? Se machucou? — Ele disse preocupado e pude sentir sua respiração ofegante em meu rosto. 

— Não, está tudo bem. — Respirei fundo sentindo meu coração quase saltar do meu peito. Baixei minha cabeça e não pude prender a risada. Ele franziu o cenho me olhando e riu fraco balançando a cabeça. 

— Acha engraçado? — Ele perguntou soltando meu rosto e retirando seu blazer e o jogando ali na calçada. 

— Foi divertido. — Sorri o olhando e ele sorriu me encarando enquanto subia a barra da sua camisa. 

— É? — Ri mais uma vez. 

— Meu celular está cheio de mensagens e ligações. — Falei ainda ofegante. — Ele sabia onde eu estava e com certeza deve saber que estou com você. 

— Então ele sabe quem eu sou? — Dei de ombros. 

— Não duvide do meu pai, ele é um homem poderoso. — Ele me olhou e pegou meus sapatos das minhas mãos. Segurei em seu braço e começamos a descer seguindo por outra rua. 

Se tivesse tanto poder, ele teria você agora. — Ele disse me fazendo o encarar. — Aliás, ele não é o único com poder. — Piscou para mim e sorriu de lado me deixando confusa. 

Sebastian Stan P.O.V. 

Katherine parecia mais calma depois de fugirmos do homem que a procurava mas ainda podia sentir que ela ficava tensa sempre que ouvia alguém gritar ao longe ou algum carro passar por nós. Não larguei sua mão por um segundo na esperança de que ela soubesse que estava segura comigo. Eu não podia negar que estava sentindo alguma coisa por ela mesmo sabendo que era cedo demais para sentir algo. 

Eu sempre fui uma pessoa difícil de me apegar as pessoas, até mesmo as que me despertavam interesse. Katherine não era como as outras pessoas com quem eu já me relacionei ou conheci. Ela era engraçada e divertida e tinha muito mais nela que ela escondia ou não me mostrava ainda. Ela tinha algo de especial e de alguma forma, eu não conseguia controlar as sensações e os sentimentos que ela me despertava. Eu queria conhecer cada parte sua por inteiro, precisava disso. 

Stranger - Sebastian StanWhere stories live. Discover now