Demônios - Zurena

O Casamento Pt 2

Autora ON
Demorei mas voltei KKKKKKK ❤️❤️

POV SARAY

"Diga à Maca que eu sinto muito."

Assim que li aquela frase, eu sabia que Zulema havia fugido, mas algo de mim me dizia que ela não estava muito longe, e que eu poderia tentar achá-la e trazer ela a tempo do casamento.

Assim, saí em passos largos do banheiro e procurei em cada canto possível daquela igreja de merda, inclusive no andar de cima, incomodando algumas freiras que estavam ali. Porém, não achei a maldita em canto nenhum.

"Porra Zulema, sua hija de puta. Vou te achar e te trazer de volta, nem que seja te puxando pelos teus pentelhos, carajo." - Penso comigo mesma, me sentindo desesperada ao não achá-la.

Após desistir de procurar dentro da igreja, algo me mandou ir até o lado de fora nos fundos, achando que talvez ela havia ido pra lá.

Saio correndo até lá, já sentindo minha testa suando de tanto nervosismo, pois sabia que Macarena me mataria se soubesse que eu havia deixado Zulema fugir.

Assim que saio pela porta, olho ao redor em busca de Zulema, e vejo um pátio aberto com várias árvores e coisas verdes e naturais.

Ando lentamente para frente buscando alguém, e lá no fundo, vejo uma silhueta de alguém que parecia estar fumando.

"É ela." - Penso, e logo vou correndo em sua direção.

Assim que chego perto, confirmo ser Zulema, que estava de pé apoiada em uma das árvores, fumando o rotineiro cigarro.

Apenas me aproximo em silêncio e me apoio na mesma árvore perto dela, fazendo com que ela soltasse ar pelo nariz, e uma pequena risada.

POV ZULEMA

- Droga, deveria ter ido mais longe. - Digo sorrindo, dando mais uma tragada em meu cigarro.

- O que você está fazendo aqui? - Saray pergunta calmamente, apenas olhando pra frente, onde uma visão do mar nos contemplava.

- Não posso me casar com ela. - Digo com a voz falhada, preenchendo meu pulmão com a fumaça do reconfortante cigarro.

- E por que não? Não a ama? - Saray pergunta, e sinto uma vontade de chorar, mas não queria fazer aquilo.

- Claro que eu a amo. - Digo baixinho, e ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Então o que é? - Ela pergunta no mesmo tom, e dou um suspiro.

- O problema é que eu a amo demais, Saray. - Digo, deixando um silêncio agonizante nos cercar. - Eu não posso vê-la infeliz ou machucada. - Digo, e sinto meus olhos marejarem.

- Por que ela ficaria triste e infeliz? Zulema, você fugir do casamento é que vai fazer isso, não o contrário. - Saray diz, agora me olhando decepcionada.

- Você não entende cigana. Todas, todas as pessoas que eu já amei morreram. Eu sou destrutiva, falo coisas que não penso e machuco as pessoas. Não suportaria ver isso acontecendo com ela também. - Digo, e uma lágrima teimosa corre por meu rosto.

- Você mentiu esse tempo todo dizendo que me amava então? - Ela pergunta dando um sorriso, sinalizando que estava brincando.

- Você é uma excessão rara, Saray. - Digo sorrindo levemente com sua brincadeira.

- Mas você me ama ué, e eu estou aqui, não estou? - Ela pergunta, apontando para o próprio corpo.

- Não por falta de tentativas, esqueceu que eu quase te enforquei uma vez? - Digo, me lembrando da cena no carro onde ela estava grávida de Estrelita.