Capítulo 02

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Capítulo 02

Rabeck sempre se orgulhou de ser uma boa esposa, boa mãe e boa filha para seus pais. E desejava isso tudo para Haila, por isso desde que sua filha começou a ter entendimento sobre certas coisas ela iniciou sua doutrina, os ensinamentos do senhor e a educou para ser a boa esposa, mãe e filha.
Haila já deveria estar casada assim como ela casou-se aos dezessete anos, mas seu marido desejava que ela terminasse sua faculdade de Teologia antes de dar esse passo. Ele protelava a saída da menina de casa, sabia disso muito bem, pois as vezes ele questionava se era certo casar sua filha com um homem que eles escolheram e não um que ela mesma havia escolhido. Ela discordava, um pai e uma mãe sempre sabiam o que era melhor para o filho, e sabia bem que Elijah era o homem ideal para ela. Haila estaria feliz, ela junto de seu marido iria ser o novo rosto da GAL. Ambos eram perfeitos para o novo rosto da congregação. Educou aquela menina para isso e sabia que jamais se decepcionaria se seguisse com o plano inicial.
 
Haila acordou dolorida, dormiu por cima dos braços quando tentou ler o livro deitada na cama, seu braço direito estava dormente. Ouviu passos no corredor e alguém mexer o trinco da porta, imediatamente agarrou o livro lhe escondendo embaixo do travesseiro. Não demorou muito para que sua mãe entrasse como fazia todas as manhas.
—Bom dia! —Sorriu abrindo as cortinas de seu quarto.  Ela as vezes lhe tratava como se ainda tivesse seus dez anos.
—Bom dia, mamãe. — Suspirou.
—Dormiu bem? —Olhou-a.
—Sim. —Espreguiçou-se sentando-se.
—Já fez sua oração? —Sua mãe a olhou.
Era todo dia a mesma rotina, ela entrava em seu quarto, a despertava e cobrava algo que ela sabia que tinha que fazer. Haila ajoelhou-se ao lado da cama, fechou os olhos e fez sua oração como todos os dias, pediu sabedoria para decidir coisas difíceis da vida, saúde para seus familiares, e que Deus sempre lhe guiasse para mais perto dele.
As vezes Haila achava que Deus deveria estar chateado com ela. Chateado com seus pensamentos sobre conhecer o mundo, chateado com suas dúvidas sobre as escolhas que seus pais faziam por ela sem lhe perguntar se aquilo a faria feliz, chateado por ela dúvida se Deus queria mesmo aquilo para sua vida. E ainda mais chateado por desde que começou a orar para ele dia e noite sempre pedir a mesma coisa, nunca desejar, pedir ou implorar algo diferente.
Seus joelhos já nem doíam mais, eram calejados de suas incansáveis orações.
—Falta pouco tempo para seu casamento filha. —Rabeck sentou-se na beira da cama, ela sempre que falava sobre esse casamento seus olhos brilhavam.
 Haila estava sentada sobre as pernas, sentiu que o corpo se arrepiou só de tocar naquele assunto. Por ela esse dia jamais chegaria, não queria se casar, não queria aquele homem como marido.
—Ainda falta cinco meses para a faculdade terminar, mamãe. —Tentou forçar o sorriso. —Temos tempo para falar sobre isso. —Ponderou.
—Pouco tempo filha, cinco meses passam voado. Por isso eu marquei uma consulta com o médico. Fazer os exames, saber de sua saúde e deixá-la pronta para o casamento.
—Tudo bem mamãe, faça como achar melhor. —Sorriu. Só podia forçar um sorriso e deixar ela decidir o rumo de sua vida.
—Iremos hoje a tarde para consulta.
—Sim, mamãe.
Ela estava prestes a sair de seu quarto quando carregada com um fio de coragem ela lhe questionou.
—Por que escolheram Elijah como meu marido? Por que eu não poderia escolher? —Olhou por sobre o ombro ela parada na porta.
Sua mãe suspirou e voltou a sentar-se na beira da cama.
—Por que está questionando isso? Somos seus pais sabemos o que é bom para você.
Toda misera dose de coragem que ela teve para lhe questionar sumiu com o olhar de reprovação de sua mãe.
—Eu sei mamãe, só queria saber se ele e o homem certo. Apenas isso.
—É claro que será, Elijah e um líder nato como seu pai, ele será um bom marido, pai e excelente líder na GAL. Não duvide de nossas escolhas Haila, assim você está duvidando de Deus, você quer desagradá-lo dessa forma. —Sua mão foi ao seu rosto e agarrou seu queixo. —Você deveria orar por pensar assim, tenho certeza de que essas suas dúvidas são causadas por essa faculdade. Seu pai ficara decepcionado se souber disso. —Lamentou. —Ore muito por esse seu pecado. —Saiu desgostosa.
Rabeck saiu de seu quarto e ela continuou ali sentada sobre as pernas. Aquela talvez fosse a hora de mudar suas orações.
Haila a viu sair e fechar a porta. Sua mãe com palavras sabia deixá-la para baixo. Não desejava desagradar seu pai, e muito menos Deus.
Limpou a lagrima que escorreu por sua bochecha, ajoelhou-se novamente sugou o ar para os pulmões e soltou de uma vez.
—Oi senhor, seu novamente. —Suspirou segurando o soluço. —Sei que deve estar cansado de me ouvir pedir as mesmas coisas, de ouvir minhas lamentações, de ver minhas dúvidas, mas senhor minhas dúvidas nunca são sobre seu amor por nós, por seu perdão ou por toda sua grandeza. Oh senhor, eu não sou perfeita, tenho muitas falhas, também tenho acertos, não sou uma boa filha muitas vezes que questiono meus pais sobre suas escolhas, mas tenho um coração bom, quero ser uma boa pessoa, pai. Só desejo ser feliz, encontrar o amor verdadeiro. Sei que sempre peço as mesmas coisas e que você já deve estar cansado de me ouvir com as mesmas palavras, mas agora estou aqui, estou aqui porque sinto medo. —O soluço saiu e a lagrima escorreu. —Eu tenho medo do que estar por vir, tenho medo do meu destino, tenho medo das escolhas que estão fazendo por mim. Oh pai, eu estou aqui lhe implorando para que o senhor interceda por mim. Eu não quero isso, eu não quero esse homem, não desejo me casar com ele, talvez eu possa até ser feliz, contudo, sinto que não serei ao lado dele. Tudo que lhe peço e que se não for da tua vontade, assim como não e da minha que o senhor interceda por mim, que me ajude, que retire essa ideia da cabeça dos meus pais. Mais se por acaso isso e o que deseja para essa sua filha, me dê sabedoria para suportar e ser uma boa esposa e mãe. Me dê sabedoria para trilhar esse caminho que será tortuoso e talvez difícil, por favor. —Haila finalizou com um amem e abriu os olhos molhados. Nunca havia orado daquela forma, sua garganta parecia está se fechando. Um grito de medo queria sair.  Contudo sabia que Deus iria cuidar de seu destino da melhor forma.
 
 
Aspen quando entrou na cozinha a mesa do café da manhã estava posta, ele havia acabado de finalizar seu treino matinal. Suor escorria por seu peito molhando sua camisa.
—Que visão do inferno tenho que suportar logo cedo. —Alonso revirou os olhos.
—As meninas não acham isso. —Sorriu prendendo os longos cabelos em um coque.
—Me faz até perder o apetite acordar cedo e ter que te ver desfilando pela casa assim. —agarrado ao jornal resmungou.
— Sou um colírio para os olhos. Não é Ruby? —Sorriu para cozinheira que lhe serviu uma xicara de café.
— Um belo colírio senhor. —Deu um risinho. —Os dois fazem minhas manhas ser em especiais. —Cantarolou.
—Viu. —Sentou-se sorridente.
—Esperava outra atitude sua, Ruby. —Alonso retrucou.
—Senhor Alonso, eu não tenho culpa se trabalho para dois modelos de revista masculina. Vocês são bonitos, educados e os melhores patres que posso ter. —Suspirou. —Só posso elogiá-los.
—Acho que alguém quer um aumento. —Aspen olhou para Alonso desconfiado.
—Concordo com você.
—Isso não é verdade. —Ela fingiu estar ofendida. —Porém se isso estiver em questão eu aceito. —Riu saído.
—Elas são sempre tão cruéis. —Lamentou Aspen dramático. —Afinal você decidiu sair da toca hoje? faz dias que não sai de casa. Alguém morreu?
—Preciso ver meus negócios, hoje tenho decisões a tomar. E necessário.
—Boa sorte.
—E a festa a fantasia, está tudo certo? —Alonso dobrou o jornal e deixou de lado.
—Sim, tudo pronto. Nossas fantasias chegam na sexta, as bebidas já estão todos no estoque, o buffer já cuidou da comida, e os contratos já foram enviados para os novos membros com todas as cláusulas e multas.
—Que eficiência. —Debochou.
—Eu sou o tubarão branco, eficiência e meu nome do meio. —Lhe deu uma piscadela.
Aspen bebericava seu café, e sorriu quando Cassandra surgiu na porta, ela usava uma camisola de seda que não cobria muita coisa, mas era uma visão apetitosa para ele naquela manhã.
—Bom dia! —O sorriso travesso lhe surgiu quando a viu caminhar em direção a eles.
—Bom dia. —Ela ronronou. —Bom dia, mexicano. —Atrevida ela debruçou-se sobre Alonso e beijou sua bochecha com um beijo estalado.
—Bom dia, Cassandra. Sinto dizer tchau, porém tenho que ir. —Ergueu-se assim que ela se sentou. —Preciso trabalhar, tenha um bom café da manhã. —Retirou-se.
Alonso não suportava aquela mulher, mas era namorada de um dos seus melhores amigos, ele tinha que disfarçar a cara de nojo que tinha dela.
—Acordei e você não estava lá. —Fez beicinho subindo em seu colo.
—Fui malhar um pouco. —As mãos dele deslizaram por suas coxas.
—Tínhamos coisa muito melhor para gastar energia. —Mordiscou sua orelha.
—Eu sei que tínhamos. —A ponta dos seus dedos chegou a sua boceta.
Cassandra não usava calcinha. Ela não tinha nenhum pudor, e ele adorava isso.

Norueguês: Serie Os Mestres Do Prazer 03Where stories live. Discover now