Yibo apertou a mão contra o peito do homem com uma mão e pegou o rádio para pedid apoio com a outra.

"Aqui é o Wang. Eu preciso de um paramédico."

Foi só agora que estava perto o suficiente, que Yibo podia ver o rosto do homem. Ele era pálido, com olhos escuros, mas estava sorrindo. Ele era estranhamente belo e sereno, apesar de ter o que parecia ser uma ferida de bala no peito.

"Qual o seu nome?" Yibo o perguntou.

O homem riu.

"Ele não atingiu o meu coração."

"Nós vamos levar você para o hospital." Disse Yibo. "Apenas espere."

"Não." Ele balançou a cabeça lentamente, ainda sorrindo. "É você. Realmente é você."

Yibo tinha certeza de que o homem estava vendo alguém que não estava lá, como a maioria das pessoas tendo seus últimos suspiros sempre faziam.

"Qual o seu nome?"

"Ele virá atrás de você. Diga a ele que começou, que eles estão vindo." Sua voz era fraca, desaparecendo. "Não é só um, são dois."

O homem não estava fazendo nenhum sentido.

"Dizer o que?"

O homem no chão estendeu a mão e colocou a mão no peito de Yibo. Ele sorriu de novo, com os olhos vidrados com algo semelhante à adoração.

"Eu toquei a chave."

"Detetive Wang." O rádio de Yibo chiou, assustando-o. Ele não sabia quanto tempo o operador tinha estado chamando seu nome. "Indique sua localização."

"A chave para o quê?"

O moribundo riu.

"Você deve dizer o que eu disse a Xiao Zhan. Ele vai encontrá-lo, Yaoshi."

O sangue de Yibo gelou. Yaoshi? Como diabos ele sabia...? Em seguida, o homem no chão deu seu último suspiro e virou pó.

****

Yibo tinha visto algumas merdas muito estranhas em sua vida, mas nada o preparou para o que tinha visto esta noite.

Se não fosse por suas roupas ainda molhadas, cabelo e as manchas de sangue em suas mãos enegrecidas como prova, poderia até pensar que tinha imaginado a coisa toda. Se não fosse o pequeno fragmento de madeira em cima da mesa na frente dele, poderia realmente achar que seus colegas tinham razão: ele finalmente enlouqueceu de vez.

Eles não acreditaram nele, e Yibo não os culpava.

Ele sempre tinha sido um estranho no Departamento. Preferiu trabalhar por conta própria, o que ajudou, porque ninguém realmente queria ser seu parceiro por muito tempo, de qualquer maneira. E era assim que ele gostava. Yibo adorava o trabalho dele, e moveu-se através das fileiras rapidamente, não só por causa de sua dedicação, mas também por causa de sua memória fotográfica. Ele era conhecido por isso: por mais breve que fosse o olhar, ele decorava tudo.

Seu capitão na 33, um homem da segunda geração italiana que atendia pelo nome de De Angelo, sentou-se à mesa com ele na sala de interrogatório e balançou a cabeça.

"Você quer me dizer que perseguiu um cara que pulou um muro de dois metros e meio, e sangrou antes que se desfizesse em pó?"

"Não." Yibo repetiu, não se importando com o quanto soou frustrado. "Eu disse que persegui um cara por cima do muro, em seguida, outro cara sangrou antes que se desfizesse em pó. Não era o mesmo homem." Obviamente, não era sequer um ser humano, mas isso não era algo que Yibo queria acrescentar à discussão neste momento. Metade da divisão estava sentada do outro lado das janelas o observando, nem mesmo tentando esconder seu divertimento. Yibo perguntou vagamente que brincadeiras viriam disto.

Sweet Blood ‧ YizhanWhere stories live. Discover now