A força de um coração partido

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- Precisamos conversar com mais calma depois - dona Noemi olha para mim e para Christopher - os dois.

- Sabemos. - Chris assente e pega minha mala - hora de irmos Emily. - Abraço dona Noemi.

- Prometo que quando for a hora, a senhora vai entender tudo - sussurro em seu ouvido.

Me despeço de Naná.

- Espero que não esteja fazendo a escolha errada minha querida - ela fala no meu ouvido - se cuide, espero que as coisas fiquem bem no final.

- Eu também espero por isso Naná. - Olho para as escadas. - Chris, me espera só um instante? - Ele assente.

- Vai - subo as escadas e encontro a porta do escritório fechada, tento abrir, mas está trancada. Respiro fundo

- Eu sei que eu te machuquei tomando essa decisão, sei que foi errado, sei que dói - engulo o nó na minha garganta - mas pense bem, você nesse momento não pode me dar o que eu preciso Zabdiel, você está passando por muita coisa, precisa se resolver primeiro para ter alguém na sua vida. Eu não deixei de te amar. - Toco a porta - mas eu me amo em primeiro lugar, eu vou te devolver o comando da empresa, vai ter sua vida normal de novo, porque desde que eu cheguei nessa casa, na sua vida, só te trouxe problemas. Sinto muito pela morte dela Zabdiel, eu sei que doeu em você tanto quanto em mim, não era assim que ela deveria ter ido. Me perdoa. - Espero alguma resposta, mas não ouço nada.

- Porque você tinha que fazer isso? O que ele te deu de tão valioso para entregar seu coração assim? - Me seguro na parede.

- Não foi uma escolha fácil, e eu sempre te disse que meu coração só teria um dono, por toda a vida dele, espero que se lembre disso. - Desço e Chris e eu vamos embora.

O trajeto de carro até a casa de Christopher é calmo e silencioso, quando saímos de lá ainda chorei um pouco no carro, mas Chris soube me dar espaço e demos algumas voltas antes de irmos definitivamente para casa.

Chris é um cara maravilhoso, fico pensando o que teria sido da minha vida se eu tivesse me apaixonado por ele e não por Zabdiel, se o acordo tivesse sido feito com ele, o que teria sido de mim? Será que estava vivendo o amor de conto de fadas e dos livros de romance que eu lia? Será que ia viver um romance estarrecedor como Jane Austin retrata em Orgulho e Preconceito?

Agora é tarde demais para pensar nisso, meu coração já tem um dono e não vejo ninguém habitando ele por um por um bom tempo, porque se eu realmente perdi Zabdiel, agora o que restou foi o vazio de onde ele já esteve um dia.

- Não sabia que você viria para cá, não repara na bagunça - ele fala assim que entramos e eu dou risada, a casa está completamente arrumada para quem é homem e mora sozinho.

- Tá tudo bem Chris, está ótimo, obrigada - deixo minha bolsa no sofá e me sento - mora sozinho faz muito tempo?

- Desde os 18 anos - ele coloca minha mala no corredor e retira o paletó indo em direção a cozinha - meu pai tinha o conceito que todo homem deveria crescer com autonomia e isso tinha que começar desde muito cedo. - Ele serve um copo de uísque com gelo - quer um? - Assinto, talvez eu esteja precisando de álcool mesmo.

- Seu pai era do tipo que achava que o homem tem que comandar a casa e sustentar a família? - Ele me entrega um copo e se senta ao meu lado.

- Infelizmente, naquela época se eu não tivesse estudado, me envolvido com as pessoas certas, eu teria ficado pior que ele. - Tomo um gole e o gosto do uísque é forte e queima.

- Fico feliz que não tenha virado esse tipo de homem.

- Ainda me deixa frustrado ao ver que uma mulher não pode ocupar um cargo que é de um homem - ele me olha sorrindo - você pisou bonito nesse quesito, foi a primeira mulher que passou pela presidência da empresa e já aprovou um projeto de expansão - brindamos.

Love Action - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora