Sempre sempre sempre madrinha de casamento, mas não apenas uma madrinha de casamento, a sorte encarnada de amores que não são os seus.
Alice havia sido uma adolescente promissora, inteligente, bonita e charmosa, mas por obra do destino se tornou a ú...
Oi vocês vêm sempre aqui? Bora se apaixonar então? Alice é uma comédia inspirada em vestida pra casar, se você conhece o filme você vai amar, apesar das diferenças, se não conhece o filme deveria conhecer. Será leve e postada aqui integralmente, então bora, segure a minha mão e me responda, você quer casar comigo?
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Faixas de tule cor de rosa me fazem parecer um muffin, quando eu saio do carro todos os olhares estão em minha direção. Quando as noivas começaram a escolher o vestido das madrinhas? Quem deu esse poder bestial a elas. E o sapato? Um salto absurdo que me desequilibra e me machuca.
Só então olho para o meu pé.
Cetim rosa claro, estou com o sapato do casamento da tarde.
Sim meus amigos, eu sou Alice Germano, a madrinha de casamento que dá sorte.
Esse é o meu vigésimo nono casamento, e todos os casais estão plenamente felizes recebendo a visita da cegonha com regularidade.
E eu... Bem eu estou aqui vestida num vestido de tule rosa com o sapato errado, santo de casa não faz milagre.
— Alice! Alice! Sapato errado! — Cleo veio da outra cerimônia comigo, por algum motivo ela achava que não daria certo participar de dois casamentos no mesmo dia.
E sim ela estava certa.
Eu me viro, meu vestido brega girando em camadas como uma fantasia de Carnaval de rua, e vejo Cleo inclinada para fora do carro balançando freneticamente a sandália rosa de salto baixo.
— Dê-me o sapato! — peço correndo de volta ao carro.
Sento-me no chão mesmo para espanto de Cleo que diz que vai me esperar dormindo no carro.
Enquanto as pessoas passam elegantes para entrar na igreja eu estou sentada em uma profusão de rosa me contorcendo para fechar uma fivela grande demais para o meu gosto.
O casamento é lindo.
Aliás, todos os casamentos são.
Vamos todos para a recepção e ao som de um DJ contratado esqueço de absolutamente tudo, meu corpo todo dança como se não tivesse se arrependido no caminho para a segunda festa.
E então vem a movimentação, o buquê.
Nunca ganhei flores e penso que se a primeira vez for um buquê de noiva é um sinal.
Não estou desesperada o suficiente para acreditar que pegar um buquê é a passagem para um casamento, ou mesmo que eu precise disso, eu sou uma mulher bem sucedida dona de mim, se quer saber.
Então vou até o centro do salão, escolho um lugar estratégico e me posiciono bem atrás da noiva, respiro fundo, como se isso mudasse alguma coisa. E quando a noiva joga o buquê de flores lilás, ele voa pelo ar, vindo em minha direção, meu coração palpita no peito, será que é a minha vez?
