— E como seu pai já não te arrastou daqui? — Ele se encostou no balcão. 

— Por que está em outro país. 

— E mesmo assim ele te controla? O que ele é? Chefe da Máfia? — Ri baixando o olhar e colocando o copo no balcão de madeira. Pude ouvir sua risada baixa. 

— Acho que se ele fosse da máfia eu não estaria aqui. — O encarei e encostei as costas no banco que estava sentada. 

— Então por que não foge? — Arqueei uma sombrancelha o olhando e sorri fraco. 

— Fugir? Está maluco? — Ele sorriu dando de ombros. —  Você faria isso se fosse eu? — Ele concordou com a cabeça. 

— Se eu fosse você, estaria do outro lado do mapa vivendo a minha vida tranquilamente. — Ele deu de ombros novamente e sorriu para mim. 

Por alguns instantes fiquei pensativa sobre o que ele havia falado. 

— Até que não é uma má ideia. — Murmurei pegando o copo. 

— Então está esperando o que? — Ele perguntou me fazendo o encarar, ele tinha um olhar desafiador para mim. 

— Está me desafiando? — Ri me aproximando do balcão. 

— Estou desafiando você a se desafiar a fazer o que quer. — Suas palavras me tocaram naquele momento. — Olha pra mim, eu construi esse bar a 5 anos e mesmo tendo poucos clientes, isso aqui é o meu sonho. — Ele disse me fazendo o observar, olhei ao redor e observei a decoração do bar. 

— Então você fugiu pra cá? — Ele concordou com a cabeça. Aquilo me surpreendeu. 

— Não deveria estar aqui em primeiro lugar. — Ele disse e franzi o cenho. — Você é uma ótima cliente, mas gosto que meus clientes venham felizes. — Abri a boca o encarando surpresa. 

— O que está insinuando? — Ele riu me olhando. 

— Essa sua cara de dor está espantando os meus clientes. — Gargalhei alto junto a ele e balancei a cabeça. 

— Bom, me desculpe por isso. — Ele sorriu me olhando e eu ri novamente. — Azar dos seus clientes. — Falei virando o restante da bebida pela boca e coloquei o copo no balcão, peguei minha bolsa no outro banco e fiquei de pé. — Pronto. — Retirei algumas notas de dentro da carteira e o mesmo pegou. — A energia negativa está saindo agora. — Ele riu guardando o dinheiro e encostou suas mãos no balcão. — Boa noite. — Sorri para ele e me afastei do bar. 

— Eu sou o John, aliás. — Ele disse chamando minha atenção e me virei para encará-lo. 

— Eu sou Katherine. — Ele sorriu ao me ouvir e sorri para ele. — Obrigada pelo conselho. — Ele acentiu com a cabeça e deixei o lugar indo para minha casa. 

[...]

08:10 AM 

Meu despertador toca me acordando imediatamente e bocejo abrindo os olhos aos poucos. O quarto estava iluminado demais e lembrei que havia esquecido de fechar as cortinas. Desliguei o despertador e logo me levantei para tomar um banho e ir trabalhar. 

Depois de tomar banho, estava prestes a me vestir quando meu celular vibrou. Peguei o mesmo e vi uma mensagem do meu chefe falando para tirar folga no dia. Aquilo definitivamente era estranho, ele nunca me dava folga nem mesmo quando eu estava doente. Liguei para o mesmo para checar e ele confirma desligando na minha cara em seguida. Me sentei na cama e observei meu apartamento. Ele estava uma bagunça e refletia muito bem a minha vida. 

As palavras do John vagaram pela minha cabeça e sorri com a lembrança. Eu não podia fugir, não era assim como as coisas funcionavam. Mas por um segundo tive a coragem de colocar meu apartamento em ordem. Coloquei uma roupa confortável e comecei a limpar tudo. 

Stranger - Sebastian StanWhere stories live. Discover now