— Você vai gostar daqui. — Ela disse me olhando uma última vez antes de subir os pequenos degraus e adentrar o local, a segui e o lugar parecia bastante confortável e simples. 

Olhei ao redor e não pude deixar de notar algumas pessoas nos notando, segui a garota até a mesa que estava desocupada e me sentei de frente para ela. 

— Você costuma vir aqui? — Perguntei e a mesma retirou o blazer colocando em seu colo. 

— Venho aqui pra assombrar o lugar. — Ela sorriu quando franzi o cenho sem entender. — O John, ele é o dono. — Assenti. — Ele diz que eu afasto os clientes por que estou sempre de cara fechada. — Ri relaxando no banco. 

— Você deve espantar mesmo. — Sua feição era de ofendida e eu continuei rindo de sua cara. 

— Eu vou fingir que nem ouvi isso. — Ela balançou a cabeça e sua atenção foi diretamente para algo atrás de mim, um pequeno sorriso se abriu em seu rosto e notei o homem se aproximando de nós. 

— Boa noite, John. — Ela disse e o homem sorriu. 

— Veio aqui para assustar meus clientes? — Ele estreitou seu olhar para ela. — Espera ai, você está bonita demais hoje. — Ele disse e me encarou. — Com todo respeito, claro. — Ri fraco de suas palavras. 

— Está dizendo que eu sou feia? — Ela arqueou a sombrancelha. 

— Você sempre está com cara de sofrimento, então não dá pra notar tanto assim. — Ela abriu a boca e me encarou começando a rir. 

— Eu odeio vocês. — Disse cruzando os braços e nós três rimos. — Eu vou querer um hamburguer, por favor. 

— E o senhor? — O homem me encarou com um pequeno bloco de anotações nas mãos. 

— O mesmo que ela e batata frita, por favor. — Ele anotou os pedidos e logo se retirou. — Vocês dois se conhecem a muito tempo? — Perguntei para ela. 

— O lugar me chamou atenção então costumo vir aqui sempre que quero lamentar algo. — Sorri a ouvindo. — John é um ótimo ouvinte. 

— Consigo imaginar. — Murmurei e ela pousou seu rosto em sua mão me observando. — O que? 

— Você não me contou muita coisa sobre você. — Ela disse sem tirar seus olhos de mim. — Eu estou curiosa então me conta sobre você. 

— O que quer saber? — Molhei os lábios. 

— Com o que você trabalha? 

— Sou empresário e gerencio uma empresa em Londres. — Ela parecia surpresa com minhas palavras. 

— E você veio para cá a trabalho? — Assenti com a cabeça. — E ai resolveu me perseguir no mercado. — Eu ri balançando a cabeça e respirando fundo. 

— Eu não te persegui, eu estava ajudando. — Ela acentou com a cabeça com semblante de suspeita. 

— Sei... como vou saber que não é um psicopata e está tentando me sequestrar? 

Você parece bem disposta a fugir com um a partir do momento que disse que fugiria comigo. — Ela segurou um sorriso e relaxou na cadeira. 

Touché. — Sorri vitorioso para a mesma e ela revirou os olhos. 

— Se você estava tão disposta assim a fugir comigo, por que não fez isso antes? — Perguntei e isso a fez ficar pensativa. 

— O que exatamente eu faria se fugisse? Pra onde iria? — Dei de ombros. 

— Pra qualquer lugar que quisesse, você é livre, pode fazer o que quiser. — Ela ficou pensativa mais uma vez e respirou fundo me olhando. Eu gostaria de saber o que se passava em sua cabeça e de alguma forma, tentar ajuda-lá. 

Stranger - Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora