Eu: Você mandou três pessoas fazerem sexo dentro de um provador da loja?
Blake: Eu mandei o quê?
Eu: Acabei de presenciar um ménage na loja, a qual você me mandou.
Blake: Mas que garota de sorte!
Eu: Blake!
Blake: Eu juro que não tive nada haver com isso. Pode ser uma feliz coincidência.
Eu: Sério?
Blake: Verdade! Mas me conte... você ficou com tesão, não ficou?
Eu: Cala a boca!

Ele é definitivamente insuportável!
Quando levanto a minha cabeça, vejo as três pessoas saindo da loja como se nada tivesse acontecido. A jovem atendente está toda desarrumada, com o rosto vermelho e a roupa toda amassada. O cara está com a respiração pesada, mas com um sorriso de felicidade no rosto. A outra mulher que deve ter dominado o trio, ela está perfeitamente arrumada, sem nenhum fio de cabelo fora do lugar. Com certeza ela é uma verdadeira sedutora a julgar pela forma que saiu depois de todo aquele episódio. Confesso que estou boquiaberta ao vê-la saindo da loja. Logo James se junta a mim.
- Madame, você parece mais do que pronta para ir. - Diz ele. - Certamente está pronta para conquistar o lugar. - Diz ele piscando o olho para mim e pega as sacolas.
- É... eu sei. Mas para ser sincera, estou preocupada. Isso está parecendo muito rápido pra mim. - Digo aflita.
- O chefe não gosta de perder tempo. - Diz ele um pouco sério.
- Até entendo, mas acabei de ver algo que me fez pensar que eu não estou capacitada para esse trabalho. Quero dizer, não sou virgem, mas também não sou experiente. - Digo um pouco triste, e talvez, com medo de que tudo possa dar errado. - Lucas vai perceber, e depois o que acontece, Blake toma a minha casa. - Digo com medo.
James respira fundo antes de falar.
- Olha, ele não é esse tipo de pessoa. Faça o seu melhor, ele a respeitará. - Diz ele, compreensivo até. - Só espero que ele não se arrependa de ter mandado você para o Lucas. - Diz ele.
- Por que ele se arrependeria? -
Pergunto curiosa com o que James acaba de falar.
Mas James apenas encolhe os ombros, recusando a responder.
Quando estamos indo para o carro, percebo que James está a carregar várias sacolas de compras. Elas podem não ser tão pesadas, mas aparentemente parecem. Talvez ajudá-lo possa quebrar esse gelo que ficou após a nossa conversa.
- Me deixe ajudá-lo a carregar as sacolas. - Digo estendendo minha mão para pegar alguma sacola.
- Não, precisa madame. - Diz ele gentilmente.
É daí que uma sacola desliza da sua mão. Ao ver aquilo, retiro duas sacolas de sua mão e ele sorri para mim sem jeito. Retribuo o sorriso e logo caímos na gargalhada.
- Mas que dia. - Digo. - Blake costuma lhe passar esse tipo de tarefa maluca? - Pergunto para ele.
- Nunca. Essa semana tem sido estranha para mim quanto para você, pelo o que entendi. - Revela ele.
- Isso é um eufemismo. - Digo sorrindo. - Me diga o quanto você sabe? - Pergunto para ele.
- Eu sei que você tentou consolar Briana naquela noite. O me fez pensar que você não pode ser tão ruim assim. - Confessa ele. - Mas estou preocupado que o chefe tenha planejado tudo por impulso sem considerar os contras que podem acontecer. - Diz ele, e sua expressão não esconde a sua preocupação.
- Planejar você quer dizer... - Digo tentando insinuar algo.
- Eu sei que você foi incumbida de derrubar o Lucas Byron da forma mais baixa possível. E como você mesma disse, você não é uma profissional. - Fala ele de forma sincera.
Meu rosto fica quente com sua sincera declaração, mas irei desafiar.
- Concordo. Para ser sincera com você, não faço ideia de como irei conseguir isso. Blake me fez uma proposta, e estava desesperada o suficiente para aceitar tamanha proposta. - confesso.
- Bem, boa sorte, madame. Estarei torcendo por você. - Diz ele amigavelmente.
- Muito obrigada, James. - Digo agradecendo o afeto. - E por favor, sem toda essa formalidade, me chame apenas de Caroline. - Digo.
Ele não responde, apenas me dá um sorriso discreto e afirma com a cabeça.
Chegamos à limusine e entramos, foi daí que percebemos que havia apenas meia hora para o compromisso. Ficamos um tempo calados, resolvo puxar assunto para quebrar esse silêncio.
- Me diga, a quanto tempo você trabalha para o Blake? - Pergunto.
- Oito anos. - Responde ele.
- Tanto tempo assim? - Digo surpresa.
James percebeu minha reação.
- Por que a surpresa? - Pergunta ele.
- Bem... eu não sei. Você não consegue encontrar outro emprego? Blake deve ser um chefe difícil. - Digo.
- O que te faz pensar assim? - Pergunta ele.
- Ele é cretino que bebe muito. - Digo um tanto... irritada?
- Ele não costuma beber. - Afirma ele.
Mas ele bebe quando estou por perto. Mas por quê?
- Não se engane. Seu jeito pode ser durão, mas seus funcionários o adoram. Inclusive eu. - Fala ele. - Ele cuida muito bem de sua equipe, em qualquer circunstância. - Complementa.
- Talvez seja por isso que ele me ajudou. - Digo pensativa.
- Pode ser. - Comenta ele.
- Ele transformou a minha vida significativamente. Eu tinha acabado de sair da cadeia, não tinha para onde ir, foi daí que eu o avistei. Ele tinha sido assaltado, dois caras o encurralaram em um beco sem saída. - Conta ele.
- O que aconteceu? - Pergunto um pouco surpresa com tal história.
- Eu fui até lá e bati nos assaltantes. Blake testemunhou a meu favor quando a polícia chegou, e isso me manteve fora de problemas.
- Uau! Esse incidente foi o motivo pelo qual ele começou a ir à academia? - Digo.
James ri da pergunta.
- Como você sabe? - Pergunta ele rindo.
- Ele era um garoto esguio e alto na época do colégio. A única coisa que não mudou foi seu olhar impenetrável e intenso. - Respondo rindo um pouco.
James faz uma pausa, pensando em algo para dizer. Dessa vez o seu tom é sério.
- É melhor você tomar cuidado. A rivalidade que ele tem com o Byron é mais do que apenas negócios. - Diz ele me olhando sério assim com o tom da sua voz. Isso me assusta um pouco.
- O que você quer dizer? - Pergunto assustada.
- Isso não cabe a mim dizer. - Responde ele. - Ele lhe dirá quando for a hora certa. - Diz ele tentando não me deixar nervosa.
- Está bem. - Digo.
Solto um longo suspiro antes de falar novamente.
- Quer dizer que o Lucas é tão mau quanto o Blake diz ser? - Pergunto para ele.
- Para ser sincero madame, eu não sei. - Responde. - Mas é melhor a madame ter cuidado com ambos. - Aconselha ele.
Depois disso nós não dissemos mais nada até chegarmos ao evento. E agora me resta navegar por águas desconhecidas por conta própria. Não demorou muito para que chegássemos ao local. James se despede e me deseja boa sorte, e ao descer do carro respiro fundo e tento encontrar alguma coragem dentro de mim.
Ao entrar no saguão enorme, vejo que as pessoas me olham com admiração. As mulheres olham diretamente para meu vestido com fascínio, enquanto os homens tentam espiar o meu corpo. Alguns fotógrafos até tiram fotos minhas, eu acho que eles me confundiram com alguma celebridade. Belas pinturas são exibidas em todo o lugar, permitindo que as pessoas possam olhar de perto as peças antes do início do leilão.
Enquanto isso, estou olhando para todos os homens bonitos à procura de Lucas. É então que o vejo. Ele é lindo! Fico surpresa com sua aparência. Me aproximo lentamente dele e de sua acompanhante. E quando ela se vira eu tenho um sobressalto. É a garota da loja! digo para mim mesma, surpresa. Me pergunto se ele sabe que ela anda transando por aí. Afasto a lembrança picante de mais cedo e me concentro no casal diante de mim.
Ele estuda uma das pinturas, enquanto ela parece totalmente entediada com tudo aquilo. Respiro fundo, tomando coragem e ando para o seu lado, esperando que sua acompanhante se distancie. Chegou a hora de abordá-lo, mas como? Já sei, irei comentar sobre a pintura.
- Eu não entendo por que as pessoas acham algo assim tão bonito. Eu já vi melhores nas ruas. - Digo olhando para a pintura à nossa frente.
Lucas e sua acompanhante parecem estar assustados com meu comentário. Entretanto, ele se vira para mim e responde.
- Eu discordo. Eu acho que é lindo. - Diz ele diminuindo a velocidade na palavra "lindo", olhando diretamente nos meus olhos.
Seu olhar percorre meu corpo dos pés à cabeça, analisando bem meu vestido antes de sorrir para mim. Quando ele ia dizer algo sua acompanhante o interrompe.
- Eu preciso atender essa ligação. Já volto! - Diz ela, em seguida o beija nos lábios enquanto me olha com um carta desconfiança.
Fico aliviada quando ela se afasta. E a julgar pela expressão no rosto de Lucas, ele também está. Então ele se pronuncia.
- Acho que não nos conhecemos. Qual é o seu nome? - Pergunta ele gentilmente.
- Caroline Shipton. - Respondo sorrindo para ele.
- Sou Lucas Byron, e é um prazer - Diz ele sorrindo.
- O prazer é todo meu. - Digo amigável.
O primeiro contato já foi, mas eu preciso prender sua atenção.
- Diga-me, o que te atrai na arte? - Pergunto puxando assunto.
- É uma pergunta bem difícil. Acho que é a beleza das novas ideias, não da pintura em si, mas do significado por trás dela pode ser cativante. - Responde ele.
Fico um tanto surpresa por sua resposta.
- Entendo. É preciso esforço para entender bem uma obra de arte. Parece que quanto mais você a olha, mais inspiradora ela pode ser. - Digo tentando parecer entender de arte.
- Exato. A arte é encontrar algo inspirador. E isso geralmente acontece nos lugares mais inesperados. - Diz ele.
- Verdade. - Digo concordando com sua opinião.
- Espero que esse não seja o seu último leilão de arte. - Diz ele.
- Irá depender do quanto irei gastar hoje a noite. - Digo sorrindo.
Lucas ri, e seus olhos brilham.
- Então, gaste com sabedoria, mocinha. - Aconselha ele.
- Prometo que irei. - Digo dando uma curta risada.
Ele continua mantendo contato visual e continuamos conversando.
- Creio que nunca te vi por aqui antes. Você é nova por aqui? - Pergunta ele, curioso até.
Meu Deus, o que devo dizer? Preciso inventar uma resposta, e rápido.
- Sim. Eu morei um tempo em Paris para estudar moda. - Minto.
- Je connais des merveilleux artistes en France et je travaille toujours avec eux. - Diz ele em francês.
Que droga! Eu não deveria ter mentido. Aceno e sorriu, fingindo entender o que ele me disse.
- Eu sei que você acabou de chegar aqui, mas eu gostaria de lhe fazer um convite. Você conhece o Glitz? - Pergunta ele.
Ok, não entra em pânico Caroline.
- Não, o que é? - Pergunto sem saber.
- É uma boate. - Responde ele.
- Oh, eu nunca tinha ouvido falar. - Digo.
- Bem, eu estava apenas tentando saber onde iríamos nos encontrar novamente. Talvez possamos tomar um café algum dia, pra falar de arte se você quiser - Diz ele amigavelmente.
Talvez não pareça má ideia.
Lucas dá outro sorriso, mostrando-me os seus dentes perfeitamente brancos. Se Blake não tivesse mencionado o lado sombrio de Lucas, eu poderia tê-lo considerado um verdadeiro, digamos, anjo. Antes que ele possa me encantar ainda mais, sua acompanhante retorna me encarando visivelmente contrariada.
- Lucas, acabei de descobrir algo chocante.

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⏰ Last updated: Aug 30, 2021 ⏰

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