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Katherine Young Point Of View 

O clima dentro do restaurante era frio mas o sol lá fora estava quente e forte, as pessoas passavam pelas ruas com pressa e esbarrando umas nas outras. Eu estava sentada próxima a janela na cadeira e coloquei minha bolsa na cadeira ao lado, respirei fundo antes de encarar o homem sentado a minha frente chamando atenção de olhares ao nosso redor. 

Seu olhar estava preso ao meu como se tentasse invadir a minha mente e ler os meus pensamentos, mas se fosse possível, eu não me importaria que o mesmo soubesse o que eu penso. Ele sabe exatamente como me sinto com toda essa situação por anos, então não há nada a esconder. Mas me intrigava que o mesmo estava mais calmo que o de costume e sem os seus homens ao redor para chamar mais atenção. 

Seu casaco preto longo estava sob a outra cadeira e suas mãos grandes e rabiscadas de tatuagens pousadas sob a mesa. O garçom se aproximou e nos entregou os cardápios e se retirou sem dizer uma palavra. Talvez a tensão ali estivesse visível demais. 

— E então, o que quer conversar? — Falei quebrando o seu silêncio tomando um gole de água do copo a minha frente. 

— Eu só quero entender as coisas e, se você me deixar, concertar tudo. — Aquilo soava como uma das suas piores mentiras para os meus ouvidos e eu não conseguia acreditar ou aceitar suas palavras. 

— O que você quer saber? — O perguntei ainda o encarando, mas pegando o menu sob a mesa e passando os olhos rapidamente pelas letras pequenas. 

Se ele estava jogando comigo, eu iria saber. Eu não iria deixar que ele se saisse por cima da situação como sempre gostava de fazer. 

— Por que você me vê como seu inimigo? — Ele perguntou chamando minha atenção. Minhas feições eram sérias, eu não queria demonstrar nem ao menos raiva para ele, pois não valia mais a pena. 

— Talvez por que você age como um. — Respondi fechando o cardápio e cruzando minhas pernas. — Você age como se fosse todo poderoso e você pode até ser, mas me trata como sua subordinada, não como filha. — Ele suspirou pensativo. 

— Não é a minha intenção tratar você desse jeito, Kat. — Disse me fazendo rir fraco. 

— Tem certeza? — Ele revirou os olhos e assenti com a cabeça. — Você sabe muito bem como me trata, sabe o que faz e não parece se importar nenhum pouco com o que eu penso de tudo isso. — Falei secamente. — Sem apegos, não foi assim que você me ensinou, papai? — O encarei no fundo dos seus olhos em forma de desafio o que pude notar que o deixou irritado. 

— Eu não estou aqui pra discutir, eu só quero que me diga o que fazer para concertar tudo isso. — Disse. — Eu não vim para brigar, eu quero entender você, como se sente. 

— Você já é bem grandinho pra alguém te dizer o que você deve fazer... — Molhei meus lábios. O garçom se aproximou da mesa e nós dois ficamos em silêncio. — Quero o número dois e uma taça de vinho branco, por favor. — Lhe entreguei o menu dando um sorriso pequeno e meu pai entregou seu menu apontando para seu pedido, o garçom se retirou logo em seguida. 

— Você pode, por favor, levar isso a sério? — Ele disse um pouco irritado. 

— Ah, me desculpe se eu não consigo levar tudo isso aqui... — Falei olhando ao redor. — a sério. 

— Você é complicada demais. — Disse suspirando pesado e se arrumando na cadeira me olhando com raiva. 

— Eu sou bem simples, na verdade. Você só não sabe disso por que nunca teve tempo para mim. — O olhei. 

Stranger - Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora